quarta-feira, 30 de julho de 2014
S O N H O S
Eu queria viver só de sonhos, de contemplar o amanhecer de uma manhã com o sol banhando o meu jardim, poder apreciar o orvalho colorido, ouvindo o gorjear de pássaros como uma sinfonia aos meus ouvidos. Não quero ninguém por perto, somente eu e a natureza, sentir a brisa refrescante e o silêncio de um dia que se prolongará pelo tempo que for possível. Eu quero me sentir só, numa solidão que vai deixar minh'alma cheia de emoções, de pensamentos diversos, voltados para o que há de melhor na vida. E assim sendo eu não estarei solitário nessa manhã, estarei com a natureza, estarei simplesmente feliz por ter o principal: a presença de Deus.
terça-feira, 29 de julho de 2014
ONDE ESTÁ ?
Onde está o teu olhar?
Aquele olhar que tanto me seduziu
Que marcou para sempre nosso
encontro
Que com carinho em meu coração
introduziu
A chama do amor que nunca se
apagou
Onde está o teu amor?
Aquele amor que me transformou
Que fez minha vida mudar em tudo
Que em minha mente sempre deixou
A lembrança dos nossos momentos
felizes
Onde está a felicidade?
Aquela felicidade cheia de
emoções
Que nos fazia vibrar de
contentamento
Que parecia nunca deixar nossos
corações
Que nos fazia pensar que era
eterna
Onde está você?
Você que sempre disse me amar
Que me fez acreditar nessa união
Me fazendo jamais imaginar
Que um dia tudo isso acabaria
Onde você está eu sei
Só não quero é me perturbar mais
Só não quero é destruir minha
vida
Mesmo sabendo que não te verei
jamais
Enquanto estiver eu neste plano
terreno
segunda-feira, 28 de julho de 2014
CENAS DE AMOR NUMA PRAIA DESERTA
o sol ainda banhava
a praia
com seus raios
fracos no entardecer
onde um casal
parecia adormecer
a água morna quase
alcançava seus pés
o vento era leve e
acariciante
perfeito para cada
amante
onde o tempo
parecia não passar
um homem, uma
mulher em carícias
em movimentos
feitos com malícias
dois corpos
envolvidos no prazer
fora eles nenhuma
viv’alma se via
que pudesse
presenciar essa orgia
nessa praia que era
somente deles
beijos enlouquecidos
eram trocados
numa fúria de
corações apaixonados
esquecidos do que
estava em volta
do sol que se
escondia no horizonte
da água já fria
como a da fonte
sem perceberem que
a noite chegava
pois nada podia
impedir o amor
nada podia abrandar
esse calor
que iria se repetir
em outro momento
LANCHAR ANTES DO RECREIO
Quando eu era criança e estudava, todos sabem que se levava um lanchinho para a hora do recreio. Pois bem, tinha dia que dava uma fomezinha e a gente ia lá no lanche, escondido, dava umas mordidinhas, mas se a professora pegasse era reclamação na hora. Pois é, mas mudando um pouco de assunto, esse termo "lanchar antes do recreio" era muito usado quando a gente tomava conhecimento de que uma moça havia "se perdido" com o namorado, ou seja, ele havia "comido" ela. Aí não tinha jeito, tinha que casar, diferente dos tempos de hoje, quando a relação sexual entre jovens namorados é normal, principalmente quando a "moça" é de maior, então os pais fazem de conta que a filha é virgem, já que com 18 anos ninguém pode obrigar a nada. Tempos modernos.
sexta-feira, 25 de julho de 2014
ARIANO SUASSUNA
Ao céu subiu uma alma
iluminada
Recebendo honras por
seus feitos
Irmãos terrenos a
acolheu com amor
Aplaudindo pela vitória
alcançada
Nunca se curvou a
certos desejos
O que importava era o
bom senso
Subiu, Ariano, a sua
alma pura
Uma graça que poucos
conseguem
A sua imagem será
sempre lembrada
Seus trabalhos
literários emocionam
Sua vida de nordestino
foi honrada
Unindo dois estados
vizinhos
Não vejo a hora de
muitos paraibanos
Anunciarem que são
pernambucanos
terça-feira, 22 de julho de 2014
JOCA, O PREGUIÇOSO
Oito horas da manhã, Joca acordou
com o sol batendo na cara e levando carão da velha mãe, dona Sebastiana, já com
seus sessenta e quatro anos de lutas, de cuidados com a casa, mesmo caindo aos
pedaços.
- Levanta, bicho véi, vê se faz
alguma coisa na vida, disse ela cutucando o filho com o cabo de vassoura. Pense
num cabra preguiçoso que não serve pra nada!
