terça-feira, 7 de agosto de 2012

O ANJO BOM QUE MUDOU MINHA VIDA


    Eu sempre fui uma pessoa de poucos recursos, saldando meus compromissos com muita dificuldade, às vezes “descobrindo um santo para cobrir outro”, mas nunca procurei levar vantagem em nada e nem subtrair aquilo que não me pertencesse. Eu acreditava que a vida era para ser vivida da maneira como pudéssemos, não importando se a pessoa tivesse dinheiro ou não.

    Certo dia eu estava na cidade fazendo alguns pagamentos e resolvendo outros problemas quando o cansaço me bateu e para descansar as pernas me sentei num banco de praça, ficando a meditar um pouco. Próximo a mim existia um orelhão que começou a tocar. A praça estava quase deserta e eu fiquei desconfiado se alguém não estava querendo pregar uma peça. Olhei atentamente as redondezas e não vi ninguém suspeito, resolvendo atender ao telefone. Uma voz que não consegui identificar se era masculina ou feminina me cumprimentou e perguntou se eu estava disposto a cumprir uma tarefa. Achei engraçado e imaginei que se tratava de um trote, já pensando em desligar, mas a voz era tão melodiosa que decidi escutar. Me informou algumas dezenas me pedindo para fazer um jogo na loteria mais próxima. Como não estava com lápis e papel na mão, anotei na agenda do celular. Como para confirmar a voz me pediu que repetisse os números, o que fiz prontamente. “Agora tem uma coisa”, disse a voz intrigante, “você vai ganhar e ficar com apenas 10% do prêmio, devendo doar os 90% a uma instituição de caridade idônea”. Aquele fato me deixou bastante intrigado, porém resolvi atender. Entrei numa loteria e fiz o jogo solicitado. A voz não havia se identificado e fiquei no aguardo dos acontecimentos.

    Quando conferi o jogo quase caí de costas, foi um susto muito grande, pois eu achava que aquilo tinha sido uma brincadeira. Os números conferiam com o resultado e o prêmio foi fabuloso, apesar de outras duas pessoas também terem acertado. A voz da ganância soprou no meu ouvido mas não dei importância, quis mostrar que cumpriria a minha palavra, mesmo sob os protestos da minha esposa. Fiz o que a misteriosa voz pedira, procurando uma instituição séria que ajudava pessoas e fiz a doação. Os 10% a mim destinados foram suficientes para resolver meus problemas financeiros, sobrando uma pequena reserva que depositei na poupança.

    Passaram-se algumas semanas e lá estava eu circulando naquela mesma praça e vendo o bendito orelhão, que coincidentemente começou a tocar. Já fui imaginando que era aquela voz, aquela pessoa que me dera a sorte. Com efeito, para minha surpresa era a mesma voz, que novamente me informou novos números, novas dezenas para serem jogadas na loteria. Desta vez não impôs nada, apenas disse que tudo me pertenceria, o prêmio seria só meu, não precisaria fazer doação alguma. Fiz o jogo já esperando ganhar novamente na loteria, o que realmente aconteceu. Mesmo que aquela voz de anjo dissesse que o prêmio seria todo meu, decidi doar uma parte para outra instituição de caridade. Até hoje agradeço àquele anjo bom que mudou a minha vida e me fez ser uma pessoa muito feliz.

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