quarta-feira, 27 de agosto de 2014

PROVOCAÇÃO

P arece mentira, mas foi tudo uma
..realidade que me deixou atônito
R eagi lentamente diante daquela mulher
..bonita e elegante a sorrir para mim
O coração batia forte, descontroladamente
..sem me dar chance de raciocinar
V eio sutil, vagarosa e me abraçou
..deixando seu corpo colado ao meu
O tesão até aí não deu sinal algum
..parecia um encontro normal de casal
C om vontade ela me beijou, me seduziu
..e continuou com aquele abraço gostoso
A reação então aconteceu, eu suspirei
..e tentei fazer acontecer o que desejava
C om a provocação dessa mulher estranha
..eu comecei a delirar, quase adormecendo
A mente começou a ficar muito confusa
..eu me sentia como se estivesse anestesiado
O desfecho final me deixou decepcionado
..eu estava só, foi tudo uma imaginação

terça-feira, 26 de agosto de 2014

UM SIMPLES OLHAR

 encantei-me com o brilho daquele olhar
com a forma como ela me olhou
não pude me conter, meu corpo gelou
o coração disparou, fiquei desnorteado
aquele andar macio na areia da praia
pés descalços, usava uma curta saia
sandálias na mão, parecia desfilar
virou-se e me olhou discretamente
sentado na areia fiquei olhando somente
ela seguiu em frente, eu ali permaneci
tentando imaginar o que estava acontecendo
aquele olhar me deixou confuso, não entendendo
o que o destino estaria tramando comigo
a distância se fez presente e eu pude ver
aquele semblante feminino logo desaparecer
me deixando triste, com pensamentos mil
pode ter sido um acaso, nada com algum sentido
somente um simples olhar a mim dirigido
fazendo meu coração palpitar a toa
já que estava sozinho, com um vazio
em busca de um amor, mas eu confio
que um dia hei de encontrar

sábado, 23 de agosto de 2014

O LIBISOMEM DA VILA

 A lua cheia clareava a vila um pouco afastada da cidade. A noite fria e silenciosa com as ruas desertas transformavam o local em um cenário de horror. Poucas pessoas circulavam nessa hora, as mais precavidas permaneciam em suas casas, pois sabiam que os riscos eram constantes. Um incauto caminhava tranquilamente voltando de uma noitada e não percebeu um vulto que o espreitava. Ao ver a vítima bem perto tomou a frente e a paralisou com o olhar.  Dois pares de olhos se entreolharam e o homem tremeu de medo, foram alguns minutos de tortura. A figura estranha continuou fulminando o que seria a sua caça até se decidir a atacar sem mesmo ouvir um grito de desespero, dando a impressão de que a vítima estava hipnotizada. Esse era o momento do estranho ser estraçalhar-lhe o corpo em busca do seu alimento preferido: sangue quente e carne fresca, o que o saciaria por quase dois dias. Feito o estrago o ser meio homem e meio lobo desaparecia no bosque. Na manhã seguinte  polícia se encarregava de recolher os restos do corpo.
   Essa cena não tinha muito crédito em meio a determinadas pessoas, que achavam tratar-se de ataque de algum animal feroz que deixava o bosque em busca de alimento. Pouquíssimas pessoas escapavam das investidas do ser misterioso quando vinham em companhia de algum amigo, apenas um era escolhido para ser esquartejado.
   Em noites normais sem alua cheia as pessoas circulavam com mais tranquilidade pelas ruas da vila, aquelas que acreditavam em uma espécie de lobisomem. Mas sempre tinha os desavisados ou aqueles que desconheciam o fato e para ali se dirigiam para o trato de algum assunto. Com a frequência de novas mortes o pânico tomou conta da vila e a polícia passou a investigar com mais rigor, porém não conseguia nenhum êxito, pois a criatura sempre escapulia, era muito astuta. Os que chegaram a vê-la diziam que era peluda e parecia mais um lobo, porém tinha feições humanas.
   Com o passar do tempo a vila foi se tornando quase deserta, as pessoas passaram a residir na cidade e os poucos que ali ficaram evitavam sair à noite, principalmente quando a lua estava cheia. Até hoje ninguém nunca conseguiu matar a criatura em forma de lobo que provocava pavor na vila. Esta se tornou deserta e as pessoas acham que o animal possa ter ido para outras paragens em busca de suas vítimas.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