É esse Joca, que só serve pra comer, dormir e tomar cachaça.
- Não, mãe, deixa eu dormir! Essa
foi a sua resposta e em tom de fúria. Dona Sebastiana já estava acostumada e
nada podia fazer e não tinha coragem de botar o próprio filho pra correr, pra
pelo menos arrumar um emprego decente. Aguentava essa bucha há muitos anos,
desde que o marido morreu e que era linha dura botando o cabra para ajudá-lo na
carpintaria. O moleque trabalhava com seu Pedro desde os treze anos e parecia
que ia ser gente, mas foi o pai bater as botas para ele desandar na vida. Ele
estava já com seus vinte e poucos anos e passou a fazer biscaites, pois não
teve competência para assumir o lugar do pai na carpintaria, que fechou pouco
tempo depois da morte do velho.
A vida era dura e dona Sebastiana
vivia de uma pequena pensão deixada pelo marido, fazendo também uns bicos
lavando roupa de ganho e fazendo uns bolos para vender na feira. Pensam que
Joca ajudava? O cara queria era boa vida, roupa lavada e comida na hora certa.
Pense numa mãe besta!
Já era mais de nove da manhã quando o engraçadinho
resolveu se levantar, nem banho tomava, enchia o rabo e ia pra rua. Às vezes
arrumava algum serviço como armar móveis, consertar um cano quebrado ou fazer
uma instalação elétrica, mas nesse último ele não era muito bom, pois sempre
dava problemas. Vez ou outra chegava em casa cheio do quequéu e a velha mãe era
obrigada a tolerar. Seu único lado bom é que nunca se envolveu com drogas e nem
deu pra roubar.
A noite caiu e dona Sebastiana já
preparava o jantar quando Joca chegou. Trazia uma sacola na mão e cambaleava.
Ela viu logo que o filho estava bêbado e o que fez foi ajudá-lo a se deitar
para curtir a cachaça.
- Eita vidinha desgraçada essa
minha, resmungou a pobre mãe. Ele não trouxe nenhum dinheiro, o que indicou que
se ganhou algum gastou na bebedeira e ainda trouxe algumas latinhas de cerveja
para tomar em casa.
Passou-se algum tempo e a vida
naquela casa continuava a mesma, com o Joca sempre se esquivando do trabalho,
dando valor somente para a farra e vivendo praticamente às custas da mãe que
jamais ousou desprezá-lo. O único jeito era pedir a Deus que um dia ele se
consertasse e deixasse essa vida de preguiçoso.
sábado, 19 de julho de 2014
SEM RUMO (Acróstico)
Caminho pela
estrada da vida
Cheia de
pedras, enfrentando poeira
...Sigo sem rumo,
corpo em desalinho
...Em pleno sol
quente, sozinho
...Mendigando
ajuda, implorando achar
No entanto é
difícil e me conformo
Talvez eu
mereça, preciso suportar
...Respeito esse
destino implacável
...Um motivo
qualquer pode ser a razão
...Me fazendo
andar sem rumo
...Obstruindo
temporariamente meu pensar
Chega de
lamúria, tenho que apressar
Esses passos
meus devem prosseguir
segunda-feira, 14 de julho de 2014
D Í V I D A
enfrentei o teu
olhar
frio e de
incontrolável ira
meu coração batia
descompassadamente
não sabia o que se
passava em tua mente
ódio? vingança? o que
poderia ser?
já não bastava
o frio da noite em
meu corpo
enquanto o teu uma
capa o cobria
via em ti uma
atitude bem sombria
mas eu estava
precavido para isso
uma lâmina afiada
emitiu um brilho
sinistro em tua mão
que golpeou meu
peito com rapidez
mas tive sorte,
tive também minha vez
uma outra lâmina te
golpeou mortalmente
nenhum de nós resistiu
nossas desavenças
terminaram enfim
estamos agora em
outro plano de vida
onde nossa dívida
será convertida
em planos de paz e entendimento
sábado, 12 de julho de 2014
O LADO IMAGINÁRIO DE CADA UM DE NÓS
Todo ser humano tem os
seus lados positivo e negativo, ninguém deve se prevalecer de que tudo que faz
pertence ao lado positivo. Toda criatura boa pode cair em erros, o que é
natural, pode não aceitar os argumentos de quem quer que seja. Além desses
temos um lado que pouco é comentado e que pouquíssimas pessoas dão vazão a ele:
o lado imaginário. Ele existe em todas as mentes e se transforma da maneira
como cada um de nós quer.
