sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

JANUÁRIA

Januária,
Moça pobre e caprichosa
Com a mãe já bem idosa
Morando numa fazenda
   Januária,
   Que tinha os cabelos compridos
   E os olhos bem escondidos
   De tão pequeninos que eram
De noite
Ficava fazendo crochê
Depois que tomava o café
Para depois ir dormir
   De manhã
   Acordava logo cedinho
   Deixava tudo prontinho
   Para depois ir tomar sol
Passeava
Olhando as belas paisagens
Passando por entre as folhagens
Enquanto a mãe descansava
   Ao longe,
   Naquela imensa fazenda
   O gado, a velha moenda
   E os homens cortando cana
Fortes,
Os homens ali trabalhavam
Até pouco tempo ajudavam
O seu falecido pai
   Hoje
   Comanda ali o progresso
   Todos trabalham com sucesso
   Na fazenda de Januária
O tempo
Parecia estar sem correr
E Januária sempre a viver
Naquele mundo bonito
   Certo dia
   Januária ali conheceu
   Um rapaz que apareceu
   Procurando qualquer emprego
Januária,
Pelo rapaz logo gamou
Mas sua mãe se apavorou
Quando soube do namoro
   Então,
   Surgiu logo grande complicação
   Pois Januária sentiu no coração
   Aquele primeiro amor
Logo,
Ficou tudo decidido
O rapaz foi despedido
E Januária não mais saiu
   Uma noite
   Januária recebeu um bilhete
   Dizendo que aquele flerte
   Deveria continuar
Tal bilhete
Foi um rapaz escolhido
Pelo seu amor querido
Com o fim de lhe entregar
   Logo,
   Seu coração palpitou
   E o corpo tremulou
   Quando pensou em fugir
Fugir...
Pra viver em que lugar?
Como ela iria amar
Um rapaz desempregado?
   Fugiu
   Só por uma tentativa
   Pois viver como cativa
   Não iria suportar
Sabia
Onde o rapaz estava à esperar
Como louca foi encontrar
O amor de sua vida
   Enfim
   Ele estava ao seu lado
   Tudo estava acabado
   Ou então quase tudo
Januária
Ficou meia aturdida
Pensando naquela fugida
E no que iria dar
   O rapaz
   A Januária comunicou
   Que um emprego arrumou
   E iriam viver sossegados
Sua mãe
Da fuga ficou sabendo
Os homens saíram correndo
Para buscar Januária
   Encurralados,
   Na beira do rio pararam
   Os homens logo notaram
   Que estavam naquele lugar
Fugir
Era quase uma certeza
Só não viram a correnteza
E ao longe a catarata
   Pavor
   Nos olhos de ambos apareceu
   Um dos homens logo correu
   E os dois foi salvar
Tarde!
Muito tarde para salvar
Os três corpos foram saltar
Do alto da catarata
   Gritos,
   Choros e lamentações
   Saldo das complicações
   Do romance de Januária
Voltaram
Tristes para a fazenda
Alguém isso aprenda
Amor não se destrói.

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