terça-feira, 13 de agosto de 2013

EM UM MANICÔMIO

   Elza chegou às portas da loucura quando perdeu o marido e o filho numa tragédia familiar, quando seu cunhado matou ambos a tiros, fugindo em seguida. O problema foi por conta de disputa de propriedades, que já se arrastava já por vários meses, culminando com esse duplo homicídio. Elza foi internada dias depois dos crimes não aceitando o fato ocorrido, acometida de um certo desequilíbrio mental, chegando ao ponto de agredir pessoas e falando coisas sem nexo. Perguntava pelo marido e pelo único filho o tempo todo, não aceitando a ideia de que estavam mortos.
   Após algum tempo de internação o seu estado foi se agravando e teve que ser levada para outro local mais apropriado para o seu caso, ou seja, um manicômio. Lá ela conheceu Mirna e em poucos dias teve uma acentuada melhora, ouvindo os conselhos dela, aparentemente uma doente mental abandonada pela família, com quem iniciou uma amizade muito boa. Passavam o tempo o tempo conversando no patio do hospital e Mirna lhe confidenciou que não era louca e que estava ali para cuidar de uma determinada pessoa, fingindo um estado mental descontrolado. Elza já estava se acostumando com a situação, só não aceitava a ideia de ter perdido o marido e o filho e ela ter ficado nessa situação difícil, presa em um manicômio como se fosse uma louca, apesar de ter apresentado todos os indícios.
   Certa tarde, depois de vários dias de internação, Elza passou por uma avaliação psicológica e foi considerada apta para sair do manicômio. Junto com Mirna, que também passou por avaliação, ganharam a liberdade. Já na rua sentaram em uma praça para conversarem e Mirna explicou que ali no manicômio existiam muitas criaturas que passavam por provações e que de certa forma mereciam o castigo para poderem se redimir de seus erros passados e ela fora incumbida excepcionalmente de cuidar de um caso e para isso teve que se fingir de louca, ficando cerca de um ano naquele local, tempo para concluir a sua tarefa.

   Já em casa, mais tranquila e na companhia de Mirna, que foi convidada para lhe fazer companhia, Elza ouviu da amiga a triste história de que seu marido e seu filho, em tempos passados, foram protagonistas dos mesmos crimes, também por disputa de bens materiais. Entre ambas também existia uma afinidade muito grande, já que no passado foram mãe e filha assassinadas por um membro da família. O assassino do marido e do filho de Elza passou vários anos foragido mas foi vencido pelo remorso e se entregou às autoridades policiais.

2 comentários:

  1. Oi, poeta! Surpreendente e bem elaborado seu Conto! Parabéns! Já sou seguidora de seu Blog! Felicidades e sucesso sempre! Abraços de paz e luz!

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  2. Obrigado, amiga Cida. Par mim é uma honra.

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