A aproximação de um homem fez Dalva ficar trêmula e inquieta. Ao seu
lado um corpo sem vida numa poça de sangue. Era o mesmo que a sequestrara,
junto com o que agora estava morto.
Lembrou-se do ocorrido, quando voltava sozinha para o rancho e fora
surpreendida por dois indivíduos, os quais, de arma em punho, a dominaram e
levaram para uma cabana no meio do mato. Dalva foi então amarrada a uma cama
onde posteriormente seria seviciada, satisfazendo os instintos bestiais deles.
Ambos tomaram alguns goles de vinho e um deles foi em busca de madeira para
alimentar a lareira, pois pretendiam passar a noite ali e ela seria a diversão.
O que ficou com ela, quando o outro saiu, resolveu logo admoestá-la, tentando
beijá-la e apalpando seus seios. Foi impedido por Dalva, que mesmo amarrada foi
espancada, levando uns tapas no rosto. Com as duas mãos amarradas nada podia
fazer, tendo que aguentar o assédio do elemento e ouvir suas gargalhadas sarcásticas. Ela então
fingiu colaborar com ele, pedindo para que soltasse uma de suas mãos, no que
foi atendida. Ele a abraçou com o seu consentimento, mas não percebeu que ela
tirou da roupa um canivete, aplicando-lhe um certeiro golpe na garganta, tendo
o sangue começado a jorrar. Cortou então a corda que a prendia na cama e já ia
fugir quando viu que o outro se aproximava.
Dalva correu para os fundos da cabana, para tentar a fuga, mas o
elemento parece ter percebido a sua estratégia. Deu a volta por trás e a
surpreendeu já se embrenhando no mato, fazendo-o segui-la. Mais a frente ela
caiu e viu a sua frente um cobra já pronta para lhe dar um bote, porém um tiro
esmigalhou a cabeça do animal. Dalva foi arrastada então para a cabana e
novamente amarrada a cama. O corpo do comparsa foi arrastado para fora para
depois ser enterrado. O truculento homem preparou dois copos de vinho, tomou um
bom gole e ofereceu também para ela, que recusou. Tentou beijá-la mas ela
virou-se, o que o obrigou a esbofeteá-la. O elemento tomou mais um gole, oferecendo
para Dalva o seu copo, sendo novamente recusado, fazendo-o jogar o líquido em
seu rosto. Voltou para a mesa e encheu o copo, sorvendo em seguida, já
aparentando embriaguez. Ela então teve a mesma ideia, pedindo para que soltasse
uma de suas mãos e assim colaboraria com ele. Assim ele fez e Dalva teve que
suportar aquele bafo nojento e o fungado no seu pescoço. De posse do canivete
aplicou-lhe um golpe no pescoço fazendo seu sangue jorrar em abundância. O
corpo do indivíduo tombou em uma poça de sangue e ela imediatamente cortou a
corda que a prendia. Dirigiu-se até a mesa, encheu um copo de vinho e levantou
a mão, como a brindar pela façanha. Em seguida jogou a bebida sobre o corpo do
indivíduo. Estava feita a justiça com as próprias mãos.
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