quarta-feira, 31 de outubro de 2012

INTERAÇÃO (Acróstico Maria Luiza Bremide)

Minha vida se resume em interagir com

Algumas pessoas, as quais costumam

Respeitar os direitos alheios, sem

Ironias, sem interesses, sem demagogias,

Apenas por simplicidade, por uma

Luta contra preconceitos, o que já é

Uma forma de vida agradável.

Insisto em dizer, em meio a toda

Zoada que possa surgir, que eu

Adoro essa interação, uma forma

Bastante inteligente para se

Rever certos conceitos e com isso

Esperarmos que mudanças ocorram,

Mesmo que sejam pequenas, pois o que

Importa não é a quantidade, tudo pode

Depender de uma minoria e formar um

Espaço bastante grande nos corações.
 
(Homenagem a uma amiga do Recanto das Letras)

terça-feira, 30 de outubro de 2012

DINAPOETISADAPAZ (Acróstico)


Diante do espetáculo do por do sol
Imaginei uma vida de sonhos

Nos lugares talvez tristonhos
Alegrando-os com a minha chegada

Poderia até mudar o clima
O tempo talvez nem importasse

E dele até eu esperasse
Ter que transformar o meu eu

Indo além dos horizontes
Saber o que poderia existir lá

Acordando assim numa nova era
Darei boas vindas à primavera

A estação que mais me fascina
Para em conjunto com o verão

Abrilhantar a vida na cidade
Zarpando rumo à felicidade

(Homenagem a uma amiga poetisa do Recanto das Letras)

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

MORTE DE PASSARINHO (Poetrix)


Poetrix
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PÁSSARO EM QUEDA, ASAS EM VÃO

CAÇADOR MALVADO, UM TIRO CERTEIRO

PEQUENO CORPO ESTENDIDO NO CHÃO

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

LUCIMAR ALVES (Acróstico)

Longe de mim qualquer interesse escuso

Uma coisa que dificilmente irei fazer
Costumo admirar as pessoas, sentir prazer

Indo ao encontro apenas da amizade
Marcar presença, mesmo que virtualmente

Amar com  coração de amigo, ser decente
Razão de ser atualmente muito querido


Amiga Lucimar, receba este acróstico
Leia com bastante carinho e emoção

Você merece, junto um beijo no coração
E sempre que puder leia meus poemas

Será um imenso prazer para este amigo

(Homenagem a uma amiga poetisa do Recanto das Letras)

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

MEU MUNDO (Acróstico Maria Lamanna)


Meu mundo é diferente, é só meu
A imaginação me deixa conhecê-lo

Rezo sempre para nunca perdê-lo
Indo lá no fundo da consciência

Acabo me sentindo em plena demência
 

Ligo não! Apesar de ser uma fantasia
A minha razão me deixa apenas sonhar

Me faz talvez um dia imaginar
A alegria de ver nosso mundo igual

Não tendo violência, esse terrível mal
Nunca difícil do nosso governo conter

Agora... prefiro no meu mundo viver


(Homenagem a uma amiga poetisa do Recanto das Letras)

ME DÊ UM ABRAÇO

eu vim de longe e sinto cansaço
queria que você me desse um abraço
me dê atenção, seja amigo
eu não represento perigo
estou ofegante, me sinto um bagaço
então venha cá, me dê um abraço
estou tão confuso, tão carente
me faça sorrir, também sou gente
eu não tenho nervos de aço
venha cá, me dê um abraço
me faça feliz, me dê alegria
não me deixe ficar em agonia
quero em você formar um laço
chegue cá, me dê um abraço

