quinta-feira, 25 de agosto de 2011

EMPAREDADA

Mara amava Petrus que amava Lívia
Um amor profundo que abalava seu coração
Vivia momentos alegres, sentia grande emoção
Desconfiava de outra mas permanecia quieta
   Respirava o ar puro nas noites frias de luar
   Ao lado do amado na sacada da mansão
   Ele a visitava e a tirava de sua solidão
Na sua ausência Mara sentia imensa tristeza
Queria estar sempre ao seu lado, abraçando
Sentir o calor do seu corpo, beijando
Sem a sua presença a vida parecia não existir
   Petrus amava Lívia, estava sempre com ela
   Gostava de Mara mas não sentia o amor
   Pensava em deixá-la, imaginava sua dor
O tempo passava, Mara sentia sua falta
Sabia que dela ele estava se afastando
Na última noite a lua os viu se amando
Foi a testemunha desse clima apaixonado
   Não mais o viu, se sentindo abandonada
   Meses depois Mara conseguiu encontrá-lo
   Sentiu raiva mas não queria magoá-lo
Estava de casamento marcado com Lívia
Ouviu Mara dizer que estava grávida
Marcou uma noite de amor, deixou-a ávida
Pensando numa reconciliação com ele
   Levou-a para sua mansão, amou-a loucamente
   Mas seu plano era trágico e aterrorizante
   Desejava eliminá-la, estava muito confiante
Naquele mesmo quarto Mara foi emparedada
Uma parede no lugar da porta ficou
Amarrada, ali o seu sonho terminou
Ninguém saberia do seu triste fim
   Isolado, o quarto parecia não existir
   Lívia desse fato não teve conhecimento
   Dias depois aconteceu seu casamento
Os anos se passaram, o casal estava feliz
Mas certa noite Petrus  acordou de um sonho
Pensou em Mara, passou o dia tristonho
Não imaginava que isso pudesse acontecer
   Estava mal, parecia muito desnorteado
   Lentamente foi se lembrando do sonho que teve
   Queria calar, mas sua mente não o conteve
Mandou derrubar a parede do quarto
Na cadeira apenas ossos pode vislumbrar
Ajoelhou-se chorando, não podia se perdoar
Preso, confessou seu crime hediondo
   Suas noites na prisão são intermináveis
   Sonha com Mara chamando, mas ele não vai
   E um filho pequeno dizendo: “por que, meu pai?”

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