quarta-feira, 22 de agosto de 2012

UM BRINDE AO PRAZER


      A aproximação de um homem fez Dalva ficar trêmula e inquieta. Ao seu lado um corpo sem vida numa poça de sangue. Era o mesmo que a sequestrara, junto com o que agora estava morto.
    Lembrou-se do ocorrido, quando voltava sozinha para o rancho e fora surpreendida por dois indivíduos, os quais, de arma em punho, a dominaram e levaram para uma cabana no meio do mato. Dalva foi então amarrada a uma cama onde posteriormente seria seviciada, satisfazendo os instintos bestiais deles. Ambos tomaram alguns goles de vinho e um deles foi em busca de madeira para alimentar a lareira, pois pretendiam passar a noite ali e ela seria a diversão. O que ficou com ela, quando o outro saiu, resolveu logo admoestá-la, tentando beijá-la e apalpando seus seios. Foi impedido por Dalva, que mesmo amarrada foi espancada, levando uns tapas no rosto. Com as duas mãos amarradas nada podia fazer, tendo que aguentar o assédio do elemento e ouvir  suas gargalhadas sarcásticas. Ela então fingiu colaborar com ele, pedindo para que soltasse uma de suas mãos, no que foi atendida. Ele a abraçou com o seu consentimento, mas não percebeu que ela tirou da roupa um canivete, aplicando-lhe um certeiro golpe na garganta, tendo o sangue começado a jorrar. Cortou então a corda que a prendia na cama e já ia fugir quando viu que o outro se aproximava.
    Dalva correu para os fundos da cabana, para tentar a fuga, mas o elemento parece ter percebido a sua estratégia. Deu a volta por trás e a surpreendeu já se embrenhando no mato, fazendo-o segui-la. Mais a frente ela caiu e viu a sua frente um cobra já pronta para lhe dar um bote, porém um tiro esmigalhou a cabeça do animal. Dalva foi arrastada então para a cabana e novamente amarrada a cama. O corpo do comparsa foi arrastado para fora para depois ser enterrado. O truculento homem preparou dois copos de vinho, tomou um bom gole e ofereceu também para ela, que recusou. Tentou beijá-la mas ela virou-se, o que o obrigou a esbofeteá-la. O elemento tomou mais um gole, oferecendo para Dalva o seu copo, sendo novamente recusado, fazendo-o jogar o líquido em seu rosto. Voltou para a mesa e encheu o copo, sorvendo em seguida, já aparentando embriaguez. Ela então teve a mesma ideia, pedindo para que soltasse uma de suas mãos e assim colaboraria com ele. Assim ele fez e Dalva teve que suportar aquele bafo nojento e o fungado no seu pescoço. De posse do canivete aplicou-lhe um golpe no pescoço fazendo seu sangue jorrar em abundância. O corpo do indivíduo tombou em uma poça de sangue e ela imediatamente cortou a corda que a prendia. Dirigiu-se até a mesa, encheu um copo de vinho e levantou a mão, como a brindar pela façanha. Em seguida jogou a bebida sobre o corpo do indivíduo. Estava feita a justiça com as próprias mãos.

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