A noite fria caiu sobre a cidade e um
prédio importante ficou às escuras devido a um corte brusco no fornecimento de
energia elétrica. Era o prédio do Centro de Distribuição de Sangue, que atendia
diversos hospitais da região e estava bem guardado por vigilantes armados. A
princípio não fora detectado se era defeito na rede local, algum curto circuito
que privara médicos e pacientes de permanecerem na claridade. Minutos depois
verificou-se que nas demais localidades a energia não faltara e de imediato
providências foram tomadas para a solução do problema. Quando a energia se
restabeleceu através de gerador próprio, um funcionário do centro soltou um
grito de espanto ao ver no chão um corpo com duas perfurações no pescoço e
algum sangue, o que fez o mesmo sair correndo em busca de ajuda. Nesse momento,
em meio a uma grande correria, novamente a energia foi cortada e o gerador
parou de funcionar. No escuro todos se atropelavam e ninguém entendia o que
estava acontecendo, só se ouvindo gritos e muito barulho em todo o Centro de
Distribuição de Sangue.
Com ajuda de lanternas que foram
conseguidas com certo atraso, constatou-se que existiam vários corpos
espalhados pelos corredores e salas, o que aumentava a confusão naquele estabelecimento.
Em todos as duas perfurações nos pescoços, um sinal claro de que vampiros
haviam passado por ali. Algumas poucas pessoas conseguiram escapar, mesmo com
toda a escuridão, com todo aquele reboliço e ninguém teve como fazer voltar a
energia, já que o transformador e a rede elétrica foram danificados. As poucas
lanternas que clareavam o local foram sumindo e em pouco tempo só a escuridão
reinava no centro.
O dia amanheceu e o socorro chegou, porém
já era tarde demais. O único trabalho foi recolher os cadáveres que ali
existiam, de médicos, funcionários e pacientes que não tiveram oportunidade de
escapar dessa matança, desse ataque covarde de vampiros que sabotaram o sistema
de energia elétrica do centro para roubarem todo o seu estoque de sangue, além
de sugarem também o sangue dos que ali trabalhavam ou estavam internados.
Corriam boatos na região da existência de
papa-sangue, o chamado vampiro, mas não se dava uma atenção especial para o
caso, já que os ataques eram em ruas escuras e de pouco movimento, nunca se
imaginando que um caso assim fosse acontecer, pois se confiava cegamente na
segurança que existia no centro. Diante desse fato lamentável, com a perda de
médicos e funcionários, além de um bom número de pacientes, foi montada uma
nova estrutura para evitar uma nova invasão de vampiros.
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