quarta-feira, 25 de setembro de 2013

O QUE LEVA ALGUÉM A COMETER UM CRIME?

   O que leva uma criatura humana a cometer um crime? Desespero? Ódio? Vingança? Inveja? São vários os fatores que levam uma pessoa ao cometimento de deslizes que fogem do raciocínio normal. O momento é que faz o indivíduo mostrar ações que ele mesmo desconhece, quando age de forma que foge aos padrões normais do seu comportamento, quando se torna um outro ser. Geralmente isso acontece com pessoas vítimas de assaltos, reagindo de forma inesperada em defesa do bem que será tomado pelo bandido e nem sempre obtendo êxito, culminando com a morte.
   O desespero leva pessoas aparentemente tranquilas a uma reação violenta, quando parte para a agressão ou acerto de contas, eliminando o oponente. O ódio contido no ser humano não é aceitável, ele só destrói, só causa o mal, mas nem todo mundo consegue perdoar, “deixar pra lá” certas atitudes ofensivas. Vingança é uma coisa que os fracos de espírito prometem no intuito de “lavar a alma”, sem perdoar o seu oponente. Inveja, um mal que contamina os gananciosos, aqueles que não se sentem bem vendo pessoas “subirem na vida”.

   Como vemos, o ser humano é passível de sofrer alterações no seu comportamento, que pode ter uma reação a qual ele próprio desconhece.

NÃO CONSIGO TE ESQUECER

eu queria tentar te esquecer
mas não consigo de forma alguma
quanto mais me afasto de ti
meu coração chora, às vezes ri
pede a tua presença sempre
e essa angústia me abala
quando te vejo perco a fala
sabendo que não me dás atenção

não sei o que faço pra esquecer
essa tua imagem que me atormenta
me fez esconder teu retrato
mesmo que não te esqueça, é fato
mas é o que posso fazer agora
pior é que não te vejo com ninguém
e o que me sustenta é esse porém
de um dia resolveres voltar pra mim

