quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

O Sorriso de Shirley

A janela do meu quarto é a porta do meu mundo
É dela que olho para a vida, é meu modo de viver
Sonho com o futuro, almejo algo dele poder conhecer
Compartilhar com alguém as minhas esperanças
Mas o destino me quer aqui, inerte, nesta janela
Apenas para sonhar, sentado numa cadeira de rodas
Confabulando comigo mesmo, mergulhado na solidão
Vendo o sol nascer, pessoas circulando, carros na contra-mão
Esperando o entardecer e a chegada da noite fria
Um consolo, no entanto, me tira desse grande tédio
Faz meus olhos brilharem, parece um santo remédio
Do outro lado na rua outra janela me faz delirar
Uma jovem bonita também parece olhar o mundo
Está sempre naquele mesmo lugar, às vezes a sorrir
Shirley é o seu nome, olhar penetrante e profundo
Como a querer conhecer o meu eu de verdade
Seu sorriso me fascina, me tira um pouco da solidão
Me sinto como se estivesse ao seu lado, em união
Mas é tudo imaginação, volto a mim, me revolto
Maldita cadeira de rodas, me impede de viver
De sair, de ter um alguém para me compreender
Apenas aquele sorriso dar forças para o meu coração
Para continuar olhando o mundo do meu modo

E saber que esses momentos são de grande emoção 

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