Todas das manhãs, ao sol do meio dia
Anda sem rumo a cata de comida
Uma lata de lixo é a sua preferida
Restos de alimentos saciam a fome
Algumas almas caridosas o ajudam
Na sua primeira refeição do dia
Um gole de café alivia sua agonia
Com um pedaço de pão sem manteiga
Mastiga feliz, parece ser um prazer
Depois percorre os restaurantes
Procurando o que sobrou para si
O juízo não é perfeito, mas ele sorri
Zeron é como é conhecido
Nem o nome ele sabe dizer
É um morto-vivo que perambula
Dormindo em calçadas, sentindo frio
Em noites de chuva procura um canto
Se cobre com jornais, não tem um manto
É puro sofrimento aos nossos olhos
Mas Zeron não enxerga assim
Um não para ele é o mesmo que um sim
E assim vai vivendo, levando a vida
Triste para nós, feliz para ele
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