segunda-feira, 30 de julho de 2012

MARA, AMOR E SEDUÇÃO



    Os sinos da igrejinha repicavam alegremente naquela manhã bonita de domingo, numa cidadezinha do interior. Da janela do primeiro andar de um casarão antigo, pertencente a uma família que me acolhera tão gentilmente, eu observava a natureza, as pessoas circulando, algumas em direção a igreja para a missa dominical, outras para diversos afazeres, ficando admirado com a simplicidade daquele lugar, diferente da vida agitada da cidade grande. O toque dos sinos soava como um cântico para meus ouvidos e quase não dei conta de que Mara estava bem atrás de mim. Me abraçou sutilmente e segurou firme, não dando chance de me desvencilhar de seus braços. Fiquei sem jeito, pois não queria aquela situação, já que ela era a irmã da anfitriã e eu a respeitava bastante. Estava decidido a ir embora no dia seguinte apesar de dona Mercês e seu Vicente insistirem para que eu ficasse mais alguns dias.

    Estava de férias e fora conhecer aquela cidade, onde o clima era agradável e as pessoas muito simpáticas. Não havia encontrado vaga nos dois únicos hotéis ali existentes, fiquei triste com isso, já me preparando para retornar, quando a gentil senhora, dona dos hotéis, depois de uma franca conversa, me convidou para ocupar um aposento no casarão de sua propriedade, com autorização do seu esposo. Dona Mercês e seu Vicente conheceram meus pais há muitos anos, quando moravam nessa cidade, época em que eu ainda não era nascido e eles eram crianças. Fiquei meio sem jeito mas aceitei o convite.

    Chegando ao casarão fui apresentado aos demais membros da família e Mara foi a única que se aproximou e apertou minha mão. À noite o jantar foi servido e eu me senti paparicado e ao término resolvi dar uma volta pela cidade. Mara simulou que iria resolver algo e decidiu me acompanhar. Nos tornamos bons amigos e os dias foram passando. Certa noite eu já me preparava para dormir, mas antes fui até a cocheira para tomar um pouco de ar. Mara surgiu e me direcionou um olhar malicioso. Eu já desconfiava de suas intenções e fiquei preocupado, dona Mercês poderia descobrir tudo e eu ficar em maus lençóis. Porém o instinto foi mais forte e não resisti ao seu abraço, tendo a lua como testemunha. Nos beijamos e foi impossível evitar que fizéssemos amor ali mesmo. Sinceramente, eu me encantei com ela, mas queria evitar a falta de respeito com sua irmã, que gentilmente me acolhera ali.

    Pela manhã acordei com o sol batendo em meu rosto e uma batidinha na porta do quarto. Estranhei mas abri a porta, me deparando com Mara, que entrou imediatamente, fechando a porta. Disse que todos haviam saído e que não me preocupasse. Fizemos amor com muito tesão, descendo em seguida para o café. Tinha tomado o último gole quando dona Mercês e seu Vicente chegaram. Haviam ido ao centro da cidade para a compra de alguns mantimentos. Me cumprimentaram e receberam um sorriso.

    Mara não quis me largar naquela véspera da minha partida. Eu estava preocupado com a situação e ela não queria que eu fosse embora, ameaçando até ir comigo. Eu não sabia o que fazer. Ela se acostumara a invadir o meu quarto à noite, nós nos amávamos intensamente, mas isso me deixava com um sentimento de culpa. Fui forçado a prorrogar a minha ida para a cidade grande, mais por dona Mercês e seu Vicente do que por Mara. Eu já estava exausto de tantas noites com Mara, me deliciando com o seu corpo sedutor, mas tinha que retornar para casa. Foi com muito esforço que consegui, prometendo voltar o mais breve possível. Mara concordou.

domingo, 29 de julho de 2012

UM LOBO NA PRAIA




U ma voz me chama, eu ouço
M e parece um fungado no pescoço


L ogo me vem aquela impressão
O que meus olhos viram foi demais
B asta! Não devo temer animais
O lobo corria na beira da praia



N a minha mente causava terror
A sua fúria me deixava em torpor


P arecia querer uma presa fácil
R osnava esse animal muito louco
A chance de fugir em tempo pouco
I a diminuindo, eu tinha pressa
A cordei exausto, escapei dessa

UM CONTATO COM O ALÉM



    Conheci Dalva quando visitava um amigo enfermo em um hospital da cidade. O mesmo se recuperava de uma cirurgia e no seu quarto havia mais três pacientes. Um dos pacientes era um senhor de seus 60 anos mais ou menos, que tinha ao seu lado Dalva, essa pessoa que só vim a conversar com ela no segundo dia da visita, após perceber que ela ficava ao lado daquele senhor quase imóvel, observando ele e às vezes rezando com as mãos juntas. Nunca lhe dirigiu uma palavra e quando indaguei à respeito ela simplesmente disse que ele precisava de repouso. Troquei algumas palavras com Dalva e ela me falou que era sua filha e que o amava muito. Conversamos coisas triviais e me dirigi para junto do meu amigo.

    No dia da alta do amigo falei com Dalva me despedindo, desejando boa recuperação para seu pai. Ela fez o mesmo com relação ao meu amigo. Saí do hospital e não mais vi Dalva, porém cerca de dois dias depois precisei passar pelo local do hospital e resolvi entrar para ver se a encontrava, bem como para saber da saúde do seu pai. O paciente ainda se encontrava lá, mas seu estado não era dos melhores, apesar de estar lúcido. Sorri para ele e lhe desejei que se recuperasse o mais breve possível, indagando sobre sua filha, por que não estava ali. Notei que ele ficou surpreso e me respondeu com toda simplicidade:

   - Ninguém nunca veio me visitar e a filha a quem você se refere já   faleceu há dois anos. Era minha filha única e deixou muita saudade.

