Eu havia saído de um casamento que não dera
certo, apesar de mais de dez anos de convivência, tendo dois filhos. Jane havia
sido uma boa esposa, mas nos últimos cinco anos nos desentendíamos por
bobagens, pois coisas de família, culminando com a separação. Passei a morar só
mesmo sentindo um grande desejo de reatar o casamento, pois nos dávamos muito
bem, nos cumprimentávamos quando nos víamos e visitava frequentemente meus
filhos.
Uma tarde peguei o notebook e fui navegar
na internet para passar o tempo. Por curiosidade entrei numa sala de bate-papo
e comecei a teclar com algumas pessoas, mas quem mais me chamou a atenção foi
uma tal de “Morena Solitária”, com a qual passei a conversar reservadamente até
nos tornarmos muito próximos. Usei o pseudônimo de “Homem Triste” e desde então
a nossa relação ficou mais forte, sempre nos encontrando numa determinada sala
do bate-papo. Passaram-se alguns meses e a nossa conversa era sempre animada,
até que ela resolveu confessar que era casada e que gostava muito do marido,
apesar de estarem separados. Contei para ela que também passava por essa
situação e que o meu grande desejo era ter a esposa de volta. Cada um ficou
sensibilizado com o problema do outro, o que me fez marcar um encontro para
pessoalmente conversarmos a respeito. Ela não aceitou, o que me deixou
desesperado, pois estava começando a gostar dela e com certeza seria um motivo
para esquecer Jane.
Eu não fazia outra coisa a não ser teclar
com “Morena Solitária” nas horas em que ela estava disponível. Pensava nela o
tempo todo e confesso que me apaixonei mesmo, fazendo todo o possível para que
aceitasse ir ao meu encontro. Ela relutou por muito tempo, até que cedeu e
resolveu acertar um local para que eu fosse vê-la. Meu coração palpitava como
nunca e o desejo de conhecê-la era demais. No dia e hora marcados eu estava lá
esperando, ansioso para conhecer a “Morena Solitária”. O local era agradável,
uma praça arborizada, cheia de flores, que eu já conhecia. Qual não foi o meu
espanto quando ela surgiu na minha frente, era Jane, que também ficou abismada
quando me viu. Nada mais tínhamos a fazer a não ser sorrir e nos abraçarmos,
parecendo duas crianças. Nos olhamos com carinho, conversamos bastante e
decidimos voltar com o nosso casamento. Um beijo selou o nosso amor e
prometemos um ao outro viver juntos até a morte.
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