segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

DOIS CORPOS

noite de lua, céu estrelado
um cochicho, um sussurro no ouvido
palavras bonitas com duplo sentido
o barulho do mar quebrando o silêncio

a noite está linda, apenas dois corpos
e um longo beijo para comemorar
deitados na areia, o prazer a começar
nada podia evitar uma louca paixão

um mundo bem distante da realidade
apenas carícias embriagando um casal
mentes adormecidas num relax total
vistos somente pelos astros do firmamento

um homem, uma mulher, um momento
êxtase numa cópula com amor profundo
por que não agir assim todo mundo?
é bom para o corpo, é bom para a mente

TRAIÇÃO E MORTE


Jane apertou o gatilho com muita convicção
A arma disparou um único tiro e certeiro
Sem alarde procurou fugir bem ligeiro
A bala atingiu o cérebro de Max que caiu
Esvaindo-se em sangue não pode gritar
As pessoas logo correram par ajudar
Tarde demais, foi constatada sua morte
Alguns gritavam, outros corriam, muita agitação
Ninguém sabia o porque daquela confusão
Já na rua, Jane apressava os seus passos
Mulher de atitudes, se achava determinada
Detestava traição, não queria ser enganada
Seus ciúmes a deixavam bastante enfurecida
Morria de amores por aquele marido infiel
Agora estava triste por esse ridículo papel
Pegou a arma e com lágrimas nos olhos decidiu
Não queria mais viver, já teve sua vingança
Max estava morto, ela sem nenhuma esperança
Apertou o gatilho novamente com convicção
Com o mesmo revólver tirou sua própria vida
Descarregou seu ódio mas pela morte foi vencida

MEUS VINTE E POUCOS ANOS


O TEMPO PASSOU POR MIM, ME TRANSFORMOU
ME DEIXOU DE UM JEITO QUE EU NÃO QUERIA
ME DEU UM CANSAÇO, UMA TOSSE... QUE AGONIA!
MAS AINDA TENHO A RAZÃO E EXPERIÊNCIAS
TENHO A PAZ E FORÇA DE VONTADE PARA VIVER
TENHO UMA LUZ QUE ILUMINA O MEU SABER

AH! COMO ESSE TEMPO PASSOU TÃO DEPRESSA
AINDA ME LEMBRO DAQUELE RAPAZ BELO E AUDAZ
QUE NADA TEMIA, PARA TUDO ERA BEM CAPAZ
FLERTAVA AS LINDAS GAROTAS, ZOAVA NOS BAILES
MEUS VINTE E POUCOS ANOS FALTA ME FAZEM
HOJE AS BOAS LEMBRANÇAS APENAS ME TRAZEM

OS AMIGOS DA ÉPOCA DE POUCOS ME LEMBRO
OS SONHOS DA MOCIDADE JÁ FORAM ESQUECIDOS
ESSES TEMPOS QUE NÃO VOLTAM NOS DEIXAM ENTRISTECIDOS
AH! MEUS VINTE E POUCOS ANOS SE FORAM
DEIXARAM SAUDADES QUE VOU SEMPRE LEMBRAR
MAS SOU FELIZ MESMO ASSIM, VALE A PENA SONHAR

UMA SOMBRA NA PAREDE


uma sombra na parede me chamou a atenção
me despertou de um pensamento, longe estava
pensava em alguém que partiu, que tanto eu amava
que mudou minha vida, transformou o meu ser
me ensinou a amar valorizando esse sentimento
mas durou pouco, veio depois o sofrimento

aquela sombra era a sua bela silhueta
quando descia a escada para me encontrar
passávamos horas na sala, ninguém para incomodar
mais tarde subia a escada, eu acompanhava a sombra
sua silhueta para o quarto caminhava lenta
me aguardava para o amor, alegre e atenta

hoje eu vejo sempre essa sombra
não sei se é sonho ou se é imaginação
mas é a sombra que alimenta minha paixão
sofro calado vendo essa imagem alucinante
tento esquecer mas é mais forte e me domina
me proponho apenas a olhar, é minha sina

EU E O CREPÚSCULO

fim de tarde, clarão dourado no horizonte
o belo espetáculo do crepúsculo para mim
esse dia eu gostaria que nunca tivesse fim
pois esse é meu mundo, é minha vida
que me alegra e me tira da solidão
me faz viver a vida com satisfação
minha tristeza é quando não vejo o crepúsculo
quando a chuva ou as nuvens o encobrem
além da noite arredia, de sombras que o envolvem
eu e o crepúsculo somos companheiros
inseparáveis como a locomotiva e os trilhos
amáveis como a mãe e seus filhos

