Quando o telefone tocou os olhos de Paulo se
encheram de lágrimas, estava aguardando esse momento fazia tempo, até imaginava
ele nunca tocar. Estava sentado na varanda da enorme casa, tendo a sua frente o
espetáculo maravilhoso do por do sol, com mil pensamentos na cabeça e o olhar
perdido no horizonte, tendo despertado agora com o telefone chamando. Quis
hesitar em atender mas a vontade de falar com alguém era bem maior, muito esperada
e poderia resolver o seu problema, tirá-lo dessa solidão que tanto o
maltratava, que tirava o seu sono transformando suas noites mal dormidas num
verdadeiro sofrimento.
Luzia tinha ido embora fazia anos, era a sua
grande paixão, se davam muito bem, porém um motivo bobo causou a separação de
ambos, o que deixou Paulo bastante transtornado, pois amava demais essa mulher
que o abandonara. A infelicidade tomou conta dele, mesmo ela dizendo, antes de
partir, que iria pensar no caso, afinal também gostava dele. O passar dos anos
havia deixado Paulo quase sem esperanças, aquele telefone sempre fora um elo de
comunicação entre Luzia e ele, poucas pessoas ligavam e esse aparelho era muito
especial para o casal, por isso que aguardava ansiosamente ele tocar e a voz do
outro lado ser a de sua amada.
Venceu a ansiedade e mesmo com as mãos
trêmulas pegou o telefone. Seu coração batia descompassadamente até dizer “alô”.
De início um silêncio como se alguém quisesse somente ouvir a sua voz, ter a
certeza de que era ele, somente ele. “Alô”, respondeu a outra voz do do outro
lado, uma voz feminina, fazendo com que o coração de Paulo pulasse pela boca.
Enfim era ela, Luzia, que decidira voltar, movida pelo amor que sentia, pela
saudade que também a torturava. Ela voltou, decidiu dar uma chance para Paulo e
esquecer o motivo bobo que os separara.
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