quinta-feira, 9 de agosto de 2012

LEA, CRIME E MISTÉRIO


    Lea deixou o escritório um tanto preocupada, os próprios colegas de trabalho notaram que ela não estava em seu estado normal e até questionaram sobre isso, mas ela afirmou que estava tudo bem e que não se preocupassem. Aldo foi quem mais se preocupou com Lea, já que era uma garota desinibida, falante e de repente, num espaço de poucos dias percebeu sua transformação. Gostava dela, sentia até uma certa atração, mas não tinha coragem de revelar esse segredo. Enquanto o coração aguentasse ele ficaria apenas admirando-a, amando-a secretamente, até que um dia esse desejo explodisse.

    No dia seguinte Aldo percebeu Lea um pouco mais agitada, principalmente depois que recebeu um telefonema. Ela pediu ao chefe para sair mais cedo alegando mal estar e ganhou a rua. Aldo teve um impulso e decidiu segui-la discretamente, tendo avisado aos colegas dessa sua atitude. Viu que ela seguia apressadamente, parando em um determinado local, aguardando alguns minutos até que um carro parou próximo, tendo saído do mesmo um homem que se aproximou dela e a beijou na testa. Aldo assistiu aquela cena sendo acometido de ciúme, mas se controlou. Houve uma conversa ríspida entre eles e em seguida Lea entrou no carro que partiu imediatamente. Transtornado, Aldo voltou para o escritório e comunicou o fato aos colegas, que ficaram  imaginando mil coisas.

    Aldo não dormiu nessa noite pensando em Lea, naquela cena que o deixou enciumado e magoado. Mas não podia cobrar nada dela, não a namorava, não tinha motivos para lhe pedir satisfações. O seu coração estava sentido, amava secretamente aquela moça, tinha vontade de contar para ela o quanto a amava, porém a sua timidez impedia, mas ele iria tentar vencer esse medo e declarar o seu amor, custasse o que custasse.

    Na manhã seguinte Aldo chegou cedo no escritório, queria ver o semblante de Lea, queria ser o primeiro a saber o que acontecera. Ela não apareceu para trabalhar, o que deixou ele mais preocupado ainda. As horas se passaram e nada de Lea aparecer, deixando todos com uma interrogação devido ao fato do relato de Aldo e também por não conhecerem o tal homem que lhe dera carona.

    Os jornais do dia seguinte deram uma notícia trágica que abalou todo o pessoal do escritório. Um corpo de mulher fora encontrado sem vida em um local ermo, apresentando ferimentos provocados por arma de fogo. E esse corpo era o de Lea, aquela criatura que gozava do prestígio de todos os colegas, aquela moça alegre que conversava com todos e de repente se viu fora de si, abatida, preocupada com algo que não era do conhecimento desses amigos.

    O enterro teve o comparecimento de todos do escritório, além de familiares e amigos. Todos sentiram a falta dessa pessoa tão distinta, tão querida, que ficaram questionando qual seria o motivo da sua morte. Nesse dia o chefe do escritório decretou folga para os funcionários em homenagem ao evento fúnebre de uma integrante de seu quadro.

(Obs.: o mistério desta história será desvendado no próximo conto: O SEGREDO DE LEA. Aguardem).

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