    Aquilo me surpreendeu muito e fiquei sem saber o que dizer. Ele iria achar que eu estava delirando. Saí do hospital bastante pensativo, fiquei muitos dias com aquele pensamento martelando em minha cabeça.

    Algumas semanas depois faleceu um antigo companheiro de trabalho, uma pessoa com quem convivi por muitos anos, me vendo na obrigação de comparecer ao sepultamento. O cemitério ficou repleto de amigos, familiares e pessoas que trabalharam com ele. Foi uma comoção muito grande por se tratar de uma criatura muito querida, vitimada por uma doença pulmonar.

    Antes de sair do cemitério resolvi visitar o túmulo de um familiar que partira há cerca de dois anos. Me aproximei da lápide e deslizei a mão suavemente sobre sua foto. Em seguida algo me fez olhar ao lado, para um outro túmulo onde tinha a foto de uma mulher. Olhei atentamente para ela e achei muito parecida com aquela senhora que conheci no hospital em visita ao seu pai. Era Dalva, eu tinha certeza, confirmando isso ao ler o seu nome na lápide do túmulo. Saí do cemitério bastante emocionado.

sábado, 28 de julho de 2012

LOBISOMEM



 um uivo cavernoso ecoou na floresta

aLgo estranho naquele momento acontecia

lOgo adiante a estrada um caçador descia

aBasteceu os pulmões com ar e parou

vIu movimentos nas folhagens, empalideceu

iSso o amedrontou, então ele correu

pOuco adiantou toda a sua pressa

aManheceu o seu corpo inerte na estrada

nEle, desfigurado, a roupa ensanguentada

uM outro caçador o encontrara e avisou

ao povo dali que um lobisomem o matou

AMOR, ESTRANHO AMOR



   O vento soprava com tanta força que me fazia andar em zig zag naquela noite chuvosa, em plena avenida pouco movimentada à beira da praia. O local era perigoso mas eu não estava me importando, minha cabeça estava com outros pensamentos, voltados para uma pessoa  especial para mim. Não conseguia pensar em outra coisa, estava enlouquecido por Rute, uma mulher que conhecera durante uma visita a um hospital, quando do internamento de minha primeira mulher, acometida de uma doença grave, vindo a falecer alguns dias depois.
   Ana havia passado mal, tinha problemas cardíacos, quando resolvi levá-la ao hospital. Foi atendida prontamente mas permaneceu internada sob cuidados especiais devido ao seu estado crítico. Pernoitei ali ao seu lado, sem dormir direito, saindo do quarto às vezes para refrescar a mente tomando um ar. Foi quando conheci Rute, que estava passando pelo mesmo problema, ao lado do marido enfermo que se recuperava de uma cirurgia cardíaca. Seu estado não era dos melhores, o que deixava Rute bastante apreensiva. Éramos duas pessoas portadoras de uma angústia sem fim, pois sabíamos que nossos cônjuges não estavam bem.
   Andando sem rumo naquela noite de chuva apenas pensava em Rute, queria saber onde estava, me sentia angustiado  com a sua falta. Havíamos prometido nos encontrar em um local bastante movimentado, porém a chuva resolveu atrapalhar e afugentar as pessoas daquele local tão aconchegante, com barzinhos, próximo a um parque onde as crianças costumam brincar. A rua estava deserta, os bares quase sem movimento e eu andando de um lado para o outro, na esperança de ver Rute.
   Além de Rute, apenas a lembrança daquelas noites no hospital, esperando uma melhora de Ana, o que não aconteceu, vindo a falecer. Chorei angustiado e fui consolado por Rute, que procurou me acalmar, apesar da dor que também sentia com o problema do seu marido. Que horas depois veio a óbito. Nesse momento eu também consolei-a em retribuição ao seu ato caridoso.
   Dias depois quando precisei voltar ao hospital para pegar um documento, me deparei com Rute, que fazia o mesmo. Nos abraçamos num gesto de cordialidade, trocamos algumas palavras, mas algo ficou entre nós, algo que eu não soube explicar. Nosso abraço durou alguns instantes que pareceu uma eternidade, até ela própria não estava entendendo nada e dali surgiu uma amizade que nos obrigou a nos encontrarmos. Um sempre consolando o outro, sempre trocando palavras de conforto, apesar dos olhares penetrantes. Estava surgindo algo ali que nos unia, nos fazia olhar a vida com resignação.
   Após um mês do falecimento de nossos cônjuges, estávamos em pleno centro da cidade quando vislumbrei um discreto sorriso em Rute. Aquilo me animou e me fez perceber que a desejava, que a queria em meus braços. Ela aceitou o meu convite para jantarmos. A noite estava começando e pela primeira vez depois das mortes nos vimos sorrindo felizes. O jantar foi maravilhoso, num clima romântico e de tranquilidade. Perto das 22 horas estávamos em um motel nos amando perdidamente. Rute representava tudo para mim e a partir daí passamos a nos encontrar quase diariamente e o sexo passou a ser a nossa predileção, nossos desejos eram intensos.
   Rute precisou viajar com uma irmã e foi aí que me desesperei com a sua falta, pois estava dependente do seu carinho, do seu amor. Vários dias se passaram e ela não deu notícias, pois tinha ido para outro estado. Certa noite recebi um telefonema seu dizendo que estava retornando e marcamos um encontro num local já conhecido por nós.
   Agora, nessa chuva que não cessa, nesse local deserto, esperava Rute que não aparecia. Culpei a chuva pelo seu atraso ou até pelo seu não comparecimento ao encontro. Impaciente, ali fiquei, mesmo na chuva, todo encharcado, no aguardo de Rute, aquela que curou uma ferida no meu coração. O tempo se passava e nada de Rute, o que me fez entrar no carro, onde me enxuguei com uma toalha. Já me preparava para voltar para casa, triste, quando um vulto feminino descia de um táxi, embaixo de uma sombrinha. Meu coração bateu forte mesmo antes de identificar a mulher e quando o táxi se afastou pude reconhecer Rute, que olhava para os lados. Estava à minha procura com certeza. Desci do carro e corri ao seu encontro, abraçando-a e beijando ardorosamente. Alguns minutos na chuva, me molhei novamente, mas senti um calor intenso, uma vontade louca de possuí-la. Rute parecia feliz com aquela situação e ali mesmo no carro nos amamos, aproveitando a solidão do local. Não conseguia mais esperar amá-la em outro local, estava perdidamente apaixonado, queria seu corpo perto de mim, queria tê-la naquele momento. Saciado o meu desejo e também o seu, seguimos para o nosso ninho de amor, onde tomamos um banho, sentimos o sabor de um drink e nos entregamos novamente ao amor numa volúpia que nunca havíamos conhecido. Seu corpo me deixava num tesão irresistível, os seus beijos me embriagavam mais que os drinks, a sua boca quase não pronunciavam palavras e os seus olhos apenas me fulminavam gostosamente. Eu me sentia num paraíso e de agora em diante não a deixaria fugir um só instante. Rute era minha vida e o seu corpo sensual só me convidava para penetrá-lo e sentir muito prazer.