terça-feira, 23 de outubro de 2012

QUANDO EXPLODE A PAIXÃO

     O vento soprava suavemente sobre o rosto de Brígida fazendo esvoaçar seus lindos e longos cabelos. Seu olhar era triste nessa manhã de um sol bonito, parecia olhar para o nada, perdido em pensamentos. Sentada no jardim de sua bela casa, rodeada de flores bem cuidadas por um jardineiro contratado, ela nem percebeu a chegada de alguém, um jovem de seus vinte e poucos anos, que se aproximava lentamente. Ao vê-lo ela sorriu, mas foi um sorriso meio sem jeito, talvez para agradar o recém-chegado. Era seu namorado Túlio e eles haviam brigado recentemente, a situação entre ambos não estava nada boa, o que causou toda essa tristeza de Brígida, que o amava perdidamente e estava na iminência de perdê-lo. Ela não sabia nada ainda, mas Túlio viera se despedir, tivera a hombridade de fazê-lo sem deixar dúvidas, enquanto ela alimentava a esperança de continuar ao lado desse homem por quem nutria um grande amor. Ele procurou não se demorar na conversa, queria resolver logo essa situação de incerteza, pois talvez não a amasse e não queria magoá-la com falsas esperanças.
     Brígida chorou bastante após a saída de Túlio, trancando-se em seu quarto. Durante toda a manhã não saiu para nada e nem sequer se alimentou. O almoço foi servido na hora mas ela se recusou a receber a bandeja das mãos da empregada, permanecendo em prantos em seus aposentos. A tarde começou a dar sinais de que findava, a mãe preocupou-se e tentou um diálogo, não conseguindo nenhuma aproximação com a filha, sempre incomunicável.

     Durante vários dias Brígida permaneceu em seu quarto sem qualquer contato com quem quer que seja, isolada do mundo. Chorava constantemente, para ela o mundo havia desabado sobre sua cabeça com toda a força e jurou nunca mais amar alguém, vivendo apenas para o seu bem estar. Voltou a estudar em um colégio de ordem religiosa com toda a dedicação de antes e procurou se envolver muito mais, tendo mais contato com as freiras e procurando conhecer melhor esse modo de se dedicar a Deus. Em pouco tempo Brígida ingressou na ordem religiosa como noviça, fazendo um voto de total dedicação.
     Túlio, vivendo em outra cidade, ainda pensava na ex-namorada, sentiu profundamente a separação quando parou para refletir, vira que talvez não tenha feito um bom negócio afastando-se de Brígida, que o amava com toda a força do seu coração. Pensou em voltar atrás, procurá-la, mas algo o fez recuar, sentindo-se um fraco. Ingressou num colégio diferente, um seminário onde jovens se dedicavam a Deus e pretendiam um dia ser padres. Ele achou interessante esse caminho e entendeu que tomou a decisão certa. Estava decidido a ser padre e ser voltado exclusivamente para a vida religiosa.

     Os anos se passaram e Túlio se tornou um padre, ganhando uma paróquia do interior onde iria rezar missas, o que estava lhe agradando bastante. Desempenhou seu papel com muita eficiência, o que fez ele ganhar muitos fiéis e admiradores, ficando sua paróquia totalmente lotada.
     Dez anos depois o padre Túlio foi convidado para um seminário na capital, um encontro que reunia centenas de representantes da igreja católica com a finalidade de discutirem os novos rumos da igreja com relação a adoção de medidas sociais de combate ao uso de drogas. A palestra foi iniciada e os participantes apresentaram suas ideias, dando sugestões as mais diversas. Padre Túlio fez a sua parte, falou a respeito do terrível mal que assola o país, momento em que vários presentes se emocionaram. Ao término de sua palestra, caminhou por um corredor do imenso centro de reuniões, dirigindo-se para um local onde deixara alguns pertences. Qual não foi o seu espanto quando cruzou seu olhar com o de uma bela religiosa. Ambos se entreolharam com admiração e de uma forma que ninguém entenderia, fazendo o tempo voltar com uma velocidade incrível. A freira reconheceu de imediato aquele padre, melhor dizendo, aquele homem que tanto amou há tempos atrás e que com a sua partida resolvera não amar mais homem algum, dedicando-se única e exclusivamente a atividades voltadas para a igreja, uma promessa feita por ela. Agora o destino faz com que eles se encontrem e ambos estão psicologicamente perturbados, estão frente a frente e não sabem o que dizer um ao outro. Seus corações batem forte, as lembranças de tempos idos afloram em suas mentes e um turbilhão de emoções invade seus corpos. Fugiram do amor e se refugiaram na solidão da igreja, tendo como companhia fiéis que se maravilhavam com eles por pregarem a palavra de Deus. Estavam em um mundo diferente, conheciam apenas o amor ao próximo, o amor de Deus e agora se veem diante de uma realidade que transportou esses dois seres para o passado. Túlio e Brígida estavam ali, frente a frente, olhos nos olhos, deixando que a paixão explodisse com toda a força em seus corações para darem início a uma nova vida.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