AMOR & VIDA


Não sei qual a verdadeira forma de amar, mas sei que cada qual tem a sua. Às vezes olho para o tempo, da janela ou mesmo do quintal e percebo que cada novo dia tem um jeito diferente. Um dia é alegre, outro é triste, dá a impressão de estar amando em vão. Isso me faz ocultar o meu sentir, tentando enganar a mim mesmo, mas de que adianta ficar sem graça, vendo pessoas amando? Fingir que estou contente? Não sei fazer isso, prefiro me perguntar se vale a pena amar. De que adianta deixar de viver? Vida e amor são coisas diferentes apesar de estarem sempre juntos e digo mais: amor sem fim não existe, ele apenas muda de comportamento, se esconde com o tempo. Eu curo minhas feridas pensando assim, levando a vida. Algumas pessoas são incapazes de medirem a proporção do seu amor e eu sou uma delas, no fim tudo fica bem. Amar é uma sintonia, uma alegria que muda constantemente, vivemos no ritmo da emoção, do interesse por algo. Ilusões, provocações, lágrimas, lutas, são momentos jogados ao vento, dois corações machucados. O amor não faz sofrer tanto assim, o tempo ensina, consola, nos permite brindar o momento sem queixas. Nem sei porque estou pensando isso, talvez precise renovar minha vida, mesmo estando perto do fim. Amar faz bem, porém viver é bem melhor, já que sem vida não há amor.

UM MUNDO DIFERENTE (de A a Z)

...............eu sou  um homem forte, uma fortalez(A)
...................quem me vê não imagina, nada sa(B)e
......meu coração aguenta emoções, me pare(C)e
...............ele é cheio de sentimentos, eu que o (D)iga
............e pode acumular muito mais, é verdad(E)
.....não pensem que estou mentindo, eu tenho (F)é
............acredito em Deus Todo Poderoso, Ele a(G)e
......nos fortalece quando seguimos Seu camin(H)o
....................isso é fato, acreditem, eu já perceb(I)
.......e vocês podem e devem ser assim desde (J)á
......antes eu tinha dúvidas, não entendia o ma(L)
..........achava que dele não escapava ningué(M)
mas não é verdade, entenda que Deus tem a (N)ós
.........como seus filhos, todos incluídos no plan(O)
...........que prevê a salvação da alma, já o cor(P)o
....................voltará para a terra e não tem por(Q)ue
...........nos preocuparmos com isso, é só muda(R)
..........cada um o seu modo de vida, ter sonho(S)
........e que um dia teremos um mundo diferen(T)e
..................onde só o bem existirá e que cada (U)m
..........dos homens terá um papel, onde será li(V)re
..........para uma vida sadia sem precisar de lu(X)o
........numa comunidade voltada só para a pa(Z)

terça-feira, 19 de agosto de 2014

ROTINA DE UM BÊBADO

noite fria, chuva fina
eu no bar, é rotina
tomando uma, é minha sina
      volto pra casa, é madrugada
      ainda tonto, alguém espera minha chegada
     mulher de fibra, ainda sorri mesmo cansada
amanhece o dia, o trabalho me espera
chego atrasado, o patrão uma fera
a noite cai, o coração acelera
      volto pro bar, um aperitivo
      engano a mim, sou um cativo
      bebida e cigarro, meu mundo relativo
a noite é quente, chuva não tem
amigos de copo, pode ser qualquer alguém
não importa, melhor que sem ninguém
      converso com eles, coisas da vida
      falo de mim, de forma invertida
      por dentro a dor, a alma sentida
choro sozinho, não posso evitar
tento em vão, não posso me controlar
tristeza ou risos em vão, razão a penar

