quarta-feira, 29 de julho de 2015

EU E A CHUVA

molha a chuva a terra já bastante seca
o sol, grande rei, há tempo se escondeu
meu pensamento voa, não compreendeu
essa mudança tão repentina do tempo
          o aguaceiro torna-se então mais forte
          até que encharca rapidamente a terra
          e ela, a claridade, enfim se encerra
          me levando a uma profunda reflexão
da janela olho o tempo, as nuvens escuras
os jatos de água se projetando no asfalto
a natureza agradece e eu num sobressalto
volto para a sala fechando a minha janela
          passou-se algum tempo, a chuva continua
          sinto frio, solidão, procuro então me aquecer
          visto um casaco, tomo um café e só agradecer
          por este ambiente quentinho onde agora estou
lá fora a chuva insiste, vou novamente para a janela
um tempo cinzento, na rua não vislumbro quase nada  
eu e a chuva, me sentindo refém dessa vilã determinada
que me prende aqui, apenas me deixando livre pensar
          eu aqui dentro, ela, a chuva, ainda bem lá fora
          ela me deixando com frio, trazendo um vento gelado
          mesmo assim gosto dela, esse “amor” não é negado
          por isso vou sempre à janela para vê-la de perto

domingo, 26 de julho de 2015

FELICIDADE (acróstico)

F.oi lindo o seu trajeto na Terra. O nome dele era felicidade
E.ra o homem que a família tanto amava, criatura temente a Deus
L.igado por laços familiares que jamais poderiam ser rompidos
I.ria longe o seu desejo, a sua dedicação, o seu modo de agir
C.omo podemos compreender essa inesperada interrupção?
I.a tudo como planejado, como esperávamos que fosse
D.eus sabe perfeitamente o porquê, não devemos contestar
A. vida tem seus mistérios, tem coisas que desconhecemos
D.iante de nós pode parecer estranho, para Deus não
E. não resta outro caminho senão ter fé e esperar a graça

(Homenagem ao meu sobrinho Gleymersom Rodrigues falecido em 22julho2015)

sexta-feira, 24 de julho de 2015

VIDA (de A a Z e vice-versa)

(A) vida tornou-se uma jornada cruel e cheia de desli(Z)es
(B)em que poderia ser diferente, tudo no seu tempo e(X)ato
(C)ada um vivendo a sua, cada um tendo a sua devida (V)ez
(D)ando-se oportunidade a quem merecer,que vai à l(U)ta
(E)m mim bate um sentimento incontrolável de angús(T)ia
(F)orças sumindo sem que eu perceba , todos os dia(S)
(G)uardo na mente momentos bons, não posso esquece(R)
(H)oje pode estar tudo bem e amanhã pode haver o (Q)uê?
(I)magino que a vida tem seus sentidos, depois tudo será (P)ó
(J)amais o homem deveria desafiá-la, pode custar a m(O)rte
(L)ei da vida, vamos respeitá-la, vivê-la e sermos Ge(N)te
(M)uitos não entendem isso, complicam e até reclama(M)
(N)ela o que eu tenho já me satisfaz ,essa vida tão natura(L)
(O) mundo está cheio de problemas, também de dese(J)os
(P)or que então ser pessimista? Vamos além, todos podem (I)r
(Q)uerer não é poder, mas um sonho se tem a qualquer (H)ora
(R)ealize-o então, viva a vida como deve ser vivida e a(G)uarde
(S)urgirá o que você espera, será um presente pelo que você (F)ez
(T)er fé é importante, ser temente a Deus bem melhor, isso é r(E)al
(U)ma coisa é certa: a vida não nos pertence,ela é dádiva de (D)eus
(V)amos aproveitá-la o máximo, agradecer até o final com pre(C)es
(X)odó para mimarmos até a morte, sempre com alegria e para o (B)em
(Z)ere a lista dos seus problemas, esqueça o mal, procure viver a vid(A)

quarta-feira, 22 de julho de 2015

AMANHÃ (de A a Z e vice-versa)

