Quando eu
cheguei em Eldorado já passava das sete da noite e chovia bastante, o que me
fez parar um pouco para descansar. Gostava dessa cidade em São Paulo e queria
conhecê-la, onde trabalhava uma amiga minha que morava em Peruíbe. Havíamos
combinado esse encontro para tratarmos da publicação de um livro que seria
lançado no mercado imediatamente. Fiquei ali no carro pensando no assunto e nem
dei conta de que a chuva havia passado, sentindo uma grande sonolência, mas
fazia esforço para não adormecer ali. Nas ruas claras de Eldorado fiquei
observando as pessoas se locomoverem, os carros circulando e um tempo ótimo.
Notei que do outro lado da rua uma figura feminina me observava, mas ficava
parada em baixo de uma marquise, porém eu não conseguia visualizar o seu rosto.
Parecia atenta aos meus movimentos, pois fiquei inquieto com sua atitude. Desci
do carro e me adiantei em sua direção, percebendo que se tratava da minha amiga
Magda. Ela abriu um sorriso e eu me animei para abraçá-la, mas nesse momento
tudo escureceu, a luz faltou, mas procurei seguir em direção a ela, só que as
minhas pernas não obedeciam e eu me senti paralisado. Sua imagem ficou bem
clara de repente, era ela mesma, mas eu continuava ali, inerte, sem forças e
percebendo em seguida que aquilo não era real, que eu estava saindo de um
sonho. Lutei para não acordar logo, fingi que aquela cena era real e que eu ia
falar com Magda, mas infelizmente tive que abrir os olhos e enfrentar a
realidade que me esperava, deitado em uma cama em plena madrugada.
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