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

SEM AVISAR

ela chega sem avisar
essa tristeza inconveniente
se instala em meu ambiente
sem sequer pedir licença

vem a dor de cabeça
pra me fazer companhia
sem avisar de mim se apropria
como se fosse dona de mim

me bate um pouco de medo
que traz a angústia consigo
sem avisar é o que digo
e no meu corpo faz morada

nada posso fazer
se eles chegam sem avisar
vou pensar e analisar
porque sou fraco assim

NÃO VAMOS DESISTIR DO BRASIL

Foto: *** NÃO VAMOS DESISTIR DO BRASIL ***
N.ão vamos desistir do Brasil
A. luta será contínua, com garra
O. segredo é a perseverança

V.amos em busca de alianças
A.umentando assim nossas forças
M.esmo enfrentando dificuldades
O. desaparecimento do grande líder
S.erá recompensado com a luta

D.iante do que passa o nosso país
E. da falta de pessoas preparadas
S.erá necessário muito rigor
I.nstrumentos que possam conter
S.abotagens e falta de decência
T.eremos muitos obstáculos à frente
I.sso já é de se esperar com certeza
R.estando somente restaurar a ordem

D.e nada servirá deixar de lado
O. desejo de esperarmos a vitória

B.astante união é tudo que precisamos
R.ogando a Deus que nos dê equilíbrio
A. vida é de lutas, não vamos desistir
S.omos brasileiros pacíficos e dignos
I.mpedimentos não temos para lutarmos
L.iberdade acima de tudo para o Brasil
...(moacir rodrigues)...
N.ão vamos desistir do Brasil
A. luta será contínua, com garra
O. segredo é a perseverança

V.amos em busca de alianças
A.umentando assim nossas forças
M.esmo enfrentando dificuldades
O. desaparecimento do grande líder
S.erá recompensado com a luta

D.iante do que passa o nosso país
E. da falta de pessoas preparadas
S.erá necessário muito rigor
I.nstrumentos que possam conter
S.abotagens e falta de decência
T.eremos muitos obstáculos à frente
I.sso já é de se esperar com certeza
R.estando somente restaurar a ordem

D.e nada servirá deixar de lado
O. desejo de esperarmos a vitória

B.astante união é tudo que precisamos
R.ogando a Deus que nos dê equilíbrio
A. vida é de lutas, não vamos desistir
S.omos brasileiros pacíficos e dignos
I.mpedimentos não temos para lutarmos
L.iberdade acima de tudo para o Brasil

domingo, 17 de agosto de 2014

DESCANSE EM PAZ, EDUARDO CAMPOS

   
   Corações sufocados pela angústia, lágrimas rolando sem conseguirem dar alívio ao peso na alma, em cada olhar uma pergunta: por que? A dor é forte mas não devemos desistir, vale a pena um sorriso sem ser o mesmo de antes e a vontade de persistir sempre. Sua voz não será mais ouvida, porém os seus ideais terão continuidade, outras vozes ecoarão num futuro próximo e não nos deixarão mergulhar em trevas. Não se cala aquela boca que não julga mas que revela o que há de melhor para um povo. Descanse em paz, Eduardo Campos.

EDUARDO CAMPOS

Eternas saudades de um homem que
Deu sua vida por um ideal político
Uma lembrança que viverá sempre
A esperança de um futuro promissor
Reavivando a cada dia em nossas mentes
De nada adiantam as forças ocultas
O bem há de reinar no tempo certo

Cada pernambucano honesto está triste
A luta não termina com esse golpe
Mais força nos dar para prosseguirmos
Percorrendo os caminhos de seus ideais
O sonho de Eduardo será realidade
Sua vitória será conquistada por nós