O lado imaginário de
cada um de nós é formado de acordo com o nosso pensamento, é composto apenas de
coisas boas que fogem do nosso alcance natural, que necessitam de grande poder
aquisitivo ou da vontade de outrem. Tomamos como exemplo o desejo de um pobre
coitado que não tem nem onde cair morto, mas que imagina ser possuidor de uma
grande fortuna, de ter carros importados e propriedades diversas. É um mundo
criado por ele e que satisfaz o seu cérebro. Imagine você desejar a mulher mais
bonita e rica e estar do lado dela como seu companheiro. Cobriria ela de
beijos, faria amor com ela e todos ficariam abismados com a sua sorte. Mas isso
iria depender logicamente da vontade dela, mas para o seu cérebro o seu desejo
é uma ordem e você não iria se preocupar com isso. Desejo é desejo, eu quero e
pronto, é o meu cérebro que assim pensa e assim será.
Geralmente o lado
imaginário das pessoas é voltado para as finanças, para o poder monetário. Todo
e qualquer tipo de dificuldade seria solucionado num piscar de olhos, já que o
dinheiro não seria problema. Os meus desejos do lado imaginário me levariam a
loucura e eu prefiro não enumerá-los para não criar problemas e cada um de
vocês que façam o mesmo.
V O L T E I ...
voltei...
depois de longa ausência forçada
agora em curso de nova jornada
sem precisar mais do tempo
sem me preocupar com desafios da vida
voltei...
ainda agarrado a velhas lembranças
que não servem mais de heranças
frutos apenas do que deixei
mas que ficaram guardados em mim
voltei...
não que eu quisesse ou merecesse
mas para satisfazer um interesse
de saber como tudo se comportava
como a vida continuava sem mim
voltei...
fui contemplado com essa alegria
a minha casa, o jardim, tudo eu via
sem no entanto poder desfrutar deles
pois tenho de voltar para o novo convívio
voltei...
apenas para minhas lágrimas conter
e entender que ali não mais pode ter
a minha presença física como antes
já que agora sou luz, somente lembrança
para os que ficaram e me amavam
sexta-feira, 11 de julho de 2014
CENAS DE UMA NOITE DE TERROR (de A a Z)
A.cordei
assustado no meio da noite
B.atia
forte o meu pobre coração
C.om a
luz apagada tentava me situar
D.ava a
impressão de escutar vozes
E. de ver
vultos dentro do quarto
F.oi quando
ecoou uma gargalhada
G.ritos
de desespero me atordoavam
H.orripilantes
criaturas que gemiam
I.mperando
um clima de terror
J.amais
presenciado por mim
L.ogo
depois sons de correntes arrastando
M.edo eu
sentia naquele momento
N.a cama
fiquei então paralisado
O.
esforço era inútil para me levantar
P.arecia
mesmo que tudo era real
Q.ue tudo
aquilo eu estava vivenciando
R.ezei,
implorei para que tudo terminasse
S.onho,
realidade, fiquei confuso
T.error
invadindo meu próprio quarto
U.ma
sensação de impotência total
V.ultos
que agora se dissipavam
X.i,
agora tenho certeza que sonhei
Z.zzzz...
dormir um pouco para relaxar
quarta-feira, 9 de julho de 2014
BEIJINHO NO OMBRO
Bem que eu queria
aceitar certas coisas
E sair elogiando todo
mundo por aí
Isso no entanto não é
possível
Justamente porque penso
diferente
Indelicadezas eu não
aceito
Nessa música “Beijinho
no Ombro”
Honras não são
recomendadas
O que infelizmente é
minha opinião
Nela a cantora agride
verbalmente
O que a própria letra
demonstra
O que dizer de uma
cantora dessa?
Me digam com toda
sinceridade
Bom, o ritmo é até
aceitável
Remexe as pessoas que
dançam
O que não tem é só
seriedade
S O L I D Ã O
Caminhei
alguns passos até a beira da lagoa, me sentando em um banco, de onde apreciava
o lindo por do sol. O espetáculo diário era uma maravilha, salvo nos dias
quando no céu se formavam nuvens que impediam essa visão. Eu já estava
acostumado com essa contemplação da natureza, era o meu passatempo dos finais
de tardes, sentindo o vento frio que me acariciava o rosto já envelhecido pelo
tempo, que pouco sorria e procurava nesse local alguns momentos de solidão, fugindo de problemas de ordem
doméstica. O corpo já não aguentava mais as adversidades da vida, sentia o peso
que o tempo lhe ofereceu e que era impossível não aceitar. Essas tardes de
solidão geralmente me faziam bem, eu esquecia tudo o que havia ficado para trás,
mergulhava em um mundo que criei para aliviar um sofrimento que muito me
afligia. Ficava ali naquele banco próximo a lagoa, observando o sol sumir no
horizonte, muitas vezes nem percebendo que a noite caíra. Meu mundo me absorvia
junto com os meus problemas, me deixava feliz como se tudo fosse flores. Eu
agradecia a Deus por esses momentos que deixavam minha alma em paz.
