terça-feira, 18 de setembro de 2012

EU E A LUA


A força do vento joga as águas
Contra as pedras, que suavemente

Me molham, ali sentado e sozinho
Apenas tendo a lua como companheira

Clareando o meu corpo imóvel

Olhando o vazio e escuro mar
Vislumbrando só pontos de luz

De embarcações que navegam
Para algum lugar distante

Não estou só, estou com a lua
Essa minha amiga solitária

Que me faz escutar o som das águas
No silêncio de uma noite

Num recanto onde ponho pra fora
As minhas lembranças, os meus anseios

A minha vontade de gritar
Naquele imenso e escuro mar

Onde só a lua poderia escutar meu apelo
As palavras seriam em vão

Serviriam apenas para extravazar
O meu descontentamento, a minha solidão

Nem estas palavras sem rimas
Vão poder me dar alegrias

Vão levar até a lua o meu pensar
Pode até alguém achar sem nexo

Não ver sentido no que digo
Mas a lua é testemunha visual

Ela que me clareia e me faz
Vir aqui neste canto desabafar

Eu e a lua somos a verdade
Somos a razão para levarmos a alguém

A maneira do nosso pensar
Eu no meu silêncio, a lua na sua solidão

Um comentário:

  1. Realmente Moacir, os astros são os companheiros na solidão dos poetas! Amei sua poesia cheia de encantos!O poeta sonha com coisas inexistentes e fica em devaneios. Faz viagens no trem das estações primavera, verão, outono, inverno e se fixa em lugares exóticos transcendendo o corpo arnal e sentindo apenas sua alma!

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