Lia era uma mulher reservada, vivia
exclusivamente para o lar, não gostava de muito papo com vizinhos, mas
respeitava-os, cumprimentava-os sempre que os via. Desde que o marido morrera
ela reservou-se mais ainda para não dar o que falar, pois sabia o povo como
era, prezava pela sua honra de mulher decente. Mas o tempo foi passando e Lia
começou a se sentir só, não tinha filhos que morassem com ela, já que todos
eram casados e tinham suas vidas independentes. Mulher de seus sessenta anos
bem vividos, de vida sexual ativa até a morte do marido, de repente se viu sem
o precioso órgão genital masculino, o que lhe causou grande preocupação, mas se
segurou, usando o dedinho médio de vez em quando para não morrer de tesão.
Certa noite, quando voltava da casa de uma
amiga, Lia deu de cara com um senhor de certa idade, um pouco mais velho que
ela, que lhe cumprimentou gentilmente, esboçando um leve sorriso. Lia ficou
admirada, respondeu também com gentileza e até parou para ouvir o que ele tinha
a dizer. Já conhecia de vista esse homem, que gostava de usar uma capa preta,
porém só o via à noite. Conversaram por algum tempo e Lia percebeu que ele era
interessante, quem sabe poderia até levar o caso a frente para ver no que ia
dar. Seu nome era Adolfo e ela permitiu que ele a levasse até a porta de sua
casa, apesar de ficar sem jeito temendo os olhares de vizinhos, mas não se
preocupou muito, afinal era uma mulher livre e fazia da sua vida o que
quisesse. Adolfo se despediu sem ao menos tentar dar-lhe um abraço ou um beijo,
o que fez Lia ficar pensativa. Até que ele foi um cavalheiro, soube respeitar
uma senhora, mas Lia, a essas alturas, esperava outra coisa, que ele fosse mais
audacioso, mas tudo bem, como era a primeira vez ela deixou pra lá. Entrou e
foi se preparar para dormir. O tesão lhe subiu à cabeça e Lia resolveu usar o
dedinho médio para aliviar a tensão. Depois foi dormir e sonhou com Adolfo.
Na noite seguinte Lia encontrou-se com
Adolfo e encantou-se com sua gentileza. Estavam em uma praça e ela ávida por um
beijo pelo menos e nada, só conversa. Ele perguntava pelo seu falecido marido,
como era, se tinha amigos homens, o que a deixou inquieta. Nessa época ouvia-se
falar de vampiros, mas eram casos muito raros, o que não amedrontava Lia.
Passou um rapaz por eles e ela observou o
olhar de Adolfo, além do sorriso do rapaz. Ficou então com uma pulga atrás da
orelha. Despediram-se novamente na porta de casa e Lia mais uma vez ficou sem
um abraço ou um beijinho. Ficou chateada e foi dormir sem pensar mais em
Adolfo.
Na manhã seguinte o comentário sobre um
crime abalou a cidade e Lia ficou surpresa quando viu que a vítima era aquele
rapaz que passou por eles quando estavam na praça conversando. À noite Lia não
viu Adolfo, logo nessa hora que ela iria tomar a iniciativa, iria agarrá-lo,
beijá-lo, pegar nos seus pertences e aliviar a sua tesão. Louca de vontade de
vê-lo ela apenas admirava a sua residência, mas estava às escuras e ela deixou
para a noite seguinte, já que durante o dia era impossível vê-lo e ela queria
muito saber o motivo. Chegou a noite seguinte e Lia se preparou toda para ir
seu encontro. Tomou um banho, usou o dedinho médio, se perfumou toda, se vestiu
bem elegante para impressionar e partiu para o ataque. Teve uma bela surpresa,
ou melhor, uma grande decepção. Adolfo fora encontrado morto no seu quarto com
uma estaca cravada no peito e outra no fiofó. O safado era metido a vampiro mas
era boiola e dessa vez se dera mal.
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