quarta-feira, 10 de outubro de 2012

O MORTO-VIVO

Todas das manhãs, ao sol do meio dia
Anda sem rumo a cata de comida

Uma lata de lixo é a sua preferida
Restos de alimentos saciam a fome

Algumas almas caridosas o ajudam
Na sua primeira refeição do dia

Um gole de café alivia sua agonia
Com um pedaço de pão sem manteiga

Mastiga feliz, parece ser um prazer
Depois percorre os restaurantes

Procurando o que sobrou para si
O juízo não é perfeito, mas ele sorri

Zeron é como é conhecido
Nem o nome ele sabe dizer

É um morto-vivo que perambula
Dormindo em calçadas, sentindo frio

Em noites de chuva procura um canto
Se cobre com jornais, não tem um manto

É puro sofrimento aos nossos olhos
Mas Zeron não enxerga assim

Um não para ele é o mesmo que um sim
E assim vai vivendo, levando a vida

Triste para nós, feliz para ele

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