O tempo passou e
Dora continuava sendo aquela criatura doce, meiga com todo mundo, atenciosa,
tinha o maior prazer em atender a um chamado de quem quer que fosse,
independente de idade, cor ou sexo, pois para ela a criatura humana era muito
importante, merecia toda a sua atenção.
As lembranças do passado estavam sempre
presentes em sua mente, gostava de relembrar os doces momentos de sua vida
desde os tempos de adolescente, quando conheceu Éder, que a cortejava e admirava
o seu trabalho voluntário em uma creche mantida por uma igreja católica.
Perdera os pais muito cedo, sendo criada por uma tia, católica fervorosa. Com a
morte da tia passou a se dedicar exclusivamente ao cuidado com crianças
carentes, morando na própria creche já que não dispunha de recursos financeiros
para alugar uma casa. Pouco tempo depois casou-se com Éder, que veio a falecer
em menos de um ano de união, o que a deixou muito triste, porém consolada com
os desígnios da vida. Viúva aos 25 anos, Dora fez um pacto com Deus para se
dedicar ao evangelho com as crianças.
Hoje, depois
de longos anos, já quase beirando os setenta anos, Dora viu muitas daquelas
crianças deixarem a creche, tomarem outros rumos, algumas já casadas e com
filhos, tratando-a como uma mãe.
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