O FIM ESTÁ PRÓXIMO


eu vejo homens totalmente sem escrúpulos
pessoas que não conhecem o perdão
criaturas sem um pingo de amor no coração
seres que não compreendem o sentimento
vejo a espécie humana fora de controle
animais racionais sem temerem a Deus
terrestres que não cumprem mandamentos seus
mundanos que não merecem viver

a realidade é que o fim está próximo
com tanta destruição da natureza
que só nos dar orgulho com sua beleza
com terras e árvores que nos alimentam
vidas são ceifadas impiedosamente
gente que vive como se fosse animal
a mente doentia que só sabe fazer mal
roubando o bem que não lhe cabe

já estamos vivendo grande tribulação
com a tirania que reina em toda nação
a corrupção anda solta causando o mal
o fim está próximo, a violência é brutal

BENÇA PADIM CIÇO


Inté agora disposto a andar
Nessa estrada de barro, no sol quente
Confiando na fé como bom penitente
A distança não me cansa, vou firme
Só paro quando chegar na igreja
É um voto de gratidão essa peleja
Quero pedir a bença do Padim Ciço
Por ele eu ando o dia inteiro
Viva meu Padim Ciço do Juazeiro
A romaria é grande, gente de todo canto
As muié rezando em cima de caminhão
Os home tamém de crucifixo na mão
Juazeiro, Juazeiro, nunca vou te abandonar
Quero ver Padim Ciço fazer oração prá mim
Tomar sua bença meu glorioso Padim

PETER E LANA


Peter jogou flores sobre o ataúde
Que sob forte emoção baixava à sepultura
Seus olhos vermelhos mostravam sua amargura
Ali estava o corpo de Lana, sua amada
Nunca havia imaginado situação assim
Sua aparência demonstrava uma dor sem fim

Lana representava tudo que podia esperar
Uma esposa dedicada, um anjo na Terra
Mãe de três filhos, agora sua vida se encerra
Parte para um mundo totalmente diferente
Deixa saudades, memória a ser lembrada
Nunca houve mulher que fosse tão cortejada

Um exemplo de personaleidade invejável
Soube amar, soube fazer sempre o bem
Leva da Terra um valor que pouca gente tem
Mas que a vida dá chances de aprender
Peter e Lana, exemplo de grandes amantes
Juntos na vida, agora em mundos distantes

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

O SEGREDO DO CASTELO

o “trimmm” do telefone me acordou
me tirou de um sono que tanto precisava
estava exausto, acho que ainda sonhava
um sonho no qual caminhava por uma estrada
era noite, estava sozinho, sentia medo
seguia ligeiro, queria desvendar um segredo
em um castelo que já avistava ao longe
tinha ouvido falar, veio então a tentação
em frente ao castelo parei, fiquei sem ação
quando abri a porta o telefone tocou
foi esse “trimmm” que me tirou do sério
logo na hora de descobrir um mistério
chateado fui atender o bendito telefone
estava mudo, alguém não queria falar
queria só me impedir de no castelo entrar
voltei para a cama soltando um palavrão
pensei no que encontraria além da porta
um tesouro? uma princesa? não importa
agora só me resta dormir e esquecer tudo
tentar sonhar de novo com o castelo
descobrir seu segredo, começar novo duelo

CENAS DE CIÚME

um rosto colado no outro com ternura
a música suave envolvendo o ambiente
o casal dançava em estado inconsciente
lá fora o mundo simplesmente não existia

respiração ofegante, leves toques de lábios
uma noite em todos os sentidos agradável
que poderia continuar, ser interminável
para que esse amor se tornasse eterno

um vulto adentrou o imenso salão
estava tenso, certo do que ali procurava
olhou ao redor, o que queria ali estava
aquela a quem tanto amou e o destino afastou

não conseguiu se conter, partiu para ela
ainda a queria, ela estava no seu coração
mas não entendia, queria reatar a união
que por motivos diversos teve que acabar

emoção à flor da pele, uma ira incontida
lágrimas e desespero, início de confusão
ela não mais o queria e tinha toda razão
encontrou enfim alguém que lhe deu amor

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

O VELHO CAMPONÊS

O velho camponês descansava triste no barranco
Lá embaixo passava o rio de águas escuras
Era ali que procurava curar as suas tonturas
Mal que o chateava, porém não se importava tanto
O cachimbo inseparável era a sua distração
Já vivera tantos anos, se reclamasse não tinha razão