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

UMA LINDA HISTÓRIA DE AMOR QUE TERMINOU EM TRAGÉDIA

   Soraya sorria feliz no jardim de sua casa enquanto aguardava a chegada de Fábio, seu noivo. Acariciava algumas flores e não escondia a imensa felicidade com a aproximação do seu casamento, marcado para o mês seguinte. Namoraram durante quase dois anos, estando noivos há apenas três meses. O sorriso de Soraya tornou-se mais largo quando ele chegou, beijando-a com carinho e levando-a para o interior da sua residência onde conversaram animadamente. Esse sempre foi o sonho dela, poder amar alguém que tanto desejava e ser correspondida, aproveitar o máximo possível a vida antes do casamento, viajar e conhecer cidades distantes, além dos prazeres que o amor oferece. Nesses quase dois anos de convivência Soraya teve tudo que desejou, soube aproveitar tudo que Fábio lhe ofereceu e até planejaram a compra de um apartamento na orla marítima, já que ele dispunha de uma ótima situação financeira. Ela estava radiante com esse acontecimento, estava feliz, ela que era uma menina pobre a agora desfrutava de uma vida de rainha, amada por um homem maravilhoso e que fazia todos os seus gostos. Nada melhor poderia acontecer mais em sua vida, pois já tinha tudo que uma mulher poderia ter ao lado do homem da sua vida, dos seus sonhos.
   Alguns dias antes do enlace matrimonial Soraya teve um sonho que a deixou de certa forma preocupada. Ela se casava mas não conseguia ver o marido na lua de mel, pois se via em um local totalmente desconhecido, gritando pelo nome dele sem ser atendida, acordando assustada. “Foi apenas um sonho”, pensou ela, procurando esquecer e nem comentar com ele ou com qualquer outra pessoa.
   Enfim chegou o grande dia de Soraya, tudo foi programado para uma grande festa de casamento, com a igreja toda decorada e cheia de convidados. O salão de festas alugado para o evento também foi caprichosamente preparado, ficando a poucos metros da igreja. A noiva se preparou ricamente, estava linda aos olhos de todos e na hora marcada entrou com seu pai, indo ao encontro do seu futuro marido que a esperava no altar. Soraya quase não conseguia conter tamanha emoção, rindo para os convidados e aguardando o desenrolar dos acontecimentos dali pra frente. Seguramente seria uma ótima esposa e perfeita dona de casa, sem precisar de muitos esforços já que iria dispor de empregadas.
   Após o ato religioso a festa transcorreu na maior tranquilidade, tendo Soraya sido gentil com todos e na hora determinada “fugiu” para a sua lua de mel sem que ninguém percebesse. Seria em um hotel de luxo nas proximidades, onde passariam a noite e viajariam na manhã seguinte para o sul do país. A suíte do casal ficava no sétimo andar e o ambiente com luz fraca deixava o clima romântico, onde os noivos brindaram a nova vida com taças de champagne e beijos ardorosos. A felicidade de Soraya estava completa não fosse um vulto que se escondeu atrás da cortina próxima ao leito conjugal. Fábio dirigiu-se ao banheiro enquanto Soraya permanecia sentada na cama, ainda deslumbrada com tudo aquilo que nunca imaginava acontecer. Riu sozinha sem perceber que de trás da cortina saiu a figura de uma mulher que tampou seu nariz com um lenço embebido com um líquido que a fez perder os sentidos. Uma faca foi cravada em seu peito por várias vezes até a certeza da morte. Em seguida a mulher desconhecida fugiu rapidamente, fechando a porta da suíte bem calmamente, tomando o elevador, saindo do hotel como se fosse uma hóspede comum.
   Para entendermos melhor essa história vamos voltar no tempo, há cerca de dois anos aproximadamente. Soraya e Maria José eram duas amigas que costumavam sair juntas e estudavam no mesmo colégio. Ambas imaginavam um dia terem que se separar, quando casassem e fosse cada uma para seu lado. Até já brigaram anos atrás por causa de namorado, mas foi uma briguinha à toa e logo a amizade voltou ao normal entre elas. Certa noite estavam participando de um baile à fantasia quando Maria José conheceu um rapaz que a cortejou, apesar de não ter visto o seu rosto. Soraya estava vestida exatamente igual a amiga e viu quando ela preparou um bilhete para ser entregue ao rapaz. Como no momento não podia ir até ele, pediu a um garoto que estava ali presente para levar até ele. Soraya dispensou a amiga por um momento dizendo que ia ligar para a mãe e abordou o garoto antes que conseguisse o seu intento. Alterou o nome e o local do encontro no bilhete e devolveu para que fosse entregue. O encontro era na noite seguinte e ao voltar para o convívio com a amiga Maria José, apenas disse que não tinha conseguido falar com sua mãe.
   Na noite seguinte lá estava Soraya tomado o lugar da amiga e abraçando o rapaz, que se chamava Fábio, que não percebeu a troca e achou que estava conversando com a pretendente da noite anterior. Procurou evitar que ele voltasse àquele local e até se mudou do bairro, já que morava em uma república de estudantes junto com a amiga Maria José e não queria que ela estragasse os seus planos. Foi aí que Soraya e Fábio começaram a namorar, longe das vistas da amiga, que estranhou um pouco a sua repentina partida e a saída do colégio quando Soraya percebeu que Fábio seria um bom partido.
   Maria José estranhou a ausência do rapaz e até duvidou se ele tinha mesmo recebido o bilhete. Dias depois procurou o garoto e questionou sobre a entrega do mesmo, quando foi informada do que a amiga fez, alterando o teor do bilhete. Uma fagulha de ódio passou pela mente de Maria José, que passou a procurar a amiga traidora, mas sem sucesso. Passaram-se alguns meses e nada de localizar Soraya, o que estava deixando-a nervosa, muito inquieta e sem conseguir dormir direito.
   Um belo dia quando folheava um jornal, Maria José viu um anúncio de casamento e os nomes dos noivos lhe eram bastante conhecidos. Localizou ambos discretamente e ficou a par dos fatos, como a igreja, o dia e o local da lua de mel, arquitetando um plano maquiavélico levada pelo desespero, pela traição da amiga. No dia programado para a lua de mel no hotel, Maria José para lá se dirigiu fingindo interesse em se hospedar. Conversou com uma camareira, subornando-a e conseguiu a cópia da chave da suíte onde os noivos iriam ficar. Uma hora antes deles chegarem ela já estava dentro do quarto aguardando os pombinhos.
   O resto da história já é conhecido, apenas informando sobre o desespero de Fábio ao ver o corpo da esposa todo ensanguentado no leito nupcial.

   

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

TEMPORAL

o céu ficou todo encoberto
por nuvens negras e ameaçadoras
um prenúncio de tempo ruim
de temporal ou coisa assim
que me deixou bem temeroso
já que a noite chegou rapidamente
afugentando a tarde tristemente
naquele centro urbano infestado
de veículos e pessoas sem noção
apesar de prestarem atenção
no tempo louco que chegava
no caos que logo se instalou
na agonia que se apossou
das pobres criaturas pensantes
inclusive eu naquele momento
só imaginando tamanho sofrimento
quando o temporal desabasse
e foi o que aconteceu
a chuva forte então desceu
inundando ruas e avenidas
deixando o trânsito caótico
e este homem neurótico
sem saber o que fazer
o temporal castigou a cidade
grande tumulto, uma infelicidade
gente chorando, pessoas perdidas
e já noite adentro a chuva parou
hora do regresso, o tempo melhorou
pessoas ensopadas chegando em casa
mas dando graças a Deus por isso
gente que perdeu um compromisso
por conta desse louco temporal
que não tem hora para chegar
é na hora de sair ou de voltar
sem dar aviso para ninguém

