quarta-feira, 17 de agosto de 2011

AQUELES DEGRAUS

Desci aqueles degraus aos tropeços
Quase caindo
Mas sentindo
Um grande aperto no forte coração
Sem nada enxergar na vasta escuridão

Os carrascos, com tochas, me seguiam
O sangue fervia
Mas eu não podia
Nada fazer diante de tanta crueldade
Preferia calar e evitar a insanidade

A cela fétida causava enjôo e arrepio
Esqueci o mundo
Me tornei imundo
Jogado à sorte em meio a podridão
Companheiro enfim apenas da solidão

Vinte anos se passaram sem me dar conta
O corpo emagreceu
Mas a doença venceu
Naqueles tempos da era medieval
O coração fraco bate ainda normal

Desci novamente aqueles degraus antigos
Mas sem tropeçar
Apesar de soluçar
De sentir o desamor em tempos passados
Proclamando agora meus sonhos realizados

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