segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

A CAPA

Além da Imaginação

    Morei muito tempo em Campina Grande, Paraíba, uma cidade pequena porém ordeira e desenvolvida. Eu tinha um grupo de amigos bacanas com quem saía para as festas em clubes, para os cinemas, etc.
    Certo dia eu fui em uma excursão para Fortaleza, acompanhado de vários amigos do meu grupo, em um ônibus de luxo fretado pelo colégio onde eu estudei. A viagem foi ótima, todos conversando, brincando e contando piadas. Chegamos em Fortaleza num sábado pela manhã debaixo de um forte aguaceiro que só passou lá pelas dez horas. Mesmo assim visitamos a capital e os pontos turísticos. À noite fomos à uma festa num clube da cidade, programada pelo colégio, onde nos divertimos um pouco. Lá pelas 22 horas uma de minhas amigas sentiu-se mal e foi preciso ser levada para o hospital. Um de nossos professores levou-a em um carro e eu a acompanhei. Como estava chovendo, deram-me uma capa para me proteger.
    A enfermeira que atendeu minha amiga foi muito boazinha e eu fiquei bastante tempo conversando com ela. Perto de mim uma senhora idosa, baixinha, veio até mim e perguntou se eu podia lhe emprestar a capa, pois estava chovendo e ela necessitava sair logo, pois morava não muito longe. Achei estranho ela pedir que eu fosse buscar a capa no dia seguinte, e antes de sair disse onde morava.
    Nós íamos passar dois dias em Fortaleza e no dia seguinte eu fui até o endereço da velha senhora, pois afinal de contas a capa não era minha e a curiosidade me fez apressar os passos. Chegando lá encontrei um velhinho. Contei-lhe o acontecido e para o meu espanto a velha já havia morrido há muito tempo. A casa era bem luxuosa e haviam outras pessoas. Disseram-me qual o cemitério onde ela havia sido enterrada, pois eu não havia acreditado que ela fosse morta. Na cova indicada eu tive um grande susto que me fez arrepiar os cabelos: lá estava a capa.

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