terça-feira, 24 de julho de 2012

INGRATIDÃO


   Laura esboçou um leve sorriso quando o telefone tocou. Estava dando os últimos acabamentos na maquiagem e deixou tocar algumas vezes antes de atender, sabia que a pessoa que estava do outro lado da linha iria insistir, já imaginava que era Sérgio, um paquera que conhecera há poucos dias na praia e que a deixara bem interessada. Atendeu elegantemente e ouviu um elogio. Riu convencida e confirmou que ele poderia vir buscá-la.

   No quarto ao lado da elegante sala estava uma senhora bastante idosa, adormecida. Na cabeceira da cama algumas caixas de remédios que necessitava de seu uso. Laura olhou para ela antes de sair, deu um sorrisinho e um adeusinho  e abriu a porta, indo ao encontro de Sérgio, que já havia buzinado avisando que chegara. Beijaram-se assim que ela entrou no carro. Dirigiram-se para um restaurante onde a noite prometia. Ele estacionou o carro e se acomodaram em uma mesa reservada. Um aceno para o garçom e uma bebida foi servida, num ambiente de pouca luz ao som de uma música bem alegre. Um gole e um beijo na boca de causar inveja nos demais casais que ali estavam, alguns dançando.

   Em casa a velha senhora despertou e sabia que estava sozinha. Não contava com Laura, apesar de ser sua única filha, ficando sempre desprezada, muitas vezes dopada pelos medicamentos ingeridos contra a sua vontade. Tentou levantar mas o sono ainda a dominava devido ao efeito de calmantes. Sentia fome, mas ninguém poderia lhe servir naquele instante, o jeito era esperar ou adormecer novamente, o que geralmente acontecia.

   As horas já estavam adiantadas quando Laura deixou o restaurante ao lado de Sérgio. Abraçados, se dirigiram para o carro, porém Sérgio queria mais, envolveu-a nos braços e beijou-a ardentemente durante alguns minutos. Entraram no veículo e pegaram a estrada, parando em um motel onde o clima esquentou. Rolou sexo por um bom tempo até que ambos adormeceram. O dia já amanhecia quando deram conta de onde estavam. Abriram os olhos e se entreolharam com um ar bem sacana. Um beijo e mais cenas de sexo. Após o banho aguardaram o café da manhã com muito requinte. Risos e olhares maliciosos.

   A velha senhora conseguira levantar logo cedo a todo custo, apesar da dificuldade enfrentada. Se alimentava do que encontrava fácil na geladeira ou no armário. Esquentava o café quando Laura entrou repentinamente. Nem a cumprimentou, indo direto para seu quarto. Marta, assim se chamava, nada podia fazer devido a sua total dependência da filha, que era quem recebia a sua gorda pensão e fazia os pagamentos das despesas. Ela nem via a cor do dinheiro, do seu dinheiro.

   Assim era o comportamento de Laura, não tinha a mínima consideração pela mãe, trocando sempre de namorado e ostentando um padrão de vida invejável. Demonstrava total ingratidão pela mãe, deixando-a sozinha e curtindo a vida em prazeres sexuais. Queria aproveitar o máximo que pudesse às custas de Marta, planejando casar com o primeiro besta que topasse após a morte da mãe.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

SONHO MACABRO


 
o ambiente era escuro e úmido
um lugar aterrorizante e frio
ruídos estranhos, um mundo vazio
a mente adormecida nada entendia
apenas vislumbrava vultos em movimentos
com perda total de seus sentimentos
pareciam animais vorazes por uma presa
eu era a vítima e estava sozinho
um carente buscando um caminho
com um pouco de lucidez tentando escapar
desse inferno que já imaginava ser
mas as forças faltavam, iria morrer
os zumbidos aumentavam em meus ouvidos
a morte não vinha, ainda tinha os sentidos
melhor não os tê-los e acabar essa dor
os vultos avançavam, me perseguiam
queria gritar, minha voz onde estava?
sofria calado, eu apenas chorava
e então me dei conta que estava sonhando
mas não acordava... e os vultos chegando
foi quando emiti um quase grunhido
e o sonho macabro enfim terminou
percebendo que alguém meu nome chamou

