segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

O ACIDENTE


    Apanhei um táxi numa tarde de muita chuva, carregava duas malas e uma bolsa de mão e me dirigia para o aeroporto. Seria uma viagem de negócios onde demoraria uns dois ou três dias em São Paulo. O táxi seguia devagar por conta da chuva que embaçava o vidro dianteiro e o motorista falava ao celular atendendo uma ligação de um cliente. Me preocupei por não estarmos enxergando quase nada a nossa frente e a chuva forte castigava ainda mais, era um temporal de assustar e de repente um caminhão cruzou em nossa frente e num estrondo o nosso carro foi jogado para o lado esquerdo da pista, capotando umas duas vezes. Com o impacto o mesmo ficou totalmente destruído e eu, atônito, senti uma tontura e me vi fora do veículo, não sentia dor alguma. Os destroços ficaram bem visíveis na minha frente, as malas espalhadas pelo chão, momento em que corri para apanhá-las, preocupado com a hora do voo. Inexplicavelmente a chuva havia cessado e do meu lado direito vislumbrei o aeroporto, apesar de estar consciente de que ainda faltavam alguns quilômetros para chegarmos quando do momento da batida, porém me dirigi para lá. Minha roupa não estava molhada e tudo isso me deixou intrigado, matutando durante o pequeno trajeto sobre o que teria realmente acontecido. Chegando ao terminal aeroviário percebi que estava vazio, o que não era normal, me deixando desesperado com essa situação. Percorri os balcões e corredores do aeroporto à procura de uma viv’alma sem obter êxito e de repente tudo escureceu. Me senti nesse momento como se estivesse perdendo os sentidos e senti também que mãos invisíveis me amparavam, agiam como se estivessem me colocando em uma cama e por fim apaguei completamente.
    Despertei muitas horas depois em uma sala, com certeza um hospital. Estava todo enfaixado e em meio a aparelhos, com médicos e enfermeiras próximos de mim. Um dos médicos olhou para mim e disse que eu havia escapado por milagre, lamentando pelo motorista do táxi envolvido no acidente, que não tivera a mesma sorte. Tudo que vi e passei após esse acidente foi como se eu tivesse uma visão do outro lado da vida, me dando a certeza de que existe um outro plano pós morte. 

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