O tempo ainda não foi capaz de suavizar o endurecido
coração de u’a mãe que guarda um rancor como se fosse algo que fizesse bem a
sua auto estima. Fatos acontecidos no passado separaram mãe e filha por conta
de desentendimentos com o futuro genro dessa mãe angustiada. O afastamento foi
inevitável já que envolvia outros membros da família e que ameaçaram essa filha
que certamente tinha uma parcela de culpa em toda essa situação. As discussões
chegaram a um ponto insustentável e a única solução foi a distância com a
finalidade de se estabelecer a paz, mesmo doendo em ambos os corações.
Passado algum tempo após a separação entre mãe e filha, quis
o destino que um dos corações se tornasse mais dócil, consequência do cotidiano
daquela que resolvera deixar o lar materno em busca de vida própria, uma
espécie de fuga de uma realidade que tanto a atormentava. O dia amanheceu
lindo, com o sol banhando o quarto dessa filha que resolvera deixar o seu lar
em busca de um pouco de sossego. Olhou através da janela e viu um tempo que
mudara, que parecia sorrir para ela, percebendo que deveria fazer o mesmo com a
sua vida, rever seus conceitos, pensar com mais carinho na família, na sua
genitora que deixara para trás e que agora sentia uma pontinha de remorso por
tudo que havia acontecido. Orientada pelo companheiro e levada por uma sensação
de alívio, decidiu ir até uma floricultura e comprou um buquê de flores, indo
em seguida até a residência que lhe serviu de berço por muitos anos, sendo
recebida de braços abertos por aquela que muito almejava esse encontro que uniu
de vez dois corações tão necessitados de paz interior. O simples buquê de
flores foi colocado em um jarro com água num canto da sala, selando um amor que
jamais deveria ter passado por tal situação.
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