MENSAGEM DE MINHA FILHA TATIANA KARLA POR OCASIÃO DO MEU ANIVERSÁRIO


Foto: Moacir Rodrigues

Hoje é seu aniversario Pai,  não poderia deixar de te dizer o quanto te amo e o quanto lhe desejo que este dia seja promissor de muita saúde, felicidades e sucessos na sua vida.
Que o senhor possa conquistar todos os seus sonhos e objetivos, embora sabemos que muitos já foram conquistados, mais precisamos sempre deles para ter mais motivações e emoções no nosso viver.

Que um dia pai querido eu possa e consiga retribuir pelo menos a metade de tudo que você fez e ainda faz por mim e minha filha.

Agradeço ao senhor toda a educação e caráter que tem todas as preocupações, dedicações e lições que apenas me fizeram crescer. Você sempre esteve ao meu lado nos bons e maus momentos, me apoiando e consolando, te agradeço pai.

Hoje, sou uma mulher vitoriosa, pois graças aos seus ensinamentos
tenho uma vida digna e honesta. 

E com uma pequenina palavra, como pai, queria lhe proporcionar toda felicidade do mundo, toda a alegria e toda a saúde possível, deixando-lhe ciente que ao declarar este sentimento deixo fluir o meu grande amor, afeto e carinho que tenho pelo senhor, desejando-lhe do fundo do meu coração que sejas feliz,  que Deus te ilumine para que continue sendo sempre assim tão especial para mim e Maria Júlia.

Eu Te Amo Pai, ou melhor, nós te amamos!!!

Tatiana Karla e Maria Júlia Lins
Hoje é seu aniversario Pai, não poderia deixar de te dizer o quanto te amo e o quanto lhe desejo que este dia seja promissor de muita saúde, felicidades e sucessos na sua vida.
Que o senhor possa conquistar todos os seus ...sonhos e objetivos, embora sabemos que muitos já foram conquistados, mais precisamos sempre deles para ter mais motivações e emoções no nosso viver.

Que um dia pai querido eu possa e consiga retribuir pelo menos a metade de tudo que você fez e ainda faz por mim e minha filha.

Agradeço ao senhor toda a educação e caráter que tem todas as preocupações, dedicações e lições que apenas me fizeram crescer. Você sempre esteve ao meu lado nos bons e maus momentos, me apoiando e consolando, te agradeço pai.

Hoje, sou uma mulher vitoriosa, pois graças aos seus ensinamentos
tenho uma vida digna e honesta.

E com uma pequenina palavra, como pai, queria lhe proporcionar toda felicidade do mundo, toda a alegria e toda a saúde possível, deixando-lhe ciente que ao declarar este sentimento deixo fluir o meu grande amor, afeto e carinho que tenho pelo senhor, desejando-lhe do fundo do meu coração que sejas feliz, que Deus te ilumine para que continue sendo sempre assim tão especial para mim e Maria Júlia.

Eu Te Amo Pai, ou melhor, nós te amamos!!!

Tatiana Karla e Maria Júlia Lins

sábado, 21 de julho de 2012

MEUS SONHOS, MEU CONSOLO


   Ed afastou a cortina da janela do quarto e olhou através da vidraça. O tempo frio e nublado quase o fazia retornar ao leito, mas dali a algumas horas estaria voando para São Paulo, onde participaria de uma reunião com empresários em uma grande empresa. Olhou para a cama e viu que a esposa ainda dormia, o dia estava mal começando.

   O café da manhã fora servido pela governanta e Ed estava feliz na conversa com Sara, sua esposa. Dessa reunião poderia surgir uma grande oportunidade dele auferir ganhos milionários e investir em sua própria empresa. Sua felicidade estava estampada no rosto e contaminava Sara, que sempre sonhara com um padrão de vida melhor, apesar de não reclamar do luxo que usufruía, mas queria um pouco mais.

   Ed desembarcou do automóvel no estacionamento do aeroporto e entregou as chaves do veículo para Sara, que seguiria para o seu trabalho, onde gerenciava uma empresa do ramo de telecomunicações. Era assídua no cumprimento de suas atividades.

   O avião decolou e Ed dava a impressão de estar rindo à toa, cumprimentando as comissárias de bordo quando passavam pelo corredor da aeronave ou conversando com o passageiro vizinho. Afinal era um dia muito importante para ele. Quase uma hora havia se passado do vôo quando subitamente o piloto anunciou sobre um problema, pedindo calma para todos, que já percebiam que o avião não voava normalmente. O pânico foi gerado, homens e mulheres começaram a gritar. O aparelho perdeu altura e em poucos minutos caiu em uma área de mata fechada, se espatifando e pegando fogo. Infelizmente ninguém escapou, o que foi constatado após as buscas pelas autoridades competentes.

   Sara fora informada do ocorrido e se desesperou, sentindo profundamente a morte do marido. Todos os seus sonhos foram por água abaixo. Perdera o ânimo e até a vontade de viver e durante dias permaneceu sem se alimentar direito.