CASINHA BRANCA


Aquela casinha branca me deixou saudade
Escondidinha lá no meu interior

Me fez lembrar com grande amor
Dos meus tempos de infância e juventude

Onde eu via o sol nascer da janela
Colher entre as flores e mais bela

E sonhar com uma vida de liberdade
 

Passei por ali somente para lembrar
Lá estava ela, pintada da mesma cor

Tendo como dono um novo senhor
Apesar de tudo continua sendo minha

Desde o princípio foi meu berço
Casinha branca, para ti rezo um terço

A tua lembrança não vai me deixar

M U L H E R


Mulher é bicho danado
Sabe ser linda e charmosa

Consegue encantar e ser dengosa
Ainda não conheci

Coisa melhor do que isso
E qualquer outro compromisso

O homem deve ficar ligado

 
Mulher é coisa importante
E tem gente que ainda não gosta

Para esse só dou uma resposta
Não sabe o que está perdendo

É o laço que nos dar prazer
Com certeza eu posso dizer

Somente ela para ser elegante

sábado, 20 de outubro de 2012

LORRANA E O VELHO TARADO


Lorrana escondeu-se no imenso galpão
fugia da fúria de um maluco

um insolente, um velho caduco
queria a força seu pobre coração


procurava meios para poder escapar
o maluco a seguia, a procurava

bem escondida ela mal respirava
não dava chances para ele lhe achar


estava ofegante, o coração palpitava
queria fugir mas não conseguia

qualquer movimento em falso ele a via
detestava o velho de quem não gostava


enfim foi segura e dominada
nos braços do velho ranzinza caiu

que rasgou sua roupa, seu corpo viu
estava decidido, mente endemoniada


mas deu um vacilo quando a calça tirou
levou um chute violento no bigolim

foi o jeito, Lorrana não queria assim
saiu dali correndo, o velho se estrepou

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

A MISSÃO


    Fazia um frio danado quando eu caminhava por aquela estrada pedregosa, tropeçando aqui ou acolá, pois mal conseguia andar, dada a dificuldade do caminho. Precisava chegar ao lugarejo antes que a noite caísse, já que a tarde dava sinais de que não demoraria muito. Havia deixado o cavalo em um rancho bem atrás, devendo pagar uma taxa quando retornasse para pegá-lo, pois o caminho pela frente impedia que seguisse com o animal. Caminhos apertados entre rochas, travessia de lagos, subidas íngremes com utilização de cordas e um lamaçal foram suficientes para me deixarem exausto, tendo ainda pela frente a noite escura que já ameaçava chegar com o sol já escondido. O frio aumentou e eu tive que me agasalhar para poder continuar a caminhada.
    Finalmente avistei o velho casarão com suas luzes acesas. Ali eu descansaria por dois dias, tempo suficiente para resolver uma pendência solicitada pelo Barão de Cotengy, que me enviara àquele lugar por confiar plenamente em minha pessoa. Sabia que se falhasse nessa missão seria um homem morto, mas tudo iria depender de mim, pois outros que se empenharam nessa missão e fracassaram, hoje estão comendo capim pela raiz.
    Dois dias se passaram e o Barão de Macaé me liberou para retornar à minha terra, com tudo já resolvido. Amigo pessoal do Barão de Cotengy, ele me entregou papéis e uma grande quantidade de dinheiro em espécie, que deveriam ser entregues na minha chegada, devendo transportar tudo com a maior discrição, pois existiam forasteiros que costumavam roubar pessoas em toda região e todo cuidado era pouco nessa minha missão.

