segunda-feira, 17 de agosto de 2015

JANELA DA SAUDADE


    Abriu-se uma brecha na saudade e por ela fluíram meus devaneios. Em meio a eles eu pude vislumbrar uma janela que me apresentou lá fora uma nuvem de sentimentos que abarrotaram meu cérebro de lembranças que haviam se perdido no esquecimento. Lágrimas molharam a minha face, soluços intermináveis me acometeram e uma sensação de estar volitando envolveu meu corpo. Eu não pude me conter e tive a impressão de tudo isso ser apenas um sonho, apesar de parecer bem real, o que me induziu a tentar sair dali. A nuvem de sentimentos a qual via através da suposta janela começava a se dissipar, momento em que senti uma força estranha a me sugar através da brecha da saudade que se instalou em mim. Tudo era perfeitamente natural, eu tinha convicção agora de que não estava sonhando, passando a mão no rosto e percebendo lágrimas. As lembranças que ficaram nítidas em minha mente me deixaram transtornado, já que algumas eram tristes, coisas que o subconsciente deixou claro, coisas que no passado deveriam estar enterradas. Mas um certo alívio me deu força para sentir o quanto a saudade é boa quando nos lembramos das coisas que nos fizeram felizes.

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