   Passados três meses do acidente, Sara teve um sonho com Ed, que pedia para que se acalmasse, informando que a visitaria com frequência em sonhos e que fora necessária aquela partida repentina, mas ela não se conformava e chorava abundantemente após esse sonho. Com efeito, quase todas as noites Sara sonhava com o marido, que lhe dizia palavras bonitas, lhe deixando bastante comovida e conformada. Se acostumou a dormir mais cedo para poder sonhar mais tempo, para ter essa “companhia” tão desejada e que a deixava feliz. Essa foi a razão de Sara tomar gosto pela vida, de não se sentir mais só, agradecendo a Deus quando a noite chegava, certa de que em sonho o seu homem a cortejaria, esse era o seu consolo.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

SUELY ESPOSA E SUELY AMANTE



   Conheci Suely quando ela tinha 17 anos, no colégio onde estudava. A aluna novata que acabara de chegar quase no meio do ano tornou-se a minha melhor amiga. Seu jeito alegre logo conquistou os demais colegas de classe, o que me causava bastante ciúme, pois eu com meus 20 anos achava que essa amizade em demasia deveria ser só comigo. Achava então que estava flertando com ela, só pelo fato de termos uma amizade mais chegada. Mas Suely era muito expansiva, ria com todos, era uma criatura que cativava todo mundo, o que me deixava muito enfurecido, apesar de não demonstrar isso para ela, nem para ninguém. Aguentava aquela barra resignado.

   No final do ano a nossa classe organizou uma festinha de despedida, nos divertimos bastante e eu estava pra lá de eufórico, sempre ao lado de Suely, admirando a sua beleza, o seu sorriso, pegando na sua mão, fazendo de conta que existia um namoro, pois até aí não tinha nada de concreto, não nos beijávamos, coisa que eu desejava ardentemente, sonhando sempre com essa cena. Ela povoava meus sonhos quase todas as noites. Morria de vontade de chegar para ela e confessar o meu amor, de assumir com ela um namoro oficial, mas ela sempre se saía, dava um jeito de me agradar, tomando o devido cuidado de me manter sempre de alto astral, o que me deixava de certa forma satisfeito.

   O ano letivo se iniciou e continuamos juntos na mesma classe, a alegria era a mesma, apesar de alguns colegas terem ficado em outra sala e outros terem se matriculado em outros colégios. Nesse ano eu planejava falar seriamente com Suely, saber da sua real decisão, enfim ouvir um sim ou um não, porém convicto de que um não seria como se o mundo desabasse sobre minha cabeça.

   Certo dia cheguei na classe e não encontrei Suely. Achei que ela estava atrasada e aguardei impaciente. A aula transcorreu normalmente e ela não apareceu. Fiquei preocupado, mas aguardei ansiosamente o dia seguinte. Também não apareceu, o que me deixou super chateado e querendo saber o que teria acontecido. Como nunca tinha ido na sua residência, localizei o seu endereço e fui até lá. Para o meu desespero Suely já estava bem longe, seus pais haviam se mudado para outro estado e ninguém soube informar mais detalhes. Só fiquei sabendo depois que não houvera tempo para informar o colégio, pois o seu pai havia sido transferido de emprego e teve que viajar às pressas. Nunca mais vi Suely.

   O tempo passou e essa garota não me saía da cabeça. Tentei namorar outras jovens mas continuava pensando nela. Várias namoradas até percebiam a minha indiferença.

   Dez anos depois eu estava com uma namorada firme, já pensando em casar com Suely, que coincidentemente tinha o mesmo nome daquela por quem me apaixonei. Noivamos e marcamos o casamento, que não demorou a acontecer. Dois anos depois nasceu nosso filho.

   Larguei do trabalho numa noite de chuva e aguardei o ônibus embaixo de uma marquise. Chovia forte e comecei a me molhar, tendo que me espremer junto de algumas pessoas, quando um olhar feminino me fulminou, acompanhado de um sorriso. Meu coração palpitou descompassadamente. Dois braços me envolveram e esqueci que era casado. Um longo beijo selou esse encontro, me deixei envolver com essa demonstração de carinho e nada mais tinha sentido para mim. Era Suely, aquela a quem amei verdadeiramente, que me fez sofrer com sua ausência. Chorei sem querer. Não queria mais saber da chuva e não me preocupei com o retorno ao lar. Suely estava ali na minha frente, ou melhor, nos meus braços. Não tivemos tempo de falar um do outro e para mim a emoção foi demais.

   A noite parecia interminável para mim naquele quarto de motel, amando loucamente Suely, aquela que tanto desejei nos tempos da mocidade. Já amanhecia quando voltamos à realidade, quando falamos um do outro. Ela saíra de um casamento mal sucedido e ficara sabendo da minha condição de casado, mesmo assim continuamos o romance, continuamos a dar prosseguimento naquele amor que sequer havia começado. Não tive coragem de acabar meu casamento mas também não consegui resistir a esse amor que tanto me fez sofrer e que agora estava vivenciando com muita intensidade.

