segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

UMA SOMBRA NO CORREDOR

Um vulto, talvez só imaginação
Medo? Não sei mais o que é isso
A minha vida é ilusão, já não sou criação

Sozinho nesse hospital perambulo
O destino quis que assim fosse
Moribundo, percorrendo o corredor
Bastante abatido e sem esperanças
Rindo por nada, chorando pela dor
Afastado enfim do convívio social

Não vejo ninguém, só uma sombra
O meu passatempo é conversar com ela

Caminho vagarosamente pelo corredor
O meu mundo, um mundo somente meu
Relato minha vida para a sombra
Resto de vida de quem já morreu
Estranhas visões que o cérebro detecta
Dores que o velho corpo aguenta
O delírio me faz ver uma sombra
Rindo pra mim no corredor, atenta

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