molha a chuva a terra já bastante seca
o sol, grande rei, há tempo se escondeu
meu pensamento voa, não compreendeu
essa mudança tão repentina do tempo
o aguaceiro torna-se então mais forte
até que encharca rapidamente a terra
e ela, a claridade, enfim se encerra
me levando
a uma profunda reflexão
da janela olho o tempo, as nuvens escuras
os jatos de água se projetando no asfalto
a natureza agradece e eu num sobressalto
volto para a sala fechando a minha janela
passou-se
algum tempo, a chuva continua
sinto frio,
solidão, procuro então me aquecer
visto um
casaco, tomo um café e só agradecer
por este
ambiente quentinho onde agora estou
lá fora a chuva insiste, vou novamente para a janela
um tempo cinzento, na rua não vislumbro quase nada
eu e a chuva, me sentindo refém dessa vilã determinada
que me prende aqui, apenas me deixando livre pensar
eu aqui
dentro, ela, a chuva, ainda bem lá fora
ela me
deixando com frio, trazendo um vento gelado
mesmo assim
gosto dela, esse “amor” não é negado
por isso
vou sempre à janela para vê-la de perto
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