ESTRELA RADIANTE



O dia amanheceu
O sol ainda não deu sinal de sua graça
Acordo sempre cedo, me sento na praça
Penso em coisas boas, não quero desgraça
Falo o que quero, ninguém me amordaça

Olho o céu e vejo
Uma estrela que teima em ficar ali
O céu é todo seu
Sua luz não morreu
É um momento meu

É a estrela que costumo admirar
A estrela radiante que me faz acordar
Já deixei a cama, já parei de sonhar
Sou dela nesse instante
Nada é mais importante
Só minha estrela radiante

O APOSENTO SEM VOCÊ



E ntrei naquele aposento simples, aconchegante
S enti um clima agradável, familiar
T ive a impressão que ali ela poderia estar
R i, sentei na cama, me senti triste
E la estava ali, mas só em pensamento
L ogo me dei conta do meu sofrimento
A quela alegria eu não mais conhecia
 

R estos de esperança em minha cabeça
A sua volta poderia um dia acontecer
D aria minha vida para esse amor renascer
I iria longe para procurá-la até encontrar
A o invés de ficar aqui na solidão
N unca deixarei de amá-la, meu amor
T enho certeza que a tenho no coração
E que esse aposento será sempre nosso

quinta-feira, 19 de julho de 2012

LÁ VEM O TREM



Lá vem o trem

Trazendo alegria pra minha cidade

Trazendo gente, trazendo carga

Me fazendo rir na minha idade



Lá vem o trem

Fazendo barulho que nem um louco

Maria Fumaça toda apressada

Eu na estação demoro um pouco



Lá vem o trem

Já fico esperando o seu apito

Toda a meninada corre pra rua

Depois que escutam meu grito



Vai embora o trem

Pronto, agora deu-se a desgraça

Acabou a festa, reinou o silêncio

Só vejo ao longe a sua fumaça

segunda-feira, 16 de julho de 2012

PERSEGUIÇÃO MENTAL


   Décio teve a nítida impressão de que estava sendo seguido quando parou de cavalgar. Percorrera centenas de quilômetros, atravessando planícies, riachos e florestas, além de caminhos pedregosos. Estava exausto e o cavalo precisava descansar. Regressava de um vilarejo onde fora pegar uma encomenda de certo valor, o suficiente para despertar a cobiça. Tivera o devido cuidado para não despertar suspeitas a partir do momento que pegou as barras de ouro, colocando em uma bolsa o mais discreto possível. Escolheu um lugar estrategicamente bom para visualizar qualquer aproximação, pois todo cuidado era pouco. A tarde findava e os últimos raios de sol já começavam a desaparecer no horizonte. Ficaria ali para passar a noite e seguir viagem quando o sol despontasse.
   A fogueira foi acesa com gravetos colhidos nas redondezas, antes que a noite encobrisse tudo. Décio preparou um café quente e vestiu um casaco para se proteger do frio. Logo a escuridão tomou conta do local e uma cama improvisada se via junto da fogueira, que fora abastecida com mais gravetos. Nosso viajante ficou em ponto estratégico observando a cama, onde dava a impressão de alguém estar dormindo tranquilamente. Queria testar se seria atacado por algum vulto fortuito. O tempo passou e nada aconteceu, então Décio resolveu dormir.
   O dia amanheceu, ele levantou-se e olhou atentamente o lugar, viu que tudo estava em ordem. Pôs a mão debaixo do travesseiro para se certificar se sua arma ali estava. Lavou o rosto num riacho próximo e esquentou água para o café. Os mantimentos dariam para chegar em casa, poderia até caçar algum animal para o almoço. Arrumou as coisas e partiu, olhando para trás com a mesma impressão de antes de que alguém o seguia.
   O sol já estava alto quando decidiu parar debaixo de uma frondosa árvore, local ideal para um merecido repouso, podendo fazer um fogo e esquentar o almoço. Caçou um coelho para saborear sua carne, assada no fogo. Após matar a fome um descanso agora era necessário, pois muitos quilômetros de estrada ainda estavam pela frente. O sono não tardou, mas Décio acordava repetidas vezes assustado, seja por uma simples folha que caísse jogada pelo vento ou pelo barulho de alguma ave nos galhos das árvores. Observava atentamente para todos os lados, não desejava ver nenhum ser humano que fosse capaz de tentar lhe roubar. Estava sempre com a bolsa perto de si, bem segura, onde as barras de ouro estavam.
   Já passava das duas da tarde quando iniciou a longa jornada, após tomar alguns goles d’água, sempre olhando as redondezas. Queria estar certo de que uma viv’alma ali não existia. Já tivera oportunidade de percorrer esse mesmo caminho inúmeras vezes e em uma delas fora assaltado. Dois bandidos mascarados lhe tomaram os pertences, além do cavalo. Só não foi morto porque resistiu bravamente, tendo trocado tiros com os meliantes com uma arma que havia escondido nas costas, chegando a ferir um deles. O pior foi que teve que retornar à pé.
   A noite se aproximava e Décio viu a necessidade de parar para o devido descanso seu e do animal. Enquanto o cavalo saciava a sede em um riacho próximo, ele recolhia galhos secos para a fogueira. Súbito, um barulho lhe chamou a atenção, ficando imóvel e procurando a sua direção exata. Afastou as ramagens e nada detectou,  deixando sua mente confusa. Na posição onde estava não poderia ser visto por se encontrar agachado e em meio ao mato. Continuou investigando de onde partira o som que escutara, abrindo um sorriso ao ver um casal de coelhos em cópula. Decidiu não matá-los, pois ainda tinha um pouco dessa carne guardada, sendo só necessário esquentar.
   O sol foi quem acordou o viajante solitário, que abriu os olhos e espreguiçou-se, sentindo-se tão seguro como das outras noites. Pensou em não levantar logo, dormir mais um pouco, porém era bom apressar para chegar em casa o mais cedo possível.
   A viagem transcorreu tranqüila, sempre quando parava para descansar como para se alimentar. Mais duas noites se passaram e Décio já estava certo de que nessa tarde chegaria sem enfrentar obstáculos. Sua mente ainda não lhe deixava em paz, estava sempre atento em todas as ocasiões e as barras de ouro o preocupavam muito. Transportava-as com todo o cuidado, sempre com discrição, mas nessa vida nada impede que algum mal possa acontecer. Finalmente chegou ao destino em paz, agradecendo aos céus por essa aventura ter sido muito proveitosa.

