sábado, 6 de outubro de 2012

O DESTINO TROUXE DE VOLTA UM GRANDE AMOR


    Encontrei Lurdes quando voltava de uma farra com amigos, quando comemorávamos o aniversário de um deles. A bebida tinha rolado solta e eu estava meio grogue, sentindo a cabeça rodar. Me deparei com aquela mulher bonita, cheia de charme, que tocou em meu ombro e me chamou pelo nome. Confesso que fiquei assustado, meio sem jeito, pois não a tinha reconhecido, só depois de muito olhar e relembrar o tempo que se passou é que fui aos poucos identificando essa pessoa que estava na minha frente. O meu estado de quase embriaguez também não estava ajudando e eu até me senti ridículo diante daquela figura maravilhosa que agora vislumbrava muito bem. Conversamos um pouco, depois de lhe pedir mil desculpas, o que ela reconheceu como coisa natural, relembrando aqueles belos tempo da nossa juventude, já que fazia muito tempo que não nos víamos, tínhamos perdido o contato por várias circunstâncias, o que era aceitável e normal.

    Lurdes tinha sido uma namorada a quem me apeguei e era correspondido, mas por força do destino tivemos que nos separar, esquecer que nos amávamos, se é que em plena juventude o termo amor era válido. Uma outra garota interferiu em nosso relacionamento e Lurdes achou que eu a estava cortejando e se sentiu ofendida com isso. Mas no fundo ela gostava de mim, eu pressentia no seu olhar, eu costumava ler seus pensamentos, sabia exatamente o que ela queria e do que gostava. Quando nos separamos eu soube depois que ela chorou bastante sentindo a minha falta, o que me envaideceu muito, pois eu não a tinha esquecido e estava sentindo também a sua falta.

    Agora vejo essa mulher na minha frente, sorridente, me dando atenção, relembrando os doces momentos do nosso namoro, da nossa maravilhosa época de juventude, o que me fez voltar no tempo, imaginar que nada mudou, que tudo continuava como era antes. Doce ilusão, lembrança  de doces momentos ao lado de Lurdes, essa mulher que não tinha saído do meu pensamento. Assim como eu havia se casado, tivera filhos e até netos, mas o seu relacionamento não havia dado certo, separando-se após longos anos de convivência, idêntica situação à minha, levando uma vida de quase solidão, tendo apenas o conforto dos filhos.

    O destino agora nos uniu, mostrou um novo horizonte para nós, acendeu uma chama que não havia se apagado e que o tempo não ousou deixar cair no esquecimento, marcando esse encontro e nos dando uma nova chance de sermos felizes. Lurdes me completou, pois eu já não aguentava tanta solidão, tantas imagens bobas em minha mente. Tenho certeza que também a completei, pois senti isso no seu primeiro olhar quando me encontrou.

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