    Retornei em um cavalo emprestado até determinado local onde deixaria o mesmo, devendo continuar o trajeto a pé, seguindo o mesmo caminho da vinda. Gastava o dia quase todo nessa empreitada, passava por maus bocados, inclusive perigos com risco de vida, mas no final das contas a recompensa seria boa. Graças a Deus a volta foi nos mesmos moldes da vinda, enfrentando dificuldades, evitando ataques de animais e procurando chegar ao destino antes da noite. Chegando ao rancho peguei o meu cavalo, pagando a devida taxa pela guarda do animal e prestei contas ao Barão de Cotengy quando da minha chegada, que se deu com sucesso.

J Ú L I A


 
    A bela manhã de primavera me fez descer do sobrado para dar uma volta em torno da praça que ficava em frente da minha residência. Era uma praça enorme, bastante arborizada, onde se ouvia o canto dos pássaros e se via as pessoas em suas caminhadas matinais, onde as crianças brincavam vigiadas por suas mães ou babás, onde alguns idosos como eu gostavam de matar o tempo conversando com alguém ou simplesmente lendo ou contemplando a beleza do local. Para mim era maravilhoso estar naquele lugar, longe do barulho de automóveis de um trânsito caótico, longe dos problemas do dia-a-dia, somente mergulhado em pensamentos que me faziam imaginar um mundo melhor, um mundo de fantasias.

    Estranhamente nesse dia a praça parecia estar deserta, apenas com a presença de poucas pessoas e nenhuma criança a brincar. Eu não sei por qual motivo resolvi descer justamente nesse dia, apesar de ser um dia agradável, em plena estação das flores. Algo deve ter me levado a isso e eu ali estava, naquela praça que imaginava ser minha, me sentando em um banco para o início de uma viagem rumo do mundo da fantasia, da imaginação fértil e que me fazia muito bem. Notei que uma jovem ali estava, sentada em um banco, talvez meditando como eu, apesar de ser uma estranha para mim, pois nunca a tinha visto antes. Ela parecia concentrada em algo, sempre imóvel, o olhar perdido na copa das árvores como a admirar algum pássaro ou o simples balançar das folhas ao vento. O que me chamou a atenção foram algumas lágrimas que desciam de seus olhos, momento em que ela suavemente as enxugava com um lenço. Aquilo me comoveu e me desconcentrou, me fez adiar a viagem que faria ao meu mundo de fantasias, preferindo deixar para outra ocasião. Aquela jovem me fez pensar que algum problema a preocupava, que algo de ruim pudesse estar acontecendo em sua vida. Tive vontade de ir até ela, já que estava a poucos metros de mim, saber se precisava de ajuda, mas me contive, esperei um pouco para ver algum desfecho. Ela permanecia calma e imóvel, com o olhar sempre direcionado para as árvores e eu achei por bem não atrapalhar a sua concentração. Me virei um pouco para pegar um livro que estava do meu lado para tentar ler alguma coisa e quando me dei conta a moça já estava indo embora, caminhando em passos lentos, atravessando a rua e sumindo na esquina. Fiquei preocupado e não mais me concentrei em nada, preferindo voltar para o sobrado. À noite eu dormi com aquela imagem na cabeça, imaginando um sério problema na vida dela.
    Na manhã seguinte resolvi descer na esperança de encontrá-la novamente e foi justamente o que aconteceu. Lá estava ela sentadinha no mesmo banco e o mesmo olhar triste para a copa das árvores.