ENCONTRO COM A MORTE


   Dani olhou o relógio e percebeu que estava atrasada para um encontro, havia dormido demais, tivera um sonho bastante agradável  e não escutou o despertador do celular depositado na cabeceira da cama. Nem soube explicar porque despertou tão bruscamente, talvez seu instinto mesmo adormecido a tenha trazido para a realidade. O sonho tinha a ver com a noite anterior, quando participou de uma festinha com amigos, tendo se excedido um pouco na bebida ao lado de Teo, um rapaz que conhecera naquela noite tão cheia de encantamentos.
   Priscila era sua amiga de faculdade, estavam sempre juntas, adoravam curtir a vida da melhor maneira possível. Ela a tinha convidado para uma festinha regada a bastante bebida e petiscos, pois tratava-se da despedida de solteiro de um amigo, iria casar nos próximos dias. Conhecera Teo, um amigo do despedinte de solteiro, um rapaz que morava em outra cidade, o qual  fora convidado para a festa e que logo se engraçou de Dani, tendo ambos ficado sempre juntos, despertando a atenção dos demais amigos, já que ela era uma pessoa um pouco reservada e pouco namorava, apesar da vida agitada que levava. Após algumas doses foram para o jardim, onde praticamente se iniciou um namoro. Beijos ardentes não faltaram, além de trocas de carícias. Dani estava vivendo uma noite como nunca imaginou. Voltaram depois para junto  dos outros amigos, dançaram e no final da festa marcaram um encontro no dia seguinte, já que ele viajaria à tarde para sua cidade de origem.
   Dani tomou um banho rapidamente e tomou seu café. Estava com um ar bem alegre, apesar da preocupação com a hora, pois o relógio já marcava dez horas da manhã. Preparava-se para sair quando a cigarra tocou. Abriu a porta e deparou-se com sua amiga Priscila, em prantos, além de mais dois amigos. Dani empalideceu com aquela cena sem imaginar o que teria acontecido. Foi então informada que um grave acidente de carro havia vitimado Teo, que falecera no local. Dois outros amigos ficaram em estado grave mas não corriam risco de morte.
   Traumatizada, Dani apenas foi visitar os amigos hospitalizados, enquanto o corpo de Teo era transportado para sua cidade por familiares que vieram prontamente após o fato. Nessa noite ela não conseguiu dormir, seu pensamento estava em Teo, naquela noite que jamais irá esquecer, pois será a melhor noite da sua vida por nunca ter experimentado momentos como aqueles, os quais poderiam mudar o rumo dos acontecimentos na trajetória que seguia. Chorou bastante, sentiu sua falta, já o tinha como uma pessoa que iria viver ao seu lado, iria até transformar sua vida.
   Passados alguns meses Dani ainda não havia se recuperado desse trauma, sonhava bastante com ele, sempre mostrando aquele sorriso e aquela alegria que lhe eram peculiares. Acordava sobressaltada e chorava, muitas vezes sem acreditar no que aconteceu, imaginando estar sonhando, querendo a todo custo acordar desse sonho que teimava em pensar que existia. Pouco procurava os amigos, passando a se isolar de todos, inclusive da família.
   Certa noite Dani teve um sonho impressionante. Teo a convidava para um encontro, pois estava precisando muito falar com ela, queria vê-la e sentir o seu perfume, marcando hora e local. Dani acordou pensativa, já havia se acostumado a não mais chorar, mas mantinha a mesma tristeza, sabendo que o destino assim quis. Não havia dado muita atenção ao pedido de Teo no sonho, achava que era coisa de sonho, ela era quem fantasiava aquela situação. Porém algo a impulsionou para ir ao encontro, talvez alguma coisa acontecesse, poderia sair da rotina, da solidão.
   Lá estava ela indo ao encontro e chegando no local não viu ninguém, a estrada estava deserta e se sentiu uma tola, estava dando ouvido a bobagens. De repente ela viu do outro lado da estrada, próximo a uma árvore, a imagem do seu querido Teo. Sem vacilar, abriu um largo sorriso, gritou seu nome e correu ao seu encontro. Não viu um carro que surgiu em alta velocidade que colheu seu corpo, jogando-o a vários metros de distância. Não deu tempo sequer de um gemido. Sua cabeça rodou e ela percebeu que não sentiu nenhuma dor. Um vulto se aproximou e lhe abraçou ainda no chão. Levantaram ambos num abraço afetuoso.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

V I D A (de A a Z)

A mo a vida, pode crer
B ato no peito e grito
C alo e depois agito
D entro de mim só paixão
E por fora vida e ação
F ui longe, consegui vencer
G anhei a batalha, posso comemorar
H oje sou um, amanhã vou continuar
I magine minha história no começo
J oguei fora o meu tropeço
L onge de mim a solidão
M as a saudade às vezes quero
N ão vou negar, sou sincero
O destino me deu razões
P ara viver tendo soluções
Q uando preciso elas aparecem
R ejeito as que não servem
S ou feito de amor, relevem
T enho a vida, quero viver
Ú nica, porém não eterna
V ou deixá-la quando morrer
X arope não existe para renascer
Z zzzz... agora vou dormir