 
(A)manhã estarei bem distante, porém muito feli(Z)
(B)uscarei alguns prazeres em determinado ponto (X) 
(C)onhecerei mais lugares,talvez vocês vejam pela t(V) 
(D)eixo meu coração aqui, refém dos amigos eu so(U)
(E)starei pensando em todos, trabalhem, façam trico(T)
(F)açam meu amanhã alegre,que chegue sem delonga(S)
(G)osto de coisas novas,de uma nova maneira de vive(R)
(H)oje parece uma eternidade, não vou falar da letra (Q)
(I)sso pra não quebrar o ritmo, quero onde vou um a(P)
(J)ulgo estar sendo chato, mas é assim o meu jeit(O)
(L)evar pra longe mensagens e talvez até um sloga(N)
(M)e ver um pouco sozinho, pensar nos que me ama(M)
(N)ão quero me esquecer do amanhã, isso não é idea(L)
(O) que eu quero agora é somente esquecer a letra (J)
(P)ara não quebrar esse meu ritmo e ver alguém aqu(I)
(Q)uerer rir, mundo pequeno que talvez num flas(H)
(R)esolvam me achar por lá e saibam até o meu R(G)
(S)ei bem que o amanhã é inevitável, certo como o CP(F)
(T)udo hoje pode acontecer e o amanhã ninguém sab(E)
(U)ma coisa é certa, acreditem: eu tenho o meu dia (D)
(V)ou dormir cedo e parar de pensar nesse meu ab(C)
(X)arope tudo isso pra quem lê, mande então pra KG(B)
(Z)ombe, faça o que quiser, o amanhã me esper(A)

sábado, 11 de julho de 2015

MINHA CASINHA – SAUDADE DA NEGA VÉIA

eu num sô um home rico
mai sei o qui é felicidade
poi tem rente da minha idade
qui num sabe vivê um tico

minha casinha é bem acanhada
só trei vão ela tem
cumigo tem mai ninguém
num tem move num tem nada

vô pa roça fazê meu trabaio
minha cumida eu mermo faço
chega de noite vem o cansaço
in riba da cama eu logo caio

a nega véia foi embora
pus braço de Nosso Sinhô
sozinho no mundo mi dexô
pa contar essa histora

filho a rente num teve
poi Deus num permitiu
a vida pa mim num surriu
mai meu carate manteve

hoje vivo na ilusão
pensando na nega do meu lado
na casinha tudo arrumado
mi isquecendo da solidão

e a casinha que a rente fez
qui foi palco do nosso amô
vai ficá assim como tô
sintindo essa nega toda vez

quarta-feira, 1 de julho de 2015

O PESADELO DE VAGNER

   O imenso corredor deixou Vagner impressionado, estava num ambiente de uma suntuosidade impecável onde observou que existiam muitas portas e janelas, todas fechadas e na cor cinza claro, as paredes eram brancas, de uma alvura que dava gosto. Notou que existiam nessa edificação vários andares e que nesse local o silêncio era sepulcral, sem a presença de qualquer outro ser humano além dele. Nosso personagem achou tudo isso muito estranho, afinal o que fazia ali já que não se lembrava de ter se deslocado para esse lugar tão misterioso? Quem o teria levado então e por que? Não encontrava respostas para tal situação e isso começou a lhe atormentar, sua mente confusa queria uma explicação a todo custo, até que um ruído vindo do fundo do corredor despertou a sua atenção. Procurou controlar o medo que já se apoderava dele e caminhou alguns passos temendo alguma investida de alguém que lá estivesse, porém nada aconteceu. Vagner apenas viu que existia um outro corredor e que era bem mais longo do que aquele no qual se encontrava.

   Vagner lembrou-se que recentemente havia visitado um museu de sua cidade, onde conhecera várias antiguidades, ou seja, objetos do passado que estavam em exposição. O prédio se assemelhava ao que agora se via nele, no entanto em uma situação completamente diferente, tendo apenas ele como expectador. Aproximou-se do outro corredor e hesitou em continuar, estremecendo ao ouvir um novo ruído e desta vez acompanhado por uma voz que não conseguiu distinguir o que dizia. Quase perdeu o fôlego quando ouviu claramente a voz pronunciar o seu nome, nem se dando conta de que já caminhava pelo segundo corredor, que por sinal estava com pouca luminosidade. Percebeu também um certo declive no piso e que se acentuava a medida que andava. A voz insistia em chamá-lo mas ele não definia de quem era, sentindo que começava a cair vertiginosamente, até detectar que estava em sua cama e que sua esposa o acalmava, pois estava tendo um pesadelo.