terça-feira, 19 de maio de 2015

MÃO ESTENDIDA


o sinal fecha, os carros param
a menina corre, aborda alguns
seu olhar se fixa nos motoristas
todos ali diante de suas vistas
estende a mão
retrato da vida, cotidiano que não muda
mão estendida, um pedido de ajuda
de certa distância observo a cena
penso numa solução, no que fazer
mas sou impotente diante do que vejo
não só a menina naquele sinal
em muitos pontos outros pedem, imploram
meus olhos não admitem, quase choram
exigem que se faça alguma coisa
poucos se compadecem, entregam moedas
a menina ri, agradece a cada doador
e espera novamente o sinal fechar
a tristeza reside naquele seu olhar
talvez nem imagine que existe um amanhã
que tudo pode mudar com o tempo
estende a mão
seu modo de sobrevivência que distrai
vê no “trabalho” um pouco de prazer
não se preocupa com o que possam dizer
afinal em casa alguém precisa de alimento
precisa continuar vivendo, imaginando
que um dia o futuro possa ser melhor

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