OUTRA TARDE DE VERÃO


O tempo estava lindo, céu claro
U ma brisa suave soprava
T ive uma lembrança, não agradava
R esto de um passado, prefiro esquecer
A lembrança é forte, faz estremecer
T enho comigo só o presente
A tarde agora é linda, é verão
R azão para me sentir melhor aqui
D esgostos não tenho, achei solução
E speranças surgiram, sinto paixão
D o passado só quero distância
E squecer de vez aquele verão
V ai, saudade! vai embora também
E ssa tarde é minha, é outro verão
R asguei aquela página antiga
A quela que só me deu fadiga
O utra tarde de verão, outra vida

NAQUELA TARDE DE VERÃO


N AQUELA TARDE DE VERÃO EU ME SENTI
A CRIATURA MAIS TRISTE QUE EXISTIA
Q UERIA SUMIR, VIVER DE FANTASIA
U M CANTO QUALQUER PARA PODER SONHAR
E U ERA UM NADA, NÃO TINHA NINGUÉM
L OGO, SEM PERCEBER, APARECEU ALGUÉM
A MIM SE DIRIGIU VENDO MEU SOFRIMENTO
T OMEI UM SUSTO COM ESSA INVESTIDA
A TARDE ESTAVA LINDA E ELA PERDIDA
R ESOLVEU ME PERGUNTAR SOBRE UM LOCAL
D E REPENTE EU MUDEI, VOLTEI A MIM
E LA NOTOU QUE EU ESTAVA MEIO ASSIM
D ESEJEI ESQUECER TODA A TRISTEZA
E OUVIR O QUE TINHA PARA ME DIZER
V I SEUS OLHOS BRILHAREM, VI SEU SOFRER
E COMO EU, ESTAVA AMARGURADA TAMBÉM
R IMOS, NOS OLHAMOS, PEGUEI SUA MÃO
A MINHA TRISTEZA ACABOU, ACABOU A SOLIDÃO
O ENCONTRO NAQUELA TARDE DE VERÃO FOI BOM

A CHUVA ATRAPALHOU (de A a Z)


A conteceu o que eu não esperava
B astou eu sair e o tempo mudou
C aiu uma chuva forte, me molhou
D epois de tanta espera, tudo em vão
E u me vi agora sem outra opção
F oram-se os meus anseios de repente
G arantiu a chuva minha volta pra casa
H oje realmente isso somente me arrasa
I maginando o que poderá acontecer
J urei que lhe daria toda a certeza
L he diria sim diante de sua beleza
M as a chuva não deixou, me traiu
N ão sei se vai mesmo acreditar em mim
O consolo é parar a chuva e mesmo assim
P ode ela não estar onde eu imaginei
Q uero então que me perdoe em outro dia
R ezarei para que quando me ver, sorria
S empre alimentando a esperança de tê-la
T entarei com carinho em meus braços envolvê-la
U nir nosso amor para todo o sempre
V ejo que nada além da chuva vai impedir
X ingando essa chuva que me atrapalhou
Z ás! Enfim o nosso amor recomeçou

segunda-feira, 9 de julho de 2012

PRESO NA NEBLINA


a neblina quase não me deixava ver nada
parei o carro e me posicionei no acostamento
lá fora o frio era grande, quase um tormento
dentro do carro o clima era acolhedor

já era quase noite e o tempo não mudava
sentia um certo receio por estar sozinho
motoristas voltavam, seguiam outro caminho
eu teria que esperar, minha rota era única

pensei em Laura, como estaria agora?
gostava de sentir meu abraço na chegada
se eu demorasse ficava logo desesperada
meu pensamento com certeza estava nela

preso na neblina, refém do tempo lá fora
uma espera que duraria bastante tempo
alguns faróis lentos, dúvidas, contratempo
pessoas sem saber o que fazer na estrada

as horas se passavam, a neblina permanecia
tinha vontade de seguir, estava impaciente
no entanto tinha medo de um acidente
queria estar bem vivo chegando em casa

enfim o cansaço chegou e me venceu
estava exausto no carro, acabei adormecendo
nem me dei conta do dia amanhecendo
nem do guarda batendo no vidro do carro 

domingo, 8 de julho de 2012

MEU SONHO É VOCÊ


o dia amanheceu, o sol começava a brilhar
meu pensamento vai longe, bem adiante
sofro de saudade de alguém distante


sonhei com ela, com seu sorriso
porém sonhar não resolve mais
queria vê-la, não perdê-la jamais


não consigo mais me dominar
já dei tempo ao tempo, esperei
fiz das tripas coração, já chorei


mas meu sonho é você, sempre você
volte para mim, amenize minha dor
eu quero sorrir, preciso do seu amor

AMOR E SILÊNCIO











A porta do quarto se abriu e Estela entrou
Queria me dizer algo, percebi no seu olhar
Parecia triste e prestes a chorar
Fiquei calado, esperando que se acalmasse

Esboçou um sorriso, talvez tentando enganar
Não disse uma palavra, esperou uma reação
Queria testar como andava meu coração
O silêncio reinou no quarto por minutos

Me levantei bem calmo, afaguei seus cabelos
Olhei nos seus olhos, vi que estava sofrendo
Tentei entender o que estava acontecendo
Sem uma única palavra beijei o seu rosto

Um novo sorriso dela, acho que verdadeiro
Desta vez não fingia, parecia outra mulher
Tirou a blusa, jogou num lugar qualquer
O silêncio permanecia, o clima mudou

Fechei a porta do quarto e me deitei
Ela se envolveu em meus braços com paixão
Sentimos o desejo, uma fúria de tesão
Nós dois no silêncio nessa noite de amor