quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

UMA CIVILIZAÇÃO PERDIDA NA SELVA AMAZÔNICA


  
   O avião bimotor decolou de Belém por volta das nove da manhã com destino a Teresina, levando cinco pessoas incluindo o piloto. Quando sobrevoava a selva amazônica a pequena aeronave apresentou um defeito em um de seus equipamentos, fazendo-a perder altura e cair na selva. Com o impacto da queda, derrubando árvores, a mesma se incendiou, matando quatro de seus ocupantes, salvando-se apenas Hermes, que fotografava a área. Sangrando e com vários ferimentos conseguiu rastejar para distante do fogo, momento em que o aparelho explodiu. Nada se aproveitou do avião e Hermes ficou sem saber o que fazer, vendo as horas se passarem e não ter nenhuma ajuda. Conseguiu estancar o sangramento e perto de um riacho descansou um pouco, apesar de estar temeroso, pois poderia surgir algum animal feroz ou ser picado por alguma cobra. Após se refazer do susto decidiu caminhar, procurar algum tipo de ajuda, chegando a alguma aldeia. Andou algumas horas e já pensando em parar, cansado, percebeu uma abertura numa espécie de paredão, com folhagens na frente. Foi até lá para investigar e resolveu entrar, vendo que se tratava de um túnel. Hermes seguiu em frente naquele caminho úmido e escuro, queria ver até onde ia. Caminhou por algum tempo, não estava mais aguentando, mas enfim uma claridade no fim do túnel lhe animou. Chegou na saída, percebeu um lugar bem claro e com muitas árvores altas. O cansaço o fez cair e perder os sentidos.
    Despertou em uma espécie de cama de capim, algumas pessoas ao redor, deixando-o espantado e receoso. Logo percebeu que eram do bem e que tinham tratado dele. Suas roupas eram outras e foi obrigado a tomar algo que não conhecia, um caldo grosso e verde, quente, que ao final o deixou mais tranquilo. Não entendia nada do que falavam, era uma língua estranha e o maior desses seres podia ter no máximo pouco mais de um metro, se sentia um gigante na frente deles, mas tinha de ficar quieto, pois eram em grande quantidade, homens e mulheres e possuíam armas estranhas que ele nunca tinha visto.
    Alguns dias se passaram e Hermes chegou a conhecer o lugar onde existiam lindas cachoeiras, belos lagos e habitações semelhantes as dos indígenas. Alimentou-se bem durante esse tempo a base de frutos e tubérculos. Comeu frutas que não conhecia, mas como não entendi a língua dessa civilização, não podia saber do que se tratava.
    Uma certa manhã Hermes foi chamado pelo que imaginava ser o chefe daquele povo pequeno. Foi obrigado a sentar em uma espécie de espreguiçadeira e a tomar um caldo quente, meio grosso e de cor avermelhada. Obedeceu, sabia que não seria nada demais. Alguns minutos após, Hermes sentiu uma sonolência e acabou dormindo.
    Acordou algumas horas depois, próximo ao local onde caíra o seu avião, com pessoas lhe transportando para um helicóptero. Percebeu que estava com as mesmas vestes do dia do acidente. Não conseguia dizer nada e se sentia atordoado, sem poder falar uma única palavra. Já no hospital, tendo sido medicado e com a mente em perfeitas condições de funcionamento, contou a sua história mas ninguém acreditou. Foi informado pelos amigos que foi resgatado no mesmo dia do acidente e que foi encontrado desacordado naquele local. Hermes garante que tudo foi real, porém se supõe que a pancada na cabeça possa ter feito ele delirar e imaginar coisas.

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