Era uma tarde linda quando Fred e Bete se encontraram numa praça
arborizada da cidade. O amor entre ambos era intenso, prenúncio de um casamento
cheio de emoções e de grandes felicidades. Um beijo selou esse encontro com
sorrisos estampados em suas faces. Depois de alguns momentos de conversas sobre
coisas triviais, Bete entrou no carro e seguiram para um motel, local onde
curtiam esse amor maravilhoso com frequência, onde debatiam assuntos
relacionados ao futuro de ambos.
Bete chegou em casa bastante feliz, afinal a tarde fora emocionante, de
muitos carinhos e suspiros de prazer. Fred a acompanhou até a porta e voltou
para o carro. A noite já anunciava que estava chegando e ele tinha alguns
negócios para resolver.
Os dias se passaram com rapidez, assim como as nuvens do céu. A
felicidade deles era grande e Bete tinha todos os motivos para ser uma mulher
realizada, afinal também tinha o seu trabalho, tinha o seu jeito de viver
sozinha em um apartamento no centro da cidade, já que os pais residiam no
interior.
Bete largou do trabalho e foi convidada por uma amiga para tomarem um
drink em um restaurante próximo a praia, local frequentado por executivos e
turistas. Sua amiga dirigia o carro e estacionou em frente ao restaurante,
tendo Bete se surpreendido ao perceber que o carro de Fred ali estava, ela o
reconheceria em qualquer lugar. Com certeza ele estava ali, quem sabe até
acompanhado. Ela imaginava que ele estivesse trabalhando. Qual não foi sua nova
surpresa quando o viu abraçando uma mulher bonitona, bem vestida e estampando
um largo sorriso. Dirigiu-se imediatamente para a mesa onde estavam e
questionou a atitude dele. Por mais que ele explicasse ela não lhe deu razão,
chorou amparada pela amiga e se retirou do local.
No dia seguinte Fred a procurou e explicou que se tratava de uma
executiva e que o abraço fora simplesmente por estarem firmando um contrato
valioso para a empresa onde trabalhavam. A mulher em questão era gerente da
mesma empresa que teria vindo à cidade com esse intuito. Mas mulher tem essas
desconfianças, não aceita certas demonstrações de intimidades e Bete viu uma
cena que qualquer mulher reprovaria: o abraço de seu homem com outra mulher.
Esse foi motivo suficiente para ela ficar magoada a ponto de não considerar
suas explicações. Ficaram sem se falar e Fred precisou viajar representando a
empresa em uma reunião de executivos em outro estado, onde demoraria alguns
dias.
Sentada na sala, pensativa, Bete aparentava uma tristeza sem fim. Havia
rompido com Fred da última vez que telefonou, não queria mais vê-lo, mas não
era isso o que seu coração queria. Nem pensava mais nele com frequência, achava
que o tempo iria acalmar a situação. Nesse momento a campainha tocou e um rapaz
lhe entregou um buquê de flores muito lindas e da sua preferência. Agradeceu e
fechou a porta, sorrindo levemente. Encontrou no buquê um cartão onde tinha uma
mensagem de Fred dizendo que a amava e que reconsiderasse o seu pedido de volta
para os seus braços, pois a amava demais e não queria perdê-la. Ela riu mais
abertamente, colocando as flores em um jarro, imaginou que tudo voltaria ao
normal e resolveu que o perdoaria, afinal também amava aquele homem e não
queria ficar remoendo um ciúme besta. A campainha tocou novamente e ela correu
para abrir a porta. Era Fred. Dois braços abertos a esperavam com alegria e um
beijo selou o encontro.
(Texto extraído da poesia FLORES PARA BETE, deste autor)
(Texto extraído da poesia FLORES PARA BETE, deste autor)
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