terça-feira, 19 de agosto de 2014

ROTINA DE UM BÊBADO

noite fria, chuva fina
eu no bar, é rotina
tomando uma, é minha sina
      volto pra casa, é madrugada
      ainda tonto, alguém espera minha chegada
     mulher de fibra, ainda sorri mesmo cansada
amanhece o dia, o trabalho me espera
chego atrasado, o patrão uma fera
a noite cai, o coração acelera
      volto pro bar, um aperitivo
      engano a mim, sou um cativo
      bebida e cigarro, meu mundo relativo
a noite é quente, chuva não tem
amigos de copo, pode ser qualquer alguém
não importa, melhor que sem ninguém
      converso com eles, coisas da vida
      falo de mim, de forma invertida
      por dentro a dor, a alma sentida
choro sozinho, não posso evitar
tento em vão, não posso me controlar
tristeza ou risos em vão, razão a penar

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