terça-feira, 21 de agosto de 2012

EM OUTRO PLANO FÍSICO


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   O salão era amplo e dava a impressão de ser um lugar suntuoso, onde apenas pessoas importantes frequentavam. As janelas deixavam entrar uma claridade abundante, os móveis tinham um estilo antigo e o piso parecia ser de mármore. Eu estava maravilhado com aquele ambiente nunca visto por meus olhos e ao mesmo tempo me perguntando o que fazia ali, naquele salão deserto, cheio de corredores, enormes janelas e um ar agradável. Sim, o que eu estava fazendo nesse local que mais parecia um castelo de contos de fadas? Sinceramente eu não sabia responder e daria tudo para que alguém me dissesse onde eu estava e o porquê dessa visita sem ao menos eu saber se fora convidado. Resolvi explorar o ambiente, conhecer mais esse lugar tão importante e tão misterioso. Percorri corredores, salas, abri portas e não vi ninguém, deduzindo então que poderia estar sonhando. Mas que sonho real era esse, tão claro e objetivo, tão material que me permitia tocar objetos, sentir aromas e andar tranquilamente sem ser incomodado? Não! Não era um sonho, eu estava bem acordado, eu ouvia os meus passos no chão de mármore, eu ouvia o canto de pássaros lá fora. Espere! Lá fora!

    Me vi agora na parte de fora daquele imenso imóvel, daquele que eu chamaria de castelo, onde pude vislumbrar altas paredes, janelas com vidros em várias cores, porém totalmente deserto. Eu estava perdido ali, não sabia o que fazer, não sabia como tinha chegado a tão encantador lugar, não via ninguém para perguntar e a única maneira foi parar um pouco e esperar. Sentei-me em um banco e fiquei a observar o que estivesse ao alcance dos meus olhos, as árvores, os pássaros nos galhos, o céu límpido e de um azul maravilhoso, diferente do da Terra. Ei! Espere um pouco, do da Terra? Eu mesmo estou dizendo isso e não sei por que o disse. Será que morri? Será que estou em outro plano físico? Não sei, não tenho certeza, não tem ninguém aqui para tirar a minha dúvida, só resta esperar.

    Adormeci ali, naquele banco aparentemente confortável. Mesmo adormecido eu pude vislumbrar vultos que me pegaram e me colocaram em uma espécie de maca e me levaram para um quarto. Não conseguia ver seus rostos, apenas suas vestes que eram alvas como a neve e que flutuavam ao sabor do vento. Mentalmente fui informado que ali agora seria o meu lar, a minha nova morada, que eu estava em outro plano físico, onde teria de seguir novas regras, novos ensinamentos. Realmente eu havia morrido e não sabia.

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