- “Ah! Dessa vez ela não me escapa” – pensei.
Minha concentração estava toda nela, não desviava o meu olhar para nada e até procurei me aproximar mais, depois de esperar alguns minutos. Me sentei ao seu lado e dei um “bom dia” bem cortês para não assustá-la, esperando então a sua reação. Ela respondeu docemente e até ensaiou um sorriso, tão doce quanto a sua voz. Começamos então a conversar sem ir diretamente ao assunto, falando de coisas triviais. Ela enxugou um resto de lágrimas que estavam em seus olhos e aí eu perguntei por que chorava, perguntando em seguida o seu nome. “Júlia”, respondeu com certa euforia, o que me surpreendeu.
- Qual o seu problema, Júlia? Posso saber?
Iniciamos aí um papo bem a vontade, dando tempo para que Júlia falasse, evitando o máximo interrompê-la. Ela então me revelou que os pais haviam se separado, ele saindo de casa e ela permanecendo com a mãe, que não parava de chorar também. Para não ver aquela cena Júlia preferia sair para a praça em busca de sossego, em busca de paz. Ela amava muito o pai e não entendia o motivo da separação, apesar dos seus doze anos. Começou a chorar com mais intensidade e fui obrigado a ampará-la, tinha idade de ser minha neta. Me comovi tanto que acabei chorando junto com Júlia. Depois de alguns minutos e preocupado com a sua segurança e fragilidade emocional, resolvi levá-la em casa, momento em que ela me apresentou como um amigo especial enviado por Deus por ter-lhe dado alguns conselhos. Percebi que sua mãe havia chorado e fiz o que pude para que a paz de espírito voltasse àquele lar.
    Diariamente eu ia visitar Júlia, saber como estava, já que ficava perto do meu sobrado. Ficamos amigos e ela não precisou mais sair sozinha para a praça, a pedido meu. Passávamos horas a conversar e o meu modo de vida de certa forma mudou. Algumas vezes frequentava a praça para minhas meditações, mas na maioria das vezes estava a visitar Júlia e apreciar o seu sorriso, sorriso esse que mudou depois de alguns dias quando seu pai decidiu voltar para casa. Júlia então sorria de satisfação.
(Este conto é uma homenagem a minha neta mais velha, 8 anos, que se chama Maria Júlia)

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

A INVASÃO DOS VAMPIROS

      A noite fria caiu sobre a cidade e um prédio importante ficou às escuras devido a um corte brusco no fornecimento de energia elétrica. Era o prédio do Centro de Distribuição de Sangue, que atendia diversos hospitais da região e estava bem guardado por vigilantes armados. A princípio não fora detectado se era defeito na rede local, algum curto circuito que privara médicos e pacientes de permanecerem na claridade. Minutos depois verificou-se que nas demais localidades a energia não faltara e de imediato providências foram tomadas para a solução do problema. Quando a energia se restabeleceu através de gerador próprio, um funcionário do centro soltou um grito de espanto ao ver no chão um corpo com duas perfurações no pescoço e algum sangue, o que fez o mesmo sair correndo em busca de ajuda. Nesse momento, em meio a uma grande correria, novamente a energia foi cortada e o gerador parou de funcionar. No escuro todos se atropelavam e ninguém entendia o que estava acontecendo, só se ouvindo gritos e muito barulho em todo o Centro de Distribuição de Sangue.
      Com ajuda de lanternas que foram conseguidas com certo atraso, constatou-se que existiam vários corpos espalhados pelos corredores e salas, o que aumentava a confusão naquele estabelecimento. Em todos as duas perfurações nos pescoços, um sinal claro de que vampiros haviam passado por ali. Algumas poucas pessoas conseguiram escapar, mesmo com toda a escuridão, com todo aquele reboliço e ninguém teve como fazer voltar a energia, já que o transformador e a rede elétrica foram danificados. As poucas lanternas que clareavam o local foram sumindo e em pouco tempo só a escuridão reinava no centro.
      O dia amanheceu e o socorro chegou, porém já era tarde demais. O único trabalho foi recolher os cadáveres que ali existiam, de médicos, funcionários e pacientes que não tiveram oportunidade de escapar dessa matança, desse ataque covarde de vampiros que sabotaram o sistema de energia elétrica do centro para roubarem todo o seu estoque de sangue, além de sugarem também o sangue dos que ali trabalhavam ou estavam internados.
      Corriam boatos na região da existência de papa-sangue, o chamado vampiro, mas não se dava uma atenção especial para o caso, já que os ataques eram em ruas escuras e de pouco movimento, nunca se imaginando que um caso assim fosse acontecer, pois se confiava cegamente na segurança que existia no centro. Diante desse fato lamentável, com a perda de médicos e funcionários, além de um bom número de pacientes, foi montada uma nova estrutura para evitar uma nova invasão de vampiros.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

MARIA DO CARMO (Acróstico)


Mirei o céu com olhar fulminante
Aqui na Terra eu estava elegante

Ria de mim, me achava o tal
Iria além por não ver ninguém igual

Alguém que pudesse me chamar atenção
Dizer que eu estava perdendo a razão

O meu corpo nessa minha idade
Continha só emoção e felicidade

A razão de olhar o céu de azul anil
Respondia talvez a perguntas mil

Mas termino a frase agora dizendo
O amor em mim está acontecendo

 
(A você Maria do Carmo esses versos oferecendo)

