quarta-feira, 22 de agosto de 2012

POR UM PUNHADO DE REAIS

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    Cíntia caminhou triste pela praia, estava sem rumo, carregando uma bolsa com alguns pertences. Estava decidida a não voltar mais para casa após uma discussão com seu pai por considerá-la uma moça vulgar, de viver de namoricos, de não gostar de estudar. Sua mãe era neutra, por ela não sairia de casa, alimentava a esperança de um dia mudar, criar juízo, ser gente. Ela chorou bastante com a sua saída de casa, já o pai ficou até satisfeito, ela que se virasse. Mas ela não estava ali na praia por acaso, tinha um propósito. Sabia que encontraria alguém ali, alguém que pudesse até lhe dar a mão, dar uma força para resolver seu problema. Hélio estava sempre ali, ora jogando vôlei, ora tomando uma com amigos ou mesmo só, meditando sobre a vida, pois tinha seus momentos de tristeza.

    A tarde já estava findando e Cíntia não vira Hélio, achando até estranho a sua falta, já que costumava estar sempre ali naquela área. Sentou-se na areia, decepcionada, já se arrependendo de ter saído de casa, deveria ter ouvido os conselhos de sua mãe, mas já tinha decidido, ia ver no que ia dar. Estava tão distante no pensamento que não viu uma pessoa sentar ao seu lado. Já o tinha visto por ali, sabia que aliciava garotas para turistas estrangeiros, resolveu dar atenção para ele. Conversaram bastante até que a noite caiu, tendo ele a convidado para um drink, tendo ela aceitado. Dirigiram-se a um restaurante das proximidades e sentaram em uma mesa reservada, onde foram servidos com bebida. Comeram alguns petiscos e até dançaram um pouco, até que sentindo-se cansada aceitou o convite dele para irem até seu apartamento.

    Cíntia entrou no quarto e se deslumbrou com o luxo, mas como estava exausta deitou-se e nada mais viu. Acordou quase pela manhã, totalmente despida, nos braços do desconhecido, que se chamava Marcelo. Sentiu-se envergonhada mas acabou se acostumando. Até aí ele tinha sido legal com ela, apesar de ter feito sexo com ela sem o seu consentimento, mas agora era tarde para questionar esse assunto. Fizeram sexo novamente e ela gostou, tendo ele prometido que daria tudo que precisasse, era só cumprir algumas ordens suas e se tornaria uma rainha ali.

    Marcelo precisou sair e deixou-a só, porém advertindo-a de que receberia uma visita. Cerca de uma hora depois a cigarra tocou e um homem bem vestido entrou, era a visita de que falara Marcelo. O estranho a abraçou e convidou-a para a cama onde rolou sexo por algum tempo. Ao sair deixou uma boa quantia com ela, que começava a gostar da situação. À tarde ele recebeu mais duas visitas e sua bolsa foi ficando recheada de dinheiro, o que a deixou feliz, não imaginando que chegasse a tanto. À noite Marcelo chegou e explicou-lhe a situação: as visitas eram agendadas por ele, que recebia a sua parte e a outra era entregue a ela pelo cliente. Foram para a cama e fizeram sexo a noite inteira, o que ela aceitava com prazer.

    Os dias se passaram e Cíntia já pousava de madame, tendo ganho um carro de Marcelo, além das comissões de cada homem com quem transava. Esse agora era o seu “trabalho”, o seu modo de ganhar dinheiro e ao mesmo tempo se divertir, pois a maioria dos seus clientes eram gringos e empresários, pessoas de alto poder aquisitivo.

    Cíntia passou a visitar os pais, dissera que estava vivendo com uma pessoa e passou a ajudá-los, já que eram pessoas simples. Sua conta bancária estava sempre sendo abastecida de reais e o padrão de vida se assemelhava ao de uma rainha, uma realidade que hoje em dia é normal na vida de muitas mulheres.

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