sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

QUEM SOU EU?


     A chuva forte bate em meu rosto
 Meu semblante é de tristeza e solidão, mesmo
      Com tanta gente que me olha e parece
           Fingir que não estou aqui, sob a chuva
          Que me encharca as vestes e deixa o meu
            Coração frio, sem forças para reagir.

   O vento me acaricia, meu corpo treme.
    A minha face molhada, antes ruborizada,
   Parece congelar, sem cor, sem vida.
 Que destino cruel! Que sofrimento sem fim!

     Estou no cume da paciência, no entanto,
         Sem forças, sem carinho, sem ninguém.
  A melancolia me invade a alma e então
       Eu penso: quem sabe eu não sou ninguém?
Sou um vulto que amedronta a todos, talvez
     Uma coisa qualquer, sem sentido,
         Um nada na multidão, apenas um fruto
          Da agonia, um ser que não merece atenção.

Obs.: homenagem a três ex-companheiras de trabalho no Porto do Recife: FÁTIMA, NICE e CRISTINA.
(moacir rodrigues)

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