MARIA DE FÁTIMA (Acróstico)


Merece toda a minha sincera atenção
Aquela figura feminina, aquele mulherão

Responsável pela vida, pela procriação
Irei a todos os lugares para lhe dar razão

Adivinhar seus pensamentos, sentir emoção
Dizer que pra ela nunca direi um não

Esperar pelo seu sorriso, tocar sua mão
Fazê-la sempre feliz em qualquer ocasião

Aquecer o seu corpo sentindo grande tesão
Ter sua presença, seja inverno ou verão

Ir buscá-la no shopping ou no salão
Mesmo que diga que isso não é paixão

A você minha vida, meu amor, meu coração
 

(Você que se chama Maria de Fátima dê sua opinião)

UM VAMPIRO APRENDIZ

    A velha mansão tinha um estilo antigo, mais parecendo um castelo, onde várias famílias passaram por ele, todas de alto poder aquisitivo. Max, um dos remanescentes dessas famílias, um rapaz de seus vinte e poucos anos de idade, que costumava ficar sentado numa varanda do primeiro andar nas noites de lua cheia, tinha um comportamento um tanto estranho para a sua idade. Desde pequeno acostumara-se a não ter amigos, passando a maior parte do dia dormindo, quando não frequentava o colégio. Já à noite mantinha-se esperto, não gostava de dormir, preferindo sentar-se na varanda da mansão, às vezes quieto observando os movimentos noturnos, quando não estava a ler alguma coisa, de preferência romances policiais com mortes misteriosas ou histórias de assombração. Ninguém contestava o seu modo de agir, havia se habituado a esse tipo de vida, coisa comum em grande parte dos jovens da época.
    Certa noite, quando se encontrava sentado na varanda, sentiu vontade de sair pela noite, já que a lua cheia lhe dava uma sensação estranha, um desejo que não conseguia explicar. Só sabia que queria sair, ter contato com alguém, de preferência do sexo feminino. Lembrou-se de quando era menino e ter visto uma das empregadas da família matar uma galinha. Observou atentamente o pescoço da ave ser despenado e depois ser cortado com uma faca, o que lhe proporcionou uma imensa satisfação. Ganhou a rua e andou sem rumo até encontrar uma mulher que estava sozinha em uma esquina, talvez à espera de algum namorado. Max se aproximou e puxou conversa com ela, preferindo não atacá-la para saciar seu desejo. Ela até que foi com a cara dele, conversaram um pouco e se dirigiram para um quarto indicado pela mulher. Ao adentrarem o mesmo, Max decidiu por em prática o seu plano maluco de provar daquele sangue. Queria se tornar um vampiro nessa sua primeira investida, queria sentir o sabor do sangue, afinal para tudo sempre tem a primeira vez. Mas na hora H ele fraquejou, vendo que a mulher só queria fazer sexo com ele. Max então percebeu que ela estava menstruada, decidindo fazer sexo oral com a mulher. Sugou todo aquele sangue de sua cavidade vaginal se lambuzando todo. A mulher ficou admirada mas aceitou saciar o seu desejo, não se preocupando se ele era ou não um vampiro. Para ela ele não passava de um vampiro esquisito.

    Na noite seguinte lá estava Max na varanda olhando a lua cheia e desejando outra aventura daquela e nada de matar a vítima, nada de violência, apesar de gostar de ler histórias violentas, romances com mortes estranhas. Na prática ele não desejava isso, tinha um certo receio, estava ainda aprendendo a lidar com esse tipo de coisa. Matar só se fosse extremamente necessário, pois no fundo ele não desejava eliminar vítima nenhuma. A experiência com a mulher menstruada lhe satisfez plenamente, o que lhe fazia retornar ao mesmo ambiente e encontrar aquela que iria lhe fazer imaginar ser um vampiro de verdade, pois saía dali tendo sugado uma boa quantidade de sangue. Max assim continuou, não sabendo se um dia seria um vampiro de verdade.