sábado, 16 de agosto de 2014

MESA REDONDA DO TERROR

   Joana observou discretamente o patrão quando se preparava para sair à noite. Passava das nove horas e eram habituais essas saídas noturnas dele, o que a deixava um tanto preocupada. Adolfo vestiu o seu casaco preto por cima do terno, olhou o relógio e ganhou a rua, não costumando falar nada para a empregada, que disfarçava um pouco de medo que sentia dele.
   O casarão era desproporcional para apenas duas pessoas, o Dr. Adolfo, como era conhecido e Joana, que ali trabalhava há pouco mais de dez anos, sendo de inteira confiança, desde os tempos de d. Guilhermina, a patroa que tanto estimava e que faleceu há cerca de seis meses. Com a morte da esposa de Dr. Adolfo, um homem rude e de atitudes um pouco estranhas, Joana pensou em se demitir do emprego, mas por determinação do patrão resolveu ali permanecer mesmo contra a sua vontade. De início se sentiu muito receosa vivendo naquele casarão, porém o tempo se encarregou de tranquilizá-la e até lhe dando coragem para continuar morando ali, já que seus parentes eram de longe e tinham suas vidas estabilizadas. Joana perdera o marido anos antes e o único filho que tinha vivia na Europa, visitando-a uma vez por ano.
   Da janela do primeiro andar Joana via todo movimento da rua, inclusive a hora quando o patrão chegava, abrindo o grande portão de ferro com o controle remoto e estacionando o carro na garagem coberta. Raramente ele trazia uma mulher que subia e dormiam juntos, mas Joana nunca via essa mulher pela manhã. O patrão acordava, tomava o seu banho, fazia a barba e se dirigia para a mesa onde tomava o seu café da manhã sozinho, sob as vistas discretas de Joana, que jamais ousou perguntar pela visita. Arrumava o quarto dele diariamente mas nunca notou algo de anormal, apenas ficava imaginando como a mulher se retirava sem ser vista. Foi só após a morte da esposa que Dr. Adolfo passou a trazer mulher para o seu quarto, uma atitude que intrigava Joana, mas quem era ela para recriminar o patrão? Pelas vezes que ela contou somente umas dez ou doze e que nunca eram as mesmas mulheres. Com o passar do tempo a curiosidade foi aumentando e Joana decidiu fazer uma investigação, arranjaria um jeito de descobrir o que acontecia com as mulheres que chegavam com o patrão mas que não eram vistas saindo. Esperaria a próxima noite quando ele estivesse chegando e ficaria atenta.
   Certa noite Dr. Adolfo saiu, eram quase dez da noite e fazia tempo que chegava sozinho. Nessa noite Joana teve uma intuição de que ele não chegaria sozinho e foi o que realmente aconteceu. Da janela viu quando ele chegou e estacionou o carro. Dele saiu uma mulher que o acompanhou até o quarto. Furtivamente e morrendo de medo Joana chegou bem próximo da porta do quarto de Dr. Adolfo e ouviu vozes dele da mulher, que pareciam bem animados. Saiu bem devagar e ficou na espreita até altas horas da madrugada, até quando finalmente o silêncio era total, o patrão indicava ter ido dormir. Só assim a empregada se recolheu aos seus aposentos para dormir.
   Na manhã seguinte Joana acordou assustada com o patrão batendo na porta do seu quarto. Levantou-se e tratou de arranjar uma desculpa por ter dormido demais. Disse ter tido uma dor de cabeça, o que a obrigou a tomar comprimidos. Deu início a sua rotina enquanto o dono da casa seguia para a biblioteca da mansão, aguardando o café da manhã.
   Passaram-se alguns dias dentro da normalidade, o patrão saía à noite depois do expediente na biblioteca e voltando sempre só. Certa manhã ele informou para Joana que precisava viajar mas não sabia quando voltaria. Arrumou a mala e partiu rumo ao aeroporto deixando o carro na garagem, preferindo tomar um táxi. Era a oportunidade que Joana tanto desejava para bisbilhotar o quarto do patrão. Passado algum tempo ela se dirigiu ao local, pois tinha a chave e precisava deixar tudo arrumado. Aproveitou para investigar nos mínimos detalhes, tapetes, quadros, guarda-roupas e tudo que fosse possível, alguma coisa encontraria, alguma pista ou passagem secreta por onde as mulheres sempre escapavam. Nada foi encontrado. Já ia saindo, desistindo da busca, quando um pequeno detalhe lhe chamou a atenção: do lado da porta de entrada existia uma estátua em tamanho natural que estava em posição diferente da que ela costumava ver e que sempre tinha o costume de limpar. Era a estátua de uma bela mulher com roupas íntimas toda em bronze e bem pesada. Observou atentamente, tocou e tentou empurrar mas a mesma não se mexeu. Procurou algum dispositivo que pudesse acionar um movimento e quando apertou o bico do peito da estátua ouviu um pequeno “clic”, porém nada aconteceu além disso. Instintivamente apertou o outro e apenas o “clic” novamente, mas quando apertou os dois bicos conjuntamente viu o guarda-roupas se afastar e surgir uma porta secreta. Correu para ver de perto e adentrou, soltando um grito de pavor. Ali estavam vários corpos bem vestidos já em formas de esqueletos em torno de uma mesa. Apenas dois ou três corpos ainda estavam com restos de carne humana, todos de mulheres. Joana quase caiu diante daquela cena fantasmagórica e resolveu deixar aquele lugar o mais rápido possível. Só deu tempo de virar-se e sentir um punhal cravando em seu peito. O seu patrão estava ali, diante dela, fazendo mais uma vítima que iria fazer parte da mesa redonda do terror.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