Hora do
retorno, da volta para casa, ter novamente a convivência familiar que não podia
evitar. Meu coração batia forte, acelerava a cada passada. Deixava aquele local
onde criei uma expectativa de momentos de felicidade, onde o por do sol era
minha companhia, onde a solidão me ajudava a refletir sobre mim, naquele banco
a beira da lagoa.
segunda-feira, 7 de julho de 2014
HOJE EU ACORDEI COM SAUDADE DE VOCÊ
Hoje eu acordei com saudade de
você, revirei os lençóis e imaginei ali a sua presença. O sol já iluminava o
quarto onde só a minha presença não era suficiente para preencher um grande vazio
que há anos me torturava. Inúmeras foram as vezes que sonhei com você, que
ansiava que nunca terminassem esses sonhos, mesmo que nessa cama eu
permanecesse por longo período. Não importava, você era bastante para me dar
conforto, para me fazer feliz.
Assim eu me vi nessa manhã tão
bela, olhando o retrato de Áurea, com seus cabelos encaracolados, na cabeceira
da cama, para que eu pudesse sempre tê-la do meu lado, como se essa imagem representasse
um consolo pela sua ausência, como significasse uma companhia que eu jamais
iria esquecer. Hoje foi uma manhã especial para mim, o dia parecia estar mais
belo, o sol brilhava com mais intensidade e eu fui despertado como por encanto,
como se alguém chegasse bem perto e me afagasse os cabelos, essa foi a sensação
que tive.
Hoje eu acordei determinado a
guardar com mais carinho o seu amor depositado no meu coração, acordei
realmente sentindo uma saudade inexplicável, fazendo com que eu esquecesse tudo
lá fora, inclusive os compromissos, para me dedicar exclusivamente a você em
pensamento, não considerando essa barreira intransponível que existe entre nós,
mas que um dia ela se dissipará como pó e nós nos encontraremos para vivermos
esse amor bem mais fortalecido.
Áurea, que Deus a guarde com
muito carinho aí em seu reino, que a minha presença mental esteja lhe fazendo
bem, aguardando a nossa união eterna.
domingo, 6 de julho de 2014
A ÚLTIMA POESIA
já conheci as
coisas boas da vida
e andei por
lugares longíquos
já senti o
perigo e a morte de perto
sei o que é
errado e o que é certo
sei dos meus
limites e onde devo chegar
já pisei em
terras bravas do sertão
e vi o sangue
correr como água
de homem de bem
e de cabra da peste
em pleno sol
quente do nosso nordeste
viajando de
norte a sul sem medo
já vi o céu de
perto com emoção
lá em cima tudo
é bonito e estranho
já vi a chuva
caindo de fazer medo
chegando em casa
tarde, às vezes cedo
dependendo das
circunstâncias da vida
já vi gente
indo direto pro inferno
antes
arrogante, depois pobre coitado
que não
conhecia um terço da missa
pois adorava
fazer gente submissa
sem dar chance
de ter a liberdade
já vi o tempo
passar sem dificuldade
mas também já
passei por poucas e boas
cresci
aprendendo, hoje estou cansado
escrevendo
sobre tudo muito pensado
histórias que
guardo com muito carinho
já vi pessoas
comentarem sobre mim
que nada que
faço pode servir
já vi porém que
não adianta discutir
e dessas
pessoas eu prefiro fugir
e mais a frente
enviar-lhes mensagens
já vi que agora
preciso parar
pois acho que
já falei de tudo
então se
preparem, eu tenho que dizer
esta é minha
última poesia que vão ler
vou esperar que
agora falem de mim
já vi que alguém
vai reclamar
vão achar até
que vou morrer
espero estar
longe desse dia chegar
e dizer para
quem queira me julgar
agora vou descansar,
reler tudo que fiz
sábado, 5 de julho de 2014
O VÔO DAS BORBOLETAS
o voo magistral das borboletas
um desfile aéreo de
cores deslumbrantes
a força dos ventos
uivantes
embalando as folhas
das árvores
um perfeito espetáculo
da natureza
voam as borboletas,
voam meus sonhos
procurando um lugar
aconchegante
não precisa ser perto,
pode ser distante
contanto que possam se
concretizar
e tornar minha vida
bem mais alegre
termina enfim toda
encenação
as borboletas se
foram, o vento parou
meus sonhos voltaram,
tudo acabou
olho o céu e começo a
imaginar
amanhã verei novas
borboletas voando
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