Acostumou-se a viver sozinho, se acomodou
Imaginava muitas coisas mas nada acontecia
Apreciava suas terras até quando anoitecia
Conhecia poucas pessoas, vivia mais isolado
Tinha algo no passado que não queria esquecer
Uma bela donzela sem seu amor preferiu morrer

Esse era o motivo da sua grande insatisfação
Preferia tudo, menos perder aquela donzela
Tão meiga e linda, de uma beleza singela
Que por uma briga boba veio a separação
Imaginando perdê-lo preferiu parar o coração

Hoje o velho camponês vive amargurado
Resolveu não mais amar, ninguém lhe dar consolo
Chorando e tocando a vida se acha um tolo
Seu refúgio é a barreira junto ao rio
Onde fica a pensar na sua falta de sorte
O alívio agora só no dia da sua morte

domingo, 12 de fevereiro de 2012

E S P E R A

o avião pousou suavemente na pista
meu coração palpitou, suspirei então
não pude disfarçar a minha emoção
temia que viesse até a desfalecer
luzes, sons e pessoas circulando
eu no saguão do aeroporto esperando
como pude deixar isto acontecer?
nada poderá dela me afastar agora
sou seu homem, seu amor, ela minha senhora
corro depressa para a saída de passageiros
lágrimas nos olhos, força no coração
quero abraçá-la agora, pedir seu perdão
saber que tudo vai ser como antes
sei que a culpa me abalou profundamente
mas essa espera me deixa bem contente
me faz entender que a vida deve continuar
uma espera de anos que me fez sofrer
agora é uma espera boa, me faz reviver

sábado, 11 de fevereiro de 2012

AS LUZES DA CIDADE

as luzes da cidade se apagaram
afinal o dia já estava chegando
vinha de mansinho, céu clareando

tomei o último gole de cerveja
ao meu redor não tinha mais ninguém
gastei com bebida até o último vintém

as luzes da cidade trazem recordação
me deixam alegre em certo momento
sorvendo a bebida esqueço o sofrimento

o sol é quem me leva para casa
aos tropeços vou seguindo pela rua
volto à noite acompanhado pela lua


AGUACEIRO

a noite anterior tinha sido de muito calor
a brisa quente indicava algo anormal
todos queriam uma temperatura ideal
respirar um ar puro e agradável
.
nessa manhã o tempo começou a mudar
nuvens negras no horizonte surgiram
o vento sacudiu árvores, folhas caíram
e o que se esperava aconteceu
.
o dia escureceu, o azul do céu sumiu
uma chuva fina então começou a cair
as pessoas se recolheram, ninguém quis sair
os mais velhos se ajoelharam para rezar
.
o aguaceiro molhou a terra impiedosamente
tão seca e esquecida parecia agradecer
deixando a água até longe correr
formando lagos e até cachoeiras
.
foi um aguaceiro que durou horas
deixou a terra pronta para se plantar
depois de grande estiada a coisa vai mudar
acabou a seca, o povo então festeja

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

SANGUE E AREIA


O vento soprava forte vindo do mar
Na praia Malu estava sentada semi-nua
Brincava com areia naquela noite de lua
Queria esquecer agora toda sua tristeza

  Em confronto com o amor ali se refugiara
  Estava magoada, não sabia o que fazer
  Abandonada, viu toda alegria desaparecer
  Achava que no mundo não teria mais lugar

Portava um punhal, tinha tomado uma decisão
Cravou no peito, viu seu sangue jorrar
Manchou a areia, teve forças para chorar
Em suas mãos sangue e areia se juntaram

  Mundo cruel com marcas de ingratidão
  Pessoas que não compreendem a vida
  Que não reconhecem uma luta perdida
  São os donos de si fora da realidade

sábado, 4 de fevereiro de 2012

C A R N A V A L - II

É pleno carnaval, a folia apenas começou
Todos riem, é festa, um mundo de alegria
O arlequim cumprimenta a colombina na orgia
Um abraço, um beijo, coisas naturais
Que passam despercebidos na multidão
Pode ser dia, pode ser noite, é ilusão

Não é momento para tristeza agora
É hora de aplaudir o palhaço, de sonhar
Cheirar lança-perfume, é hora de dançar
De imaginar que o mundo não existe
O carnaval dura pouco mas sinto felicidade
Na minha cabeça parece uma eternidade

As fantasias me fascinam, me enloquecem
Me embriago com prazer, não só com bebida
Esqueço os problemas, a vida sofrida
Parece até que esqueço quem eu sou
Sou o samba e o frevo, sou a nostalgia
Depois é somente saudade, acaba a alegria