VIAGEM ALUCINANTE


   A noite já se aproximava quando Bento resolveu voltar para casa depois de uma caçada no bosque em companhia de um amigo, o qual se despediu dele e seguiu por outro caminho, cada um em seu cavalo. Portavam espingardas próprias para caça de pequenos animais e nesse dia pouca coisa fizeram, aproveitando mais para colocarem o papo em dia, já que fazia tempo que não se viam. O sol já ia quase sumindo no horizonte mas ainda era claro, dava pra se ver o azul do céu e suas brancas nuvens, com uma brisa refrescante, o que fazia Bento se sentir bem, mas uma dor repentina o fez levar a mão ao peito, quase caindo do cavalo. A vista ficou turva e daí pra frente nada mais viu.
   O céu era cinza e não se via nuvens, soprava um vento brando e frio. Em uma ampla sala de um teto bastante alto dava pra se ver luzes em tonalidades claras, com pessoas circulando, todas vestindo branco como se fossem médicos. Essa foi a visão de Bento ao despertar, confuso e sem forças para levantar de uma cama onde constatou se encontrar. Que teria acontecido? Foi o que pensou, tentando se lembrar, porém o cérebro não ajudava e o jeito foi permanecer ali na esperança de aos poucos recuperar as forças e lembrar do que havia acontecido com ele.
   O tempo passou, o céu tornara-se escuro e as luzes se apagaram. O ambiente tornou-se estranho, um frio intenso tomou conta do local em plena escuridão e Bento se apavorou. Conseguiu forças e levantou-se, percebendo no tato que suas roupas eram outras. Caminhou mesmo não enxergando mas acabou tropeçando e caiu. Sentiu que mãos o levantaram e o colocaram em uma espécie de sofá onde se acomodou confortavelmente. Acenderam-se algumas luzes e ele visualizou a sua frente uma tela branca idêntica a que existe em qualquer cinema. Ao seu lado algumas pessoas que o confortavam através de sinais que ele entendia perfeitamente. Nesse momento Bento começou a lembrar de tudo que ocorreu com ele, a dor no peito enquanto caminhava no cavalo depois da caçada com seu amigo e a vertigem que o fez apagar. Na tela apareceu uma imagem e Bento reconheceu logo, o que o deixou muito admirado, pois era o local onde ele estava caçando. A imagem foi aproximando e ele se viu na tela montado em seu cavalo, tendo ao lado o seu amigo e a despedida. Ele agora estava só na imagem, nesse filme que assistia viu o momento quando pôs a mão no peito ao sentir a dor, instante em que um raio de luz vindo do espaço se projetou nele, ficando paralisado por alguns instantes, até que uma espécie de nave espacial o sugasse, acomodando o seu corpo em seu interior. A estranha máquina voadora subiu percorrendo o céu azul e quando este se tornou cinza desceu em um campo. Viu quando era transportado inconsciente para o interior de uma bela construção, sendo colocado em uma cama por pessoas todas de branco. Foi observado e teve as vestes trocadas, passando por uma espécie de passe, com mãos tocando todo seu corpo. Em seguida todos se afastaram e Bento ficou só, até o momento de levantar-se e tropeçar vindo a cair. Uma breve pausa no filme e em seguida o reinício, vendo na tela o seu corpo ser levado novamente para a nave e ser transportado para o mesmo local onde se encontrava após a caçada. O mesmo raio de luz o levou até o cavalo, deixando-o atordoado e sem nada entender. O filme terminou e as luzes se apagaram.
   Bento “acordou” imaginando ter dado um cochilo. Estava em seu cavalo e o céu continuava azul. Lá estava o sol sumindo no horizonte.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

