sexta-feira, 5 de outubro de 2012

UM VAMPIRO AFRESCALHADO


    Lia era uma mulher reservada, vivia exclusivamente para o lar, não gostava de muito papo com vizinhos, mas respeitava-os, cumprimentava-os sempre que os via. Desde que o marido morrera ela reservou-se mais ainda para não dar o que falar, pois sabia o povo como era, prezava pela sua honra de mulher decente. Mas o tempo foi passando e Lia começou a se sentir só, não tinha filhos que morassem com ela, já que todos eram casados e tinham suas vidas independentes. Mulher de seus sessenta anos bem vividos, de vida sexual ativa até a morte do marido, de repente se viu sem o precioso órgão genital masculino, o que lhe causou grande preocupação, mas se segurou, usando o dedinho médio de vez em quando para não morrer de tesão.
    Certa noite, quando voltava da casa de uma amiga, Lia deu de cara com um senhor de certa idade, um pouco mais velho que ela, que lhe cumprimentou gentilmente, esboçando um leve sorriso. Lia ficou admirada, respondeu também com gentileza e até parou para ouvir o que ele tinha a dizer. Já conhecia de vista esse homem, que gostava de usar uma capa preta, porém só o via à noite. Conversaram por algum tempo e Lia percebeu que ele era interessante, quem sabe poderia até levar o caso a frente para ver no que ia dar. Seu nome era Adolfo e ela permitiu que ele a levasse até a porta de sua casa, apesar de ficar sem jeito temendo os olhares de vizinhos, mas não se preocupou muito, afinal era uma mulher livre e fazia da sua vida o que quisesse. Adolfo se despediu sem ao menos tentar dar-lhe um abraço ou um beijo, o que fez Lia ficar pensativa. Até que ele foi um cavalheiro, soube respeitar uma senhora, mas Lia, a essas alturas, esperava outra coisa, que ele fosse mais audacioso, mas tudo bem, como era a primeira vez ela deixou pra lá. Entrou e foi se preparar para dormir. O tesão lhe subiu à cabeça e Lia resolveu usar o dedinho médio para aliviar a tensão. Depois foi dormir e sonhou com Adolfo.

    Na noite seguinte Lia encontrou-se com Adolfo e encantou-se com sua gentileza. Estavam em uma praça e ela ávida por um beijo pelo menos e nada, só conversa. Ele perguntava pelo seu falecido marido, como era, se tinha amigos homens, o que a deixou inquieta. Nessa época ouvia-se falar de vampiros, mas eram casos muito raros, o que não amedrontava Lia. Passou  um rapaz por eles e ela observou o olhar de Adolfo, além do sorriso do rapaz. Ficou então com uma pulga atrás da orelha. Despediram-se novamente na porta de casa e Lia mais uma vez ficou sem um abraço ou um beijinho. Ficou chateada e foi dormir sem pensar mais em Adolfo.

    Na manhã seguinte o comentário sobre um crime abalou a cidade e Lia ficou surpresa quando viu que a vítima era aquele rapaz que passou por eles quando estavam na praça conversando. À noite Lia não viu Adolfo, logo nessa hora que ela iria tomar a iniciativa, iria agarrá-lo, beijá-lo, pegar nos seus pertences e aliviar a sua tesão. Louca de vontade de vê-lo ela apenas admirava a sua residência, mas estava às escuras e ela deixou para a noite seguinte, já que durante o dia era impossível vê-lo e ela queria muito saber o motivo. Chegou a noite seguinte e Lia se preparou toda para ir seu encontro. Tomou um banho, usou o dedinho médio, se perfumou toda, se vestiu bem elegante para impressionar e partiu para o ataque. Teve uma bela surpresa, ou melhor, uma grande decepção. Adolfo fora encontrado morto no seu quarto com uma estaca cravada no peito e outra no fiofó. O safado era metido a vampiro mas era boiola e dessa vez se dera mal.

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