quinta-feira, 18 de julho de 2013

D O R A

  O tempo passou e Dora continuava sendo aquela criatura doce, meiga com todo mundo, atenciosa, tinha o maior prazer em atender a um chamado de quem quer que fosse, independente de idade, cor ou sexo, pois para ela a criatura humana era muito importante, merecia toda a sua atenção.
  As lembranças do passado estavam sempre presentes em sua mente, gostava de relembrar os doces momentos de sua vida desde os tempos de adolescente, quando conheceu Éder, que a cortejava e admirava o seu trabalho voluntário em uma creche mantida por uma igreja católica. Perdera os pais muito cedo, sendo criada por uma tia, católica fervorosa. Com a morte da tia passou a se dedicar exclusivamente ao cuidado com crianças carentes, morando na própria creche já que não dispunha de recursos financeiros para alugar uma casa. Pouco tempo depois casou-se com Éder, que veio a falecer em menos de um ano de união, o que a deixou muito triste, porém consolada com os desígnios da vida. Viúva aos 25 anos, Dora fez um pacto com Deus para se dedicar ao evangelho com as crianças.
   Hoje, depois de longos anos, já quase beirando os setenta anos, Dora viu muitas daquelas crianças deixarem a creche, tomarem outros rumos, algumas já casadas e com filhos, tratando-a como uma mãe.

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