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

C O R T I N A

fina camada de chuva
tal qual cortina transparente
ante o sol visto no poente
belo espetáculo para meus olhos
que não se cansam de olhar
o que a natureza pode mostrar

a noite não tarda e logo chega
cessa a chuva, cai a cortina
e então meu cérebro não imagina
que nem tão cedo terá outra vez
essa cortina fruto da natureza
na chuva fina, uma beleza

terça-feira, 17 de setembro de 2013

O QUE HÁ DENTRO DE MIM



o que há dentro de mim
é um mundo de emoções
que me faz entrar em contradições
enquanto lá fora a chuva fina cai
aqui dentro um coração apaixonado
cheio de alegrias e bem feliz
existe um outro eu que diz
querer mostrar sonhos intermináveis
que me lançam nas nuvens
me fazem flutuar quase anestesiado
de tanto prazer, quase extasiado
enquanto lá fora o vento é frio
aqui dentro de mim tudo é quente
o calor que me sufoca é envolvente
é tudo que tenho desse outro eu
é o que há dentro de mim
que me faz ver fantasias sem fim
que me dar uma personalidade dupla
me fazendo viver momentos diferentes

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

NA AREIA DA PRAIA DE BOA VIAGEM

   Pobre menina, deitada na areia da praia de Boa Viagem, parecia estar falando sozinha, pois eu via seus lábios se mexerem. Podia estar cantando baixinho uma música, podia estar rezando ou simplesmente falando com Deus. O sol dessa tarde de quinta-feira era fraco, não lhe incomodava e nem a mim, ali próximo sentado na areia, olhando o mar azul, às vezes esverdeado, apreciando as ondas se quebrarem na areia, fazendo espumas. O que essa menina fazia ali, solitária, talvez resmungando alguma coisa? Imaginei chegar perto dela e perguntar o porquê, se tinha algum problema, mas eu não tinha esse direito de importunar o seu descanso, assim como ninguém tinha o direito de importunar o meu.
   Olhei para o lado oposto e percebi que uma senhora de certa idade me observava. Será que ela leu meus pensamentos? Pensei assim, mas não era possível, ela não dispunha dessa capacidade, mesmo me olhando seriamente. Atrás de mim a avenida que dava acesso à cidade, carros circulando, alguns em alta velocidade. De repente uma buzinada estridente e uma freada brusca, era um carro que parava atrás de um táxi que iria atender ao aceno de um passageiro. O motorista do mesmo não agira certo em busca do seu ganha pão, se arriscara, mas a vida tem dessas coisas. A  senhora idosa não estava mais ali do meu lado, saiu sem que eu percebesse e a pobre menina também sumira. Cada uma tomou seu rumo e eu fiquei só na areia da praia. Confesso que queria a presença delas, eu estava me distraindo, passando o tempo, enquanto observava uma e era observado por outra.

   Aquela tranquilidade poderia fazer bem para qualquer pessoa mas naquele momento não fazia para mim, então resolvi ir embora dando tchau para Boa Viagem e procurar o meu refúgio no subúrbio, afinal a tarde já estava indo embora.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

O NOIVO DISSE NÃO

a porta da cozinha escancarada
lá fora reinava a escuridão
estava preso numa certa escravidão
queria fugir, faltava coragem
apesar de ver a porta aberta
talvez não fosse a coisa certa
tinha visto Lúcia me traindo
me deixando triste nesse momento
logo na véspera do casamento
mas me contive, enfrentei a barra
entrei na igreja firme e forte
me vingaria, pois tinha suporte
o padre iniciou a cerimônia
Lúcia estava certa da nossa união
e diante do altar lhe dei um não
ela chorou, manchou o vestido de noiva
eu quase chorei também, arrependido
gostava dela mesmo estando iludido
mas o pranto veio e eu gritei
aquilo estava me sufocando
foi quando acordei, estava sonhando
um sonho que eu não desejava
mas graças a Deus eu acordei
e pensei na mulher que sempre amei

domingo, 1 de setembro de 2013

EU NÃO SOU LOUCO

esse quarto escuro
está me deixando louco
preciso respirar um pouco
soltem essas amarras
eu quero ir lá fora
prometo não ir embora
ah! que lugar infeliz
como fui parar nesse lugar?
alguém pode me ajudar?
esse pessoal de jaleco branco
só quer judiar comigo
nenhum é meu amigo
prefiro que se danem
por me manterem nesse canto
louco eu não sou, garanto
só estou descontrolado
por não poder me situar
nem por isso vou recuar
mas se insistirem
vou gritar até ficar rouco
eu não sou louco