UMA FLOR MURCHA

Uma flor, apenas uma pequena flor
Me fez ficar triste, muito triste
A flor que eu tinha visto ontem

Foi como se o mundo desabasse
Logo hoje quando queria vê-la
Os meus olhos não acreditaram
Resumindo: ela havia murchado

Me senti arrasado, sem estímulo
Uma flor me deixou assim, pensativo
Recuei, tentando não mais olhar
Chorei intimamente, fiquei frustrado
Hoje realmente não é meu dia
Aquela flor é agora o meu ontem

sábado, 2 de agosto de 2014

REVIRANDO O BAÚ

revirando o baú encontrei um retrato
foi como se o passado voltasse
lembranças vieram a tona, chorei
meu coração palpitou e eu pensei:
onde será que ela está agora?
eu não tinha a mínima ideia

revirando o baú encontrei uma carta
uma das inúmeras que havia recebido
mas essa era especial, falava de amor
me fez suspirar, sentir tremenda dor
já nem me lembrava mais dessa carta
pois sua dona sempre estava comigo

hoje apenas a solidão me acompanha
e reviro o baú em busca de lembranças
resignado sinto a falta que me faz
talvez almejando algumas esperanças

CAMINHANDO NA PRAIA

de pés descalços caminho na praia
um costume que tenho durante a tarde
quando o sol já procura se esconder
onde só o silêncio pode me responder
com enigmas, às vezes com inspirações
me fazendo entender o sentido da vida
colocando luz nesse meu caminho
tirando da tristeza quem está sozinho
caminhando na praia tudo pode se resolver
a gente esquece o mundo em que vivemos
nos transportamos pra longe com o pensamento
deixando fluir por lá todo sofrimento
volto pra casa, os pés ainda com areia
depois de caminhar por algumas horas
a noite já se aproxima, na praia ninguém
o silêncio vem comigo, só a tristeza não vem

ELA SE FOI, SÓ RESTA LEMBRANÇA

faz muito tempo que ela se foi
dizendo não querer mais me ver
eu não acreditei e até hoje sinto
uma imensa tristeza, mesmo assim minto
pra mim mesmo que ela voltará
que vai reatar o amor que nos uniu
o destino foi cruel, plantou em meu coração
um amor imenso e muita emoção
mas tudo foi por água abaixo
como se não fosse merecedor disso
veio então a separação amarga
me fazendo suportar tamanha carga
contrariando meus desejos de amante
me conduzindo ao fundo do poço
para mim só resta agora a lembrança
não tenho mais nada, nem esperança

DA JANELA

da janela eu vejo o mar
aquele mundo de água que me fascina
que me seduz, visão que me ensina
que o mundo é vasto, que podemos
ter o necessário para sobreviver
da janela eu vejo o mundo
imagino tudo que pode acontecer
desde a noite que cai ao amanhecer
sentindo o vento que me acaricia
entrando em meu quarto sem pedir
da janela me imagino na praia
durante o dia na areia quente
curtindo o sol com toda aquela gente
e mesmo assim me sentindo só
tentando me esquivar de problemas meus
da janela eu somente queria
que a vida sorrisse para mim
que meu desejo se realizasse e assim
da janela não precisasse mais olhar